Todos
conhecemos a canção “ Galiza ficas sem homens que possam ceifar teu pão”, que
nos emociona por descrever a dor de quem parte da sua terra natal querida para
terra estranha, por a sua aldeia muito amada não conseguir corresponder com
paga condigna ao amor, que quem sai lhe devota. Com o coração partido, parte a
fim de obter recompensa do seu trabalho que lhe permita dar pão e educação a
seus filhos e ainda construir uma casinha no chão seu sagrado , que quer sirva
de lar na velhice.
A
este sentimento substitui-se, pouco a pouco, a gratidão ao país estrangeiro por
passo a passo permitir a realização do sonho da partida.
Estes
sentimentos repetiram-se, vezes sem conta, na história de Portugal e quase
sempre proporcionaram a dignificação de vida, que a aldeia deixada quase nunca
dava.
Havia
quem dissesse que as pessoas não deviam partir porque a sorte se podia procurar
no lugar em que se nascia. Mas víamos os que ficavam a continuarem a penar
carências de tudo o que permitiria um mínimo de dignidade.
As
remessas dos emigrantes davam pão, educação, desenvolvimento a todo o país.
Mas
ontem e hoje só deviam sair os que o fizessem de livre vontade, não por
necessidade , dizem.
Assim,
o que resultaria seria a permanência da miséria porque nunca ninguém neste país
soube levar desenvolvimento e bem estar às localidades necessitadas.
Em
face disso, eu digo: - Bendita emigração! Foste tu que transformaste a vida de
tantos portugueses e espalhaste dignidade, abundância, educação a
rodos e até tornaste a face deste país em cara lavada, fazendo desaparecer o
aspecto farrusco que nos caracterizava.
A
necessidade aguça o engenho! Que importa que se saia de livre vontade ou por
necessidade? O que interessa é o resultado.
Bendita
emigração. Os portugueses prestar- te- ão sempre uma homenagem muito agradecida
.
João Lopes de Matos
2 comentários:
Com esse hino ... arrisca-se a ficar sózinho.. arrisca , arrisca!
É uma preparação: a última viagem tenho que a fazer sozinho.
JLM
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