16 maio 2014

HINO À EMIGRAÇÃO: João Lopes de Matos


Todos conhecemos a canção “ Galiza ficas sem homens que possam ceifar teu pão”, que nos emociona por descrever a dor de quem parte da sua terra natal querida para terra estranha, por a sua aldeia muito amada não conseguir corresponder com paga condigna ao amor, que quem sai lhe devota. Com o coração partido, parte a fim de obter recompensa do seu trabalho que lhe permita dar pão e educação a seus filhos e ainda construir uma casinha no chão seu sagrado , que quer sirva de lar na velhice.
A este sentimento substitui-se, pouco a pouco, a gratidão ao país estrangeiro por passo a passo permitir a realização do sonho da partida.
Estes sentimentos repetiram-se, vezes sem conta, na história de Portugal e quase sempre proporcionaram a dignificação de vida, que a aldeia deixada quase nunca dava.
Havia quem dissesse que as pessoas não deviam partir porque a sorte se podia procurar no lugar em que se nascia. Mas víamos os que ficavam a continuarem a penar carências de tudo o que permitiria um mínimo de dignidade.
As remessas dos emigrantes davam pão, educação, desenvolvimento a todo o país.
Mas ontem e hoje só deviam sair os que o fizessem de livre vontade, não por necessidade , dizem.
Assim, o que resultaria seria a permanência da miséria porque nunca ninguém neste país soube levar desenvolvimento e bem estar às localidades necessitadas.
Em face disso, eu digo: - Bendita emigração! Foste tu que transformaste a vida de tantos portugueses  e  espalhaste dignidade, abundância, educação a rodos e até tornaste a face deste país em cara lavada, fazendo desaparecer o aspecto farrusco que nos caracterizava.
A necessidade aguça o engenho! Que importa que se saia de livre vontade ou por necessidade? O que interessa é o resultado.

Bendita emigração. Os portugueses prestar- te- ão sempre uma homenagem muito agradecida .

João Lopes de Matos

2 comentários:

mario carvalho disse...

Com esse hino ... arrisca-se a ficar sózinho.. arrisca , arrisca!

Anónimo disse...

É uma preparação: a última viagem tenho que a fazer sozinho.
JLM