«Reajo, desde
logo, com alguma estranheza fonológica ao nome final da designação
«Inovarural»: a composição construída colide, em termos de leitura, com
as normas de convenção gráfica e com as de reprodução fónica. O grafema
'r' medial corresponde à realização fónica de uma vibrante simples, o
que, por certo, não corresponderá à designação pretendida (que
reproduzirá uma vibrante múltipla alveolar ou gutural, conforme o
falante).
Depois, ainda que contrariamente à ordem típica da leitura (esquerda > direita), o adjetivo 'tecnológico' parece-me deslocado, a julgar pela concordância de género: se tecnológico é o centro, por que motivo não terá ficado Centro Tecnológico e de Inovação...? A proximidade 'Inovação Tecnológico' (mesmo no caso da unidade sintagmática 'Centro de Inovação') não me é agradável.
Depois, ainda que contrariamente à ordem típica da leitura (esquerda > direita), o adjetivo 'tecnológico' parece-me deslocado, a julgar pela concordância de género: se tecnológico é o centro, por que motivo não terá ficado Centro Tecnológico e de Inovação...? A proximidade 'Inovação Tecnológico' (mesmo no caso da unidade sintagmática 'Centro de Inovação') não me é agradável.
Mais do que o nome, espero que o centro seja mais feliz na
intervenção do que na designação (por mais inconvencional, ousado,
criativo ou ruptor que fosse o propósito).Caso para dizer, coitado do
Rimbaud e da sua multipersonalização consubstanciada no 'Je est un
autre' - comigo, nunca teria dado lugar a lema finissecular inspirador
do modernismo. E ainda bem que o deu!»
Vitor Oliveira,
5 comentários:
Quem seria o pai da criança? Deste nome ridículo?!
J
INOVARRURAL, segundo o novo acordo ortográfico!
Observação qualificada que faz corar de vergonha estes Carrazedeiros incompetentes!
Um pouco contra a corrente dos comentários anteriores, mas em consonância com eles no que diz respeito ao nome do centro. A sugestão do ilustre linguista - Centro Tecnológico e de Inovação - agradou-me, mesmo que se possa entender que a tecnologia já traz associada a ideia de inovação. Mas não entendi muito bem a pertinência da citação de Rimbaud "je est un autre", que tem implícita a ideia de um desdobramento da personalidade.
Quanto ao termo INOVARURAL também tem razão o linguísta. Esta palavra composta leva, pelas regras da fonética, a uma pronúncia do "r" diferente da que seguramente se pretende, e teria então razão o anónimo que afirma que a consoante devia ser dupla.
Coloco, porém, a questão noutro plano, que não o da gramática ou da linguística, o plano da publicidade e do marketing. Neste plano, voltado essencialmente para a divulgação de empresas, bens ou serviços, a imaginação que possa captar a atenção dos destinatários é essencial. Há dias vi uma loja de roupa feminina que ostentava o nome "Maria BEMFEITA". Pensei comigo: erro de gramática! Ou se escrevem duas palavras "BEM FEITA" ou, se se entender que a aglutinação das duas é necessária para lhe atribuir um significado diferente, deveria escrever-se BENFEITA. Depois, reflecti: mas isto é admissível como marca comercial, onde o que importa é o "carácter distintivo", carácter que até é legalmente um pressuposto necessário para se registar uma marca. Ora, também neste campo, o eventual carácter distintivo é no pior sentido, uma vez que conduz os destinatários da mensagem a discutirem não o valor intrínseco do centro mas o mau gosto do seu nome!
O sucesso do centro será seguramente mais importante do que o nome. Mas, de facto, poderia ter-se encontrado coisa mais airosa! E penso que ainda estamos a tempo.
Enganemo-nos uns aos outros!
Só em Carrazeda a mesma obra é financiada por 2 fundos europeus diferentes.
1ª vez com um nome (Centro Cívico)
2ª vez com o de inovarural
Esta é para os srs doutores saberem porque às vezes são muito legalistas mas há sempre quem lhs coma as papas na tola!
Depois está tudo bem!
E quando concluirem que a obra e tal, sim senhor, com o rabo sentado nas almofadas e saberem ao mesmo tempo os custos que o município pagará para manter o pão de ló dos fregueses, até devem encontrar-se mal. Veja-se ex: piscinas cobertas, seu pessoal, seguros, gás para o aquecimento e restantes custos.
Nem Deus nos pode valer, cambada, como diria o ESTÊBES
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