A aposta na construção de um Arquivo que não atraía e não criava emprego e agora já vai fazer milagres...
Basta ler a ata da reunião de abril da Assembleia Municipal de Carrazeda
de Ansiães e analisar a revisão do plano e orçamento e a noticia publicada dia
9 de maio no MB para se verificar as incongruências do senhor Prof. José Luís
Correia, Presidente da Câmara, na resposta que deu à deputada municipal do PS, Otília Lage, que “no uso da palavra, começou por dizer que a sua intervenção prende-se essencialmente, para
fazer uma
abordagem geral ao ponto 2.4 "Documentos Previsionais do Município
para o Ano de 2013" e “é uma intervenção feita numa perspetiva de política cultural - de criação
de equipamentos estratégicos de base, a qual se lhe afigura continuar
omissa
nas "Opções do Plano Camarário" e na posição do
"coletivo camarário". Prosseguiu
dizendo que na
presente conjuntura política do poder central
face
ao
poder
local, marcada por uma
preocupante alienação da soberania nacional, perfila-se no
horizonte o desaparecimento de Municípios com perda acentuada de
população, como é o caso de Carrazeda, à semelhança do que aconteceu com as freguesias em que fomos duramente penalizados e
em relação ao que
aproveita desde já para lavrar
o seu protesto. Tal situação previsível, em que o
nosso
Concelho corre sério risco de poder vir a ser absorvido por um qualquer arranjo ou agrupamento,
como já em tempos aconteceu com Vilarinho da Castanheira, ditado pelas
políticas cegas com que
nos querem conformar, tem vindo a ser preparada com a anunciada extinção de serviços fulcrais para as populações, como o Tribunal
e as
Finanças”.
A Dr.ª Otília prosseguiu dizendo, “o que nos pode salvar é a capacidade de mobilização em defesa da nossa consciência identitária e memória
histórica rica, porque já somos herdeiros, também,
de um importante e estratégico Concelho Medieval na história do País. Mas isto, esta defesa da
nossa consciência identitária e memória histórica, não cai do céu e não se consegue sem fazer nada.
Pergunto então: Quando
pensam os políticos desta terra mobilizar-se e mobilizarem
forças para termos aquilo que têm
já quase todos os municípios do país, que
não andam a dormir, sobre a importante questão
da cultura e história, cimento
do presente? Refiro-me,
como já o fiz
aqui
e noutras instâncias o tenho feito, à necessidade absoluta e prioritária de não continuarmos a deixar andar aos baldões da sorte
os nossos
bens, as nossas
peças museológicas, os nossos documentos, as nossas fontes, o valor e o património da nossa história local, alicerce de alavancagem de realizações presentes e futuras, as quais só têm um lugar de
defesa e salvaguarda - o Arquivo e o Museu Municipal, capazes de interagir com os restantes
e
de se ligarem às redes nacionais e internacionais, conseguindo, por essa via, projetarem-nos condignamente no exterior, para
fora, e reforçarem-nos solidamente a nível de
todo
o Concelho”.
A deputada municipal do PS, Otília
Lage, “por último, agradeceu a atenção, pedindo desculpa por reincidir
na apresentação desta questão que lhe parece
fulcral para a nossa identidade concelhia
e preservação da nossa
memória, tanto mais importante quanto podemos
correr o risco de desaparecer como concelho”.
Depois “na sua
intervenção, o Presidente da Câmara Municipal,
começou por referir que a preocupação manifestada pelo membro Otília Lage, acerca da reorganização do território das
freguesias e que provavelmente
se poderá estender aos municípios, é, também, uma preocupação de todos. No entanto,
disse estar atento a isso. Concorda que durante
muito tempo “se adormeceu um pouco”:
não se criou competitividade, não se acautelaram as infraestruturas a devido tempo e não se modernizaram equipamentos”, mas esquecendo-se de ter em conta que esse
adormecimento, também, claramente se ficou a dever a conivência politica do autarca José Luís, membro eleito pelo PSD e
membro da Assembleia Municipal, como Presidente da Junta do Vilarinho.
O Sr. Presidente José
Luís, continuou afirmando, em resposta à Dr.ª Otília que “neste momento, entende que será necessário, tal como o
referiu na sua intervenção o membro Otília Lage, é necessário que
todos se mobilizem, temos que ter presente a memória histórica, a consciência identitária, mas
isto não é suficiente, não produz riqueza, não atrai pessoas como
desejaríamos, não cria emprego e como tal não é fácil dar vida a um concelho”.
Relativamente à questão dos equipamentos, referiu que, “efetivamente, temos um património
histórico arqueológico valioso, mas o certo é que
não temos um “Tombo", assim tão valioso,
à semelhança do concelho
vizinho. Carrazeda de Ansiães é um concelho
recente ( e Ansiães?) e pelo conhecimento que tem, “o·Tombo
de Ansiães" não foi transferido para Carrazeda de Ansiães. Neste quadriênio, disse
ter havido uma enorme preocupação de recolha
e tratamento de todos os documentos, nomeadamente quando da intervenção do restauro no Edifício dos Paços do concelho, foram encontrados documentos do tempo
da Monarquia e da República, espalhados pelo chão e que agora estão bem tratados e
arquivados (então é ou não preciso um Arquivo?).
Existem vários documentos que se
encontram
na
Torre do
Tombo, outros na posse
de particulares, nomeadamente na
Diocese de Braga e Bragança e
no Arquivo Distrital, pelo que é necessário e urgente
criar instalações e a devido tempo será tratado".
Por último
afirmou ainda o Presidente do PSD, que “presentemente, entende que as prioridades têm
que se virar para a economia e para a parte social. No entanto,
a devido tempo,
é sua intenção dotar o município,
à semelhança de outros concelhos, do
seu "Tombo", que poderá passar pela compra de um edifício ou pela construção de um edifício para esse fim”.
Afinal o que fez
mudar de ideias o atual Presidente da
Câmara tão rápidamente para e segundo também a notícia do Mensageiro de
Bragança do dia 9 de maio, ter inserido na revisão do plano e do
orçamento, aprovado na última reunião, a construção de um arquivo municipal, ou
melhor, a adaptação da Escola Velha para Arquivo.
Afinal o Arquivo
reivindicado em dezembro de 2012, e nas últimas eleições, agora já vai “produzir riqueza, atrair pessoas, criar emprego e como tal vai ser fácil agora dar vida a um concelho”,
só porque vai haver eleições? Mas que milagre esse? Alguma candidatura aprovada
à última da hora para a obra ser
inaugurada em setembro e feita à pressa?
Mas mais uma vez o planeamento não existe e o que importa
é adaptar mais uma Escola mesmo que não tenha condições espaciais nem
de envolvência, de vária ordem para ali se instalar um equipamento há muito
reivindicado e que em 4 meses, só porque se avizinham as eleições e importa
encher o olho dos carrazedenses, tira-se um coelho da cartola e tudo muda de
figura à custa do desenvolvimento estruturante e integrado do Concelho no seu
todo e da Vila em particular e, então, corre-se para dar ideia que agora é que é,
mesmo à custa do que há três meses o Sr. Presidente defendia para tentar
rebater a oposição.
É uma tristeza mas os carrazedenses já se aperceberam que
a maneira de gerir é igual à do passado. Gerir só para as eleições e por isso a
Vila e o Concelho estão como estão em “agonia” e com monos, como o Centro
Cívico e o Cemitério Novo e outros e a Vila sem alma física e humana.
Por isso há que agirmos todos e mudar o rumo da gestão
carrazedense diminuindo a divida mas resolvendo também os problemas como a
questão do contrato de concessão das “águas” que esconde a real divida, a
questão das fossas sépticas e outros que importa refletir neles, a seu tempo.
Ø João Manuel Sampaio, Candidato Independente pelo PS à Câmara de
Carrazeda de Ansiães
4 comentários:
Esta câmara funciona, sem dúvida, à custa da visão e memória curta do povo que se arrasta por este concelho moribundo. A oposição adormece por longos períodos de tempo e, depois, faz política barata e apressada uns dias antes das eleições, contestando banalidades e propondo medidas sem nexo, tal como as do que se encontram no (des)governo da autarquia e que a mancham com nódoas irreparáveis.
Luís Monteiro
Caro Sr. Luís Monteiro quanto à questão do Arquivo nunca estive adormecido, e sei bem o que gostaria para o nosso Concelho, mas como é da discussão serena que nasce a luz, já agora, e deixando partidarites e adjetivos de lado, ajude-nos pensar Carrazeda e participe no debate e dê o seu contributo com sugestões que possam ser executáveis para bem de cada um e do Concelho.
Quanto à adjetivação usada, com todo o respeito, nem a comento mas já que pelo que leio me parece uma pessoa bem-intencionada, assim, deixando o comentário do bota a baixo, muito gostaria de ver aqui postas à colação ideias serenas e profundas para que os três candidatos concorrentes possam escolher as boas ideias que por certo terá para o Concelho. E uma vez que não há jornais locais e os meios de comunicação local não abrem espaço para o contraditório, é com muita satisfação que de forma democrática aqui, no Pensar Ansiães, podemos contribuir para a reflexão e discussão clarividente para o que será melhor para o Concelho e suas gentes, e não apenas usar este espaço para comentários algo derrotistas.
E já agora Sr. Luís Monteiro é sempre bem-vindo e pode contribuir para a melhoria usando da oportunidade democrática de intervir candidatando-se ou reforçar a oposição de forma ativa e lucida. Por mim será bem-vindo, todos somos poucos para AgIR por CaRrazeda…e AfirMAR o Concelho.
João Manuel Sampaio
Num ponto João Sampaio estamos de acordo. As águas de carrazeda é uma situação que deveria ser averiguada pelo mministério público e o poder executivo de então responder criminalmente por gestão danosa uma vez que hipotecou o nosso concelho.
Natural de Zedes
Então, quem sustentava o poder executivo de então, Caro Natural de Zedes? Não eram os membros do PSD da Assembleia Municipal, entre os quais fazia parte o atual Presidente da Câmara do PSD? Há responsabilidades politicas que ainda não foram julgadas?
Interessante, o culpado são os outros, só que agora o outro já não "presta", mas quando andavam de bandeirinha na mão a acenar ou então à espera de uma entrada na autarquia já servia, agora merece cadeia? Eu não vou por aí...basta olhar as promessas e pressões que se andam por aí a fazer e se fossemos a ver esses também mereciam ser julgados por eventual abuso de poder e discriminação politica.
Vilarinho Castanho
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