07 setembro 2017

Pasmos

Alguns me pedem para a necessidade de retomar a atividade neste espaço e um ou outro me promete uma participação empenhada. Tenho agradecido a atenção, porém não tenho sentido necessidade de o fazer por variadas razões que não vos canso a enumerar.
Se “este é um espaço aberto a toda a participação de boa vontade”, este texto que me chegou por email, pode ser uma boa razão para a retoma, também porque estes tem sido tempos de completa esterilidade no debate político local.
Outros se deverão seguir.
Contamos com o vosso feedback, pois este é “um sítio de liberdade que acredita na força da polémica para enfunar velas do barco rumo ao desenvolvimento.”
  

Estou pasmado

Dizem-me que faz bem à saúde, meditar. Mais indigesto, dizem-me também, que é reflectir. Por isso não arrisco propor-lhes esta segunda sugestão. Meditemos só então porque chegou a hora de louvar todas as consumações alcançadas nesta legislatura, pelos dedicados autarcas que governaram o concelho.

Haverá ingratos que nunca reconhecerão a senda de progresso que o concelho alcançou, comparando-o com os outros similares. Não está certo. Há sempre uns mal-agradecidos. Pode sempre dizer-se que apesar de tudo, ainda existem, mas só para denegrir e servir de comparação. Observados os factos, poucos terão adivinhado tantos sucessos a ultrapassar as expectativas iniciais. Na realidade também não se sabia quais eram as reais expectativas. Apenas nos explicavam que haveria profundas fossas abertas, mas nem se sabia quem as tinha aberto e se eram para fechar.

Acreditávamos, contudo, no currículo e na experiência dos queridos eleitos e isso chegou para cimentar as nossas aspirações. Em retrospectiva é difícil contabilizar na nossa longa história, autarcas mais perspicazes e dedicados, mais comunicativos e disponíveis, mais cultos, civilizados e cosmopolitas. Podemos agora dizer que, jamais se planou e criou tanto, se produziu tanta deliberação, se fez tanta consulta popular e se facultou tanta avaliação técnica. Quem se recorda no tempo, de tão rápidos pareceres e de tão precisas decisões! E sobre o tratamento dado aos malandros da oposição! Nunca se viu tanta indulgência, condescendência e generosidade. As reuniões tornaram-se confraternizações, as doutas reuniões de assembleia sempre tão participativas tiveram até uma descentralização com direito a repasto ao intervalo. Falar da projecção nacional e internacional do município é recordar a gloriosa visita do Sr. Presidente da República ao Castelo, as reuniões com diferentes Secretários de Estado, as recepções festivas, as idas à estranja visitar as nossas comunidades e a organização dos encontros da diáspora.

Evidentemente que nem tudo foram sucessos a cumprir como prometido. Registam-se inconseguimentos menores que servirão para compararmos com a grandeza dos conseguimentos: descontrolo do uso de papel higiénico nos serviços, desaparecimento da comarca, incontinência na retenção das populações no concelho, inépcia na obtenção de investimentos produtivos e consequente criação de postos de trabalho, aumento controlado das adjudicações directas, aumento da colecção de projectos inconsequentes para o S. Lourenço, incapacidade para a reversão do “edema” da Empresa - Águas de Carrazeda, justificação e competência para o trabalho autárquico em que a merecida excepção irá para os serviços de limpeza, ausência da promoção de mérito e, rigor e confiança concursal, seleção pelo critério da cor de pele da distribuição de verbas pelas Juntas, ficando-me por aqui.

À parte o que se plasmou, dizemos que foram francamente positivos os resultados obtidos. E assim se expande mais uma vez o sonho de ver crescer e multiplicar-se em alegria, o orgulho de Ser Carrazeda.

É, por conseguinte, com regozijo que daqui transmito os meus parabéns aos nossos autarcas em geral, mas também louvo e manifesto a minha admiração pela sageza com que os nossos munícipes têm sabido eleger os seus representantes.
                                                                                                                                                            

Francisco D´Aragão

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