13 fevereiro 2012

VEM AÍ O CARNAVAL -C/TOLERANCIA

VIVER E SOBREVIVER NESTE TEMPO
São as noticias de Lisboa e ainda as do Porto, que me fizeram recordar os amigos de infância. Partiram com sonhos de ter uma vida melhor, trabalho, família e criar raízes noutras paragens. Alguns terão tido essa felicidade, outros alimentam a esperança de um retorno á terra, que a vergonha da situação econômica não os deixa concretizar.
A morte é sempre um acontecimento natural, mas triste. A morte de pessoas idosas a viverem sós, sem amigos e família.Que são encontradas anos, meses e semanas após o falecimento, por denuncia dos vizinhos ou das autoridades que notam cheiros estranhos.
Nós elementos da sociedade,- atolados nos problemas políticos e na divida pública-somos responsáveis porque não damos valor aos idosos e tentar saber como vivem ou sobrevivem.
A minha aldeia é uma pequena aldeia, igual a tantas outras do distrito de Bragança. Aqui a vida há muito muito tempo, que se modificou, já nada é como era. Do tempo passado, não guardo as melhores recordações pois havia muito trabalho, e pouco dinheiro.
Na minha aldeia há muitas casas que estão a ser recuperadas pelos doutores e funcionários públicos, que vão á aldeia três ou quatro vezes num ano. È uma segunda habitação e gostam de passar lá uns dias no Verão e quando há festa. No mais, vão á lenha para alimentar a lareira das casas que têem noutra aldeia que passou a ser o local onde trabalharam, constituíram família e estão a ajudar a criar os netos.
Na minha aldeia igual a tantas outras vivem o ti António com 92 anos, pastor de profissão e agora –aposentado- com uma magra reforma, passa os dias sentado em busca dos raios de sol, que aqueçam as pernas e o corpo, pois as feridas na alma, já não há remédio. A tia Maria e o seu fiel amigo o Fusca, esta mulher de oitenta e oito anos, que ainda granjeia os campos e aguarda com um sorriso a chegada do Verão.
A minha aldeia igual a outras aldeias, está quase deserta. Ainda tem gente que vai de manhã para os campos dar alimento ás vacas, pastorear as ovelhas e cabras. A rainha da minha aldeia é a Ana criança irrequieta nos seus três anos de idade.Não há mais crianças. Nestes últimos quatro anos, chegou a noticia de alguns que – deixaram esta vida- mas ninguém nasceu ou está para nascer. Em breve a Ana vai passar a ir de autocarro para o Jardim de Infância, procurar o contacto com outros meninos e com outra realidade.Com o passar dos dias, vai nascer a esperança num futuro melhor para este país que se chama Portugal, onde vivo, alimento os meus sonhos e esperança em dias melhores para a minha aldeia.
Manuel Barreiras Pinto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Manuel:

A sua resenha consta de uma sebenta que tem já quase duas décadas!
O nosso interior todos os dias fica mais pobre pelo abandono dos seus filhos!
Os teus aliás, fazem parte deles assim como os meus irão fazer o mesmo muito provavelmente!
Imbecilmente os maiorais cá do burgo viram-se ao poder central!
Eu não! Viro-me a eles e ao poder local que é o responsável-mor por esta debandada. Tanto dinheiro que por aí foi "estoirado" e nenhum dele serviu para criar condições de sustentabilidade local!
Não foram capazes de criar um único investimento que nos desse retorno. UM ÚNICO!
Não foram capazes de traçar uma linha mestra para o concelho (região)!
Agricultura/Turismo aproveitando os enormes recursos que temos, debater, apostar e incentivar, promover.
IR AO ENCONTRO DE quem tinha potencial para ... e lançar o desafio.
Não houve competência para coisas simples que poderiam ter-nos dado muito!
Seguiu-se pelo caminho fácil... Lembraram-se, mandaram fazer o projecto e entregaram ao empreiteiro para fazer três ou quatro cogumelos ... venenosos!
Agora ninguém os come e o resto ainda está para vir.

Ateu Versão/2012

Anónimo disse...

Segui-se pelo caminho fácil,sim, vulgo politiquices, acolhendo os amigos da cor,por norma incompetentes, favorecendo as clientelas partidárias para angariar votos, navegando à vista, sempre sem rumo, apenas com um único objetivo:manter o poder custe o que custar, "queimando" todos aqueles que ousavam dizer algo de diferente.Nunca se viu uma linha de orientação nem no Turismo, nem na agricultura, nem nos produtos locais...Como se pode chegar a qualquer lado, se não sabemos para opnde queremos ir?