A "Gaiola Dourada" retrata uma certa emigração portuguesa
em França. O filme conta a história de Maria (Rita Blanco) e José Ribeiro
(Joaquim de Almeida), ela porteira e ele pedreiro. Ambos são excelentes na sua
profissão e vivem uma vida esforçada, mas feliz. A família Ribeiro tem dois
filhos e habita uma "loja" de porteiro, num bairro chique de Paris.
Após receber a notícia de uma herança em Portugal, uma quinta no Douro, a
história mostra a perspetiva do regresso de uma família a Portugal e os
problemas que a sua saída vai colocar a toda a gente. Aos patrões que descobrem
que eles são imprescindíveis, aos familiares que não conseguem viver sem eles.
O filme vive de situações caricatas, do que uns e outros fazem para
obstaculizar o regresso, bem como, as dificuldades do casal em abandonar um
percurso de vida realizada e construída com trabalho e “saber”. A película tem
uma prestação notável da Rita Blanco, em que valeria “apenas e só” a sua
interpretação para não deixar de ver.
É polémica a fita? É. Os quadros mostram um emigrante
inculto, com um verbo cheio de calão, na base da pirâmide social francesa,
fazendo o trabalho mais desqualificado. Há alguns exageros do realizador? Há. Mas
é esse também o papel do mediador comunicativo, neste caso o realizador Ruben
Alves, para sublinhar a mensagem, isto é, a emigração dos anos 60 e 70, era, de
facto, constituída por gente inculta, miserável, mas que transportava valores:
a família, a honradez, a lealdade, o trabalho… Eram escusadas certa linguagem e
situações que nos inferiorizam e humilham como povo? Eram. Mas este é um filme
comercial para ser visto por patriotas portugueses, mas também por, mais ainda,
franceses e outros europeus, em que o estereótipo do português saloio e ignorante
vende.
E há mais? Pois, falta isso. O Douro no seu absoluto esplendor.
O filme mostra em dois momentos o paraíso das paisagens durienses: o sonho do
José na quinta que o irmão lhe roubou e termina com a paisagem paradisíaca da
Quinta dos Malvedos, junto da foz do Tua, nas encostas do rio Douro, que serviu
de cenário para os últimos minutos da longa-metragem, onde decorre o epílogo da
história, mas, sobretudo, a celebração de Portugal.
2 comentários:
Ontem mesmo fui ver ofilme"Gaiola dourada"é realmente retratada nele o que foi o principio da emigração dos Portugueses,(não por experiencia própria)mas pelas muitas histórias que ouvi contar a familiares e amigos que por lá passaram.Gostei das cenas que vi e ouvi e ri,ri muito com algumas delas.Um filme alegre e que dispõe bem apesar de tudo.
pARA TER UM FIM EM BELEZA,SÓ MESMO NO NOSSO LINDO DOURO,MAS PUDIAM TER MOSTRADO MUITO MAIS,A PAISAGEM MERECIA.
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