10 maio 2013

O MILAGRE ELEITORAL DO FUTURO ARQUIVO MUNICIPAL DE CARRRAZEDA DE ANSIÃES


A aposta na construção de um Arquivo que não atraía e não criava emprego e agora já vai fazer milagres... 
 
Basta ler a ata da reunião de abril da Assembleia Municipal de Carrazeda de Ansiães e analisar a revisão do plano e orçamento e a noticia publicada dia 9 de maio no MB para se verificar as incongruências do senhor Prof. José Luís Correia, Presidente da Câmara, na resposta que deu à deputada municipal do PS, Otília Lage, que “no uso da palavra, começou por dizer que a sua intervenção prende-se essencialmente, para fazer  uma abordagem geral ao ponto 2.4 "Documentos  Previsionais do Município para o Ano de 2013" eé uma intervenção feita numa perspetiva de política cultural - de criação de equipamentos estratégicos de base, a qual se lhe afigura continuar omissa nas "Opções do Plano Camarário" e na posição do "coletivo camarário". Prosseguiu dizendo que na presente conjuntura  política  do  poder  central  face  ao  poder  local, marcada por  uma preocupante alienação da soberania nacional, perfila-se no horizonte  o desaparecimento de Municípios com perda acentuada de população, como é o caso de Carrazeda, à semelhança do que aconteceu com as freguesias em que fomos duramente penalizados e em relação ao que aproveita desde para lavrar o seu protesto. Tal situação previsível, em que o nosso Concelho corre sério risco de poder vir a ser absorvido por um qualquer arranjo ou agrupamento, como já em tempos aconteceu com Vilarinho da Castanheira, ditado pelas políticas cegas com que nos querem conformar, tem vindo a ser preparada com a anunciada extinção de serviços fulcrais para as populações, como o Tribunal e as Finanças”.
A Dr.ª Otília prosseguiu dizendo, “o que nos pode salvar é a capacidade de mobilização em defesa da nossa consciência identitária e memória histórica rica, porque somos herdeiros, também, de um importante  e estratégico Concelho Medieval na história  do País. Mas isto, esta defesa da nossa consciência identitária e memória histórica, não cai do céu e não se consegue sem fazer nada. Pergunto então: Quando pensam os políticos desta terra  mobilizar-se e mobilizarem forças para termos aquilo que têm   quase todos os municípios do país, que não andam a dormir, sobre  a importante questão da cultura e história, cimento do presente? Refiro-me, como o  fiz aqui e noutras instâncias o tenho  feito, à necessidade absoluta e prioritária de não continuarmos a deixar andar aos baldões da sorte  os nossos bens, as nossas peças museológicas, os nossos documentos, as nossas  fontes, o valor e o património da nossa história local, alicerce de alavancagem de realizações presentes e  futuras, as quais têm um lugar de defesa  e salvaguarda - o Arquivo e o Museu Municipal, capazes de interagir com os restantes e de se ligarem às redes nacionais e internacionais, conseguindo, por essa via, projetarem-nos condignamente no exterior, para  fora, e reforçarem-nos solidamente a nível de  todo  o Concelho”.
A deputada municipal do PS, Otília Lage, “por último, agradeceu a atenção, pedindo desculpa por reincidir na apresentação desta questão que lhe parece fulcral para a nossa identidade  concelhia e preservação da nossa memória, tanto  mais importante  quanto podemos correr   o  risco  de  desaparecer como  concelho”. 
Depois “na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal, começou por referir que a preocupação manifestada pelo membro Otília Lage, acerca da reorganização do território das freguesias   e  que  provavelmente  se  poderá   estender   aos  municípios,  é,  também,  uma preocupação de todos. No entanto,  disse estar  atento  a isso. Concorda que durante  muito tempo  se adormeceu um pouco”: não  se  criou  competitividade, não  se  acautelaram  as infraestruturas a devido tempo e não se modernizaram equipamentos”, mas esquecendo-se de ter em conta que esse adormecimento, também, claramente se ficou a dever a conivência politica do autarca José Luís, membro eleito pelo PSD e membro da Assembleia Municipal, como Presidente da Junta do Vilarinho.
O Sr. Presidente José Luís, continuou afirmando, em resposta à Dr.ª Otília que “neste momento, entende que será necessário, tal como o referiu na sua intervenção o membro Otília Lage, é necessário que todos se mobilizem, temos que ter presente a memória histórica, a consciência identitária, mas isto não é suficiente, não produz riqueza, não atrai pessoas como desejaríamos, não cria emprego e como tal não é fácil dar vida a um concelho”.
Relativamente à questão dos equipamentos, referiu que, efetivamente, temos um património histórico arqueológico valioso, mas o certo é que não temos um “Tombo", assim tão valioso, à semelhança do  concelho  vizinho.  Carrazeda  de  Ansiães  é  um  concelho  recente ( e Ansiães?)  e  pelo conhecimento que tem, “o·Tombo de Ansiães" não foi transferido para Carrazeda de Ansiães. Neste quadriênio, disse ter havido uma enorme preocupação de recolha e tratamento de todos os documentos, nomeadamente quando da intervenção do restauro no Edifício dos Paços do concelho, foram encontrados documentos do tempo da Monarquia e da República, espalhados pelo chão e que agora estão bem tratados e arquivados (então é ou não preciso um Arquivo?).
Existem   vários  documentos que se  encontram  na  Torre do  Tombo, outros  na  posse de particulares, nomeadamente na Diocese de Braga e Bragança e no Arquivo Distrital, pelo que é necessário e urgente criar  instalações e a devido tempo será tratado".
Por último afirmou ainda o Presidente do PSD, que “presentemente, entende que as prioridades têm que se virar para a economia e para a parte social. No entanto, a devido tempo, é sua intenção dotar o município, à semelhança de outros concelhos, do seu "Tombo", que poderá passar pela compra de um edifício ou pela construção de um edifício para esse fim”.
 
Afinal o que fez mudar de ideias o atual  Presidente da Câmara tão rápidamente para e segundo também a notícia do Mensageiro de Bragança do dia 9 de maio, ter inserido na revisão do plano e do orçamento, aprovado na última reunião, a construção de um arquivo municipal, ou melhor, a adaptação da Escola Velha para Arquivo.
Afinal o Arquivo reivindicado em dezembro de 2012, e nas últimas eleições, agora já vai “produzir riqueza, atrair pessoas, criar emprego e como tal vai ser fácil agora dar vida a um concelho”, só porque vai haver eleições? Mas que milagre esse? Alguma candidatura aprovada à última da hora para a obra  ser inaugurada em setembro e feita à pressa?
Mas mais uma vez o planeamento não existe e o que importa é adaptar mais uma Escola mesmo que não tenha condições espaciais nem de envolvência, de vária ordem para ali se instalar um equipamento há muito reivindicado e que em 4 meses, só porque se avizinham as eleições e importa encher o olho dos carrazedenses, tira-se um coelho da cartola e tudo muda de figura à custa do desenvolvimento estruturante e integrado do Concelho no seu todo e da Vila em particular e, então, corre-se para dar ideia que agora é que é, mesmo à custa do que há três meses o Sr. Presidente defendia para tentar rebater a oposição.
É uma tristeza mas os carrazedenses já se aperceberam que a maneira de gerir é igual à do passado. Gerir só para as eleições e por isso a Vila e o Concelho estão como estão em “agonia” e com monos, como o Centro Cívico e o Cemitério Novo e outros e a Vila sem alma física e humana.
Por isso há que agirmos todos e mudar o rumo da gestão carrazedense diminuindo a divida mas resolvendo também os problemas como a questão do contrato de concessão das “águas” que esconde a real divida, a questão das fossas sépticas e outros que importa refletir neles, a seu tempo.
 
Ø  João Manuel Sampaio, Candidato Independente pelo PS à Câmara de Carrazeda de Ansiães
 
 

4 comentários:

Anónimo disse...

Esta câmara funciona, sem dúvida, à custa da visão e memória curta do povo que se arrasta por este concelho moribundo. A oposição adormece por longos períodos de tempo e, depois, faz política barata e apressada uns dias antes das eleições, contestando banalidades e propondo medidas sem nexo, tal como as do que se encontram no (des)governo da autarquia e que a mancham com nódoas irreparáveis.
Luís Monteiro

Anónimo disse...

Caro Sr. Luís Monteiro quanto à questão do Arquivo nunca estive adormecido, e sei bem o que gostaria para o nosso Concelho, mas como é da discussão serena que nasce a luz, já agora, e deixando partidarites e adjetivos de lado, ajude-nos pensar Carrazeda e participe no debate e dê o seu contributo com sugestões que possam ser executáveis para bem de cada um e do Concelho.
Quanto à adjetivação usada, com todo o respeito, nem a comento mas já que pelo que leio me parece uma pessoa bem-intencionada, assim, deixando o comentário do bota a baixo, muito gostaria de ver aqui postas à colação ideias serenas e profundas para que os três candidatos concorrentes possam escolher as boas ideias que por certo terá para o Concelho. E uma vez que não há jornais locais e os meios de comunicação local não abrem espaço para o contraditório, é com muita satisfação que de forma democrática aqui, no Pensar Ansiães, podemos contribuir para a reflexão e discussão clarividente para o que será melhor para o Concelho e suas gentes, e não apenas usar este espaço para comentários algo derrotistas.
E já agora Sr. Luís Monteiro é sempre bem-vindo e pode contribuir para a melhoria usando da oportunidade democrática de intervir candidatando-se ou reforçar a oposição de forma ativa e lucida. Por mim será bem-vindo, todos somos poucos para AgIR por CaRrazeda…e AfirMAR o Concelho.
João Manuel Sampaio

Anónimo disse...

Num ponto João Sampaio estamos de acordo. As águas de carrazeda é uma situação que deveria ser averiguada pelo mministério público e o poder executivo de então responder criminalmente por gestão danosa uma vez que hipotecou o nosso concelho.

Natural de Zedes

Anónimo disse...

Então, quem sustentava o poder executivo de então, Caro Natural de Zedes? Não eram os membros do PSD da Assembleia Municipal, entre os quais fazia parte o atual Presidente da Câmara do PSD? Há responsabilidades politicas que ainda não foram julgadas?
Interessante, o culpado são os outros, só que agora o outro já não "presta", mas quando andavam de bandeirinha na mão a acenar ou então à espera de uma entrada na autarquia já servia, agora merece cadeia? Eu não vou por aí...basta olhar as promessas e pressões que se andam por aí a fazer e se fossemos a ver esses também mereciam ser julgados por eventual abuso de poder e discriminação politica.

Vilarinho Castanho