26 agosto 2013

Preços da cobardia: Pacheco Pereira

Um exemplo típico da cobardia política dos governantes é o que se está a passar nas freguesias. As freguesias têm menos interesse para os media sediados em Lisboa porque  não estão, na sua esmagadora maioria, no Portugal que vem na comunicação social. As excepções são os incêndios e as festas com o Quim Barreiros no Verão, e as feiras gastronómicas de “petiscos” locais, para preencher a silly season. A vida política, social, cultural, religiosa, a nível da divisão administrativa mais próxima das pessoas e que conheceu uma profunda transformação no último ano com a fusão de freguesias, faz parte daquele Portugal ignorado a não ser quando um qualquer conflito maior ai nasce. Uma das razões da crise dos media é também essa, em particular da imprensa, a ignorância, quando não o desprezo, pelo Portugal onde vivem milhões, fora das cidades e que são tratados como paisagem.
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Depois, há a mais complicada das decisões, a relativa à sede da freguesia. Esta é uma questão muito delicada visto que, com a desertificação do país de correios, serviços administrativos, tribunais, postos de saúde, a localização da sede da freguesia numa área que era antes ocupada por duas ou várias freguesias significa uma perda de qualidade de vida nas freguesias que ficam sem junta aí localizada. As juntas de freguesia ainda são uma das raras fontes de serviços, efectivamente próximos das pessoas, e que as ajudam a preencher os papéis dos impostos, a guardar o correio, a executar algumas tarefas burocráticas e a cuidar da “terra”.
ABRUPTO

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