Médicos não se responsabilizam por eventuais falhas na assistência aos doentes no distrito de Bragança
"O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, aconselhou ontem os médicos dos centros de saúde do Nordeste transmontano e a população em geral a "interpor acções e pedir indemnizações ao Estado", se vierem a ocorrer falhas graves na assistência dos doentes nesta região.
Desde o dia 27 de Abril que foram extintos os Serviços de Atendimento Permanente nocturno nos centros de saúde do distrito de Bragança - entre as 22h00 e as 8h00 funcionam apenas com um enfermeiro de serviço e um médico de prevenção. Apesar disso, os doentes transportados pelas ambulâncias continuam a passar pelo centro de saúde. "Já recebemos aqui um doente em estado de coma, que teve de seguir para Bragança, e noutro caso um doente em estado grave, que sofreu um acidente de viação a meio do caminho entre Vimioso e Bragança e foi encaminhado para Vimioso, tendo depois de ser enviado para Bragança", exemplifica Heleno Simões, director do Centro de Saúde de Vimioso.
O assunto já está a ser tratado pela Sub-Região de Saúde de Bragança e a coordenadora, Berta Nunes, adianta ter já acertado com o CODU que, quando estiverem mais próximos, os doentes serão encaminhados directamente para a unidade hospitalar. "Os doentes passam pelo centro de saúde, são vistos pelo médico e se houver necessidade de transferência já seguem em melhores condições", argumentou a coordenadora.
O sistema adoptado no distrito de Bragança roça, segundo Pedro Nunes, o comportamento "criminoso", por parte do Governo, "porque se considerava que um médico com um estetoscópio não era uma urgência, mas um médico em prevenção é ainda menos", diz.
O assunto está a ser tema de discussão no 23.º Encontro Transmontano do Clínico Geral, que decorre até amanhã e que reúne mais de 500 médicos em Vimioso.
O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o sistema adoptado para Bragança é criminoso"
Está dito!
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