24 maio 2007

Desertos

-Para mim tudo ficou claro.
Neste país há duas margens: a margem sul e a outra (leia-se Lisboa). Nesta margem “não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio”, por isso não valerá a pena gastar dinheiro, fazer investimentos. Na outra margem há milhões de pessoas a viverem apertadas umas contra as outras e também há estádios de futebol e muitas auto-estradas. Mas todo o chão é um contínuo de betão e alcatrão, pois destruíram ou modificaram a paisagem natural em prole do chamado progresso humano, consubstanciada num pseudo conforto civilizacional. Nesta margem há cada vez menos gente, mas há campos e florestas desordenados que são consumidos cada ano pelos incêndios e há também muita natureza em modo quase selvagem, que importa preservar, manter inalterável a todo o custo para servir para ao lazer da outra margem, pois a deles já foi destruída em seu benefício.
Muito obrigado senhor ministro Mário Lino, de repente fez-me entender tudo.

1 comentário:

AJS disse...

Pela reacção de muitas pessoas, nomeadamente das oposições, ficámos a saber que tudo está bem, que a região Sul não está a desertificar, que não há falta de investimentos, que não existe o êxodo da população para o litoral, etc. etc. Afinal de se queixam ? Porque não aceitam a realidade? Para umas coisas dizem que o interior está mal, para contrariar dizem que está uma maravilha...! Vá-se lá entender esta gente!