02 junho 2008

Eu tambem digo que sou ecologista

Estávamos em campanha autárquica e um dia organizámos um comício nas lixeiras do limite do concelho, com Vila Flor. Evidentemente que tínhamos poucos clientes. Naquele tempo as campanhas ainda traziam jornalistas de jornais nacionais, a visitar-nos para ver o que por cá se passava.
Apareceu então de mota, um jovem jornalista de um diário de Lisboa, que já vinha de outro comício no Vilarinho. Quando nos viu rodeados de tão poucos, tratou de nos dizer que estávamos errados na estratégia. Ele acabava de testemunhar uma estratégia melhor, onde “ à volta de uma sardinhada” conviviam os candidatos P.S.D. com os seus militantes todos.
Nesse ano contudo, “por milagre” a crítica que se fez às lixeiras a céu aberto no concelho resultou numa primeira iniciativa do Presidente vencedor que mandou proceder através da direcção do Eng. Barata, a uma limpeza muito boa desses locais.
Foi nessa altura que se descobriu o passatempo de um funcionário dos CTT que lançava nessas lixeiras o correio que não lhe interessava.
Dou outros exemplos, que confirmam a minha preocupação pelo equilíbrio do meio ambiente.
Fui dos que sempre contestaram os desvarios feitos ao rio Tua de Mirandela à foz. Desde a poluição vinda dos esgotos da cidade, passando pelo incumprimento da passagem do caudal obrigatório de água, no Verão e o não tratamento dos esgotos do matadouro do Cachão, passando ainda pela crítica à tiragem desenfreada e sem lei, das areias da sua foz e concluindo com a crítica às lixeiras de Tralhariz e S. Mamede.
Também contestei, quando se justificou, a poluição do ribeiro da Veiga sempre que soube do desleixo da ETAR de Carrazeda; Contestei já também, a poluição visual e a descaracterização da arquitectura no concelho; Contestei a perda dos hábitos e tradições tradicionalmente integrados no meio; Contestei o crime ecológico da construção do Cemitério Fantasma de Luzelos; Contestei o modo ilegal como se exploram as pedreiras do concelho e se não cuida a sua recuperação paisagística. Para variar, até concordei quando um dia em reunião de câmara, o Sr. Presidente para justificar a entrada de mais um funcionário na qualidade de fiscal, argumentou que este se destinava a fiscalizar os crimes ambientais no concelho.
Tudo isto para dizer que não é de ânimo leve que aceito a barragem no rio Tua. Trata-se para mim de um desígnio de interesse económico nacional, confirmada que foi a nossa incapacidade para potenciar de um modo superior, este valor económico e ambiental que o rio e a linha de caminho de ferro constituíam.
O que eu não deixarei de exigir são compensações que superem a perda que iremos sofrer. Tanto mais quanto considero que o nosso, é dos concelhos mais chuleados pela empresa que explora a energia das nossas barragens.
Vem a propósito convidá-los a ler um texto do meu amigo e nosso conterrâneo, Manuel Tão, no caderno de economia do Expresso desta semana. Fala-nos do desperdício das ciclopistas que tem sido uma moda que os nossos autarcas encontraram para dar uso às linhas de caminho de ferro que têm estado desactivadas.

4 comentários:

Teresa disse...

Não posso estar mais de acordo contigo!!

Beijinho

Teresa Nascimento

Anónimo disse...

Capítulo XXII. Prossegue a saga do Sr. Escultor. Desta vez é o meio ambiente... Aguardem pelo surgimento de literatura abundante acerca de todos os outros problemas que nos preocupam. É tão belo o mundo virtual... É pena. Temos um herói e não sabemos aproveitá-lo...

Anónimo disse...

Muito se fala e divaga sobre os problemas da nossa Terra nos Blog´s. Apontam-se culpados, e possíveis salvadores da "Pátria". No entanto, até ao momento, não vi individualidades com alternativas positivas, viáveis e credíveis para o desenvolvimento sustentável, (no verdadeiro significado da palavra), da nossa pacata terra. Não basta criticar no Blog.!
È fácil criticar e apontar os defeitos dos outros, o mais difícil é unirmos esforços para juntos num só ideal podermos fazer frente aos problemas aqui existentes, e que são fruto da nossa pacificação.
A crítica de Blog pouco ou nada traz de vantajoso à nossa Terra. Ela serve como forma de libertação do "excremento maligno" de mentes com pouca "sanidade", que frente a frente não seriam capazes de fazer determinados comentários.
Deixemo-nos do maldizer e enveredemos por caminhos construtivos.

Em defesa na nossa TERRA.

Anónimo disse...

Se bem que há muitos bloguistas que usam, mas abusam dos comentários, tornando-se até mal educados ou mesmo inconvenientes, é certo também que há outros que não deixam de respeitar o próximo, seja qual for a sua opinião sobre cada assunto em apreciação.
Não concordo que de entre os muitos comentários feitos, não se vislumbrem casos que merecem ser olhados de frente pelos futuros políticos, gestores deste concelho.
Se tivermos consideração pela positividade das críticas, há que reclamar, por ex: sobre a correcta existência de um Mercado Municipal que funcione e sirva a população da sede de concelho, do concelho e em dias de feira ou mercado, sirva todos quantos frequentem Carrazeda.
Isto é apenas um exemplo!
Mas se quiser outro, dir-lhe-ei que nunca este concelho foi objecto de uma aturada discussão sobre cultura e educação.
Sabe porquê?
Muito simplesmente porque nunca se ouviram as Entidades locais que com isso se ocupam diariamente.
Fazem-se ums ofícios convites para as Asssociações com estas fechadas há um ror de tempo, que nem se sabe quem são os directores.
Depois ninguém aparece e isto serve para os responsáveis dizerem:
Estamos abertos a tudo mas ninguém aparece!
Ora o tratamento não pode ser este!
Isto tem muito mais que se lhe diga, sendo que é possível pôr as pessoas a publicar as suas ideias!
Elas participam, mas é preciso saber, ter inteligência e humildade para dar a volta a este estado de coisas!
Muitos mais exemplos haverá, mas agora não tenho tempo.
Peço desculpa, continuarei para a póxima.