27 fevereiro 2013

Fechar a porta? (4)

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Em segundo lugar o turismo, velha panaceia do nosso devir, não tem trazido nada de novo por incapacidade própria e falta de investimento infraestrutural. A infraestruturação rodoviária feita nos últimos anos e a reativação da ferrovia colocam-nos perto de dois mercados muito importantes: o litoral português e a proximidade de Espanha. Estamos entalados em dois vales, dos mais belos do país, os vales do Douro e do Tua, com potencialidades ímpares de desenvolvimento turístico. São múltiplos os fatores de atração. Os dois cursos de águas convidam à criação de praias fluviais (não há nenhuma no concelho!) e ao desenvolvimento de desportos aquáticos. A preservação e valorização do património histórico e monumental são apostas urgentes e inadiáveis. Vestígios que atravessam toda a história da humanidade são visíveis no concelho, gravuras e pinturas rupestres, dólmens e antas, estradas e pontes de inspiração romana, o castelo e um vastíssimo património religioso. Pontuam pelo concelho casas históricas, brasonadas, lindíssimas, como é o caso da Casa de Selores que poderiam potenciar projetos ligados ao turismo e outras atividades culturais e assim tornar-se polos dinamizadores das comunidades rurais. O argumento para captar turistas passaria para além de todas as razões ligadas ao ambiente, à rusticidade envolvente, a de esta se inserir numa região que está na moda – o Douro. Estar em contacto com as tradições, a gastronomia e a cultura rural em plena região do Património Mundial da Humanidade, o Alto Douro Vinhateiro, o cenário ideal para se partir à descoberta do Portugal profundo. Os solares, como a Casa de Selores deveriam ser pensados também para dinamizarem polos de apoio às atividades da educação do concelho. O espaço de terreno envolvente, dando largas à imaginação dos decisores, poderia proporcionar um sem fim de aproveitamentos nesta vertente: museu concelhio, quinta de aprendizagens, construção de ateliers de apoio às escolas e fator também de atração de forasteiros... E o termalismo, o sempre eterno são Lourenço, a validade das suas águas, a sua envolvência, valor e conveniente divulgação deveriam merecer. São estes e outros argumentos que devemos esgrimir e por onde passa o essencial do nosso desenvolvimento nesta área.
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(a seguir a agricultura)

2 comentários:

mario carvalho disse...

Caro Jose Mesquita

Parabéns .. mais uma vez

Espero que haja quem o ajude a por em prática as suas ideias (fruto da simbiose de um conhecimento profundo da realidade , do amor à terra e da coragem de a defender
abraço


mario

Anónimo disse...

http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEdicao=432&id=28812&idSeccao=4939&Action=noticia

Linhas de Alta Tensão: um crime nunca vem só

Depois do crime da construção das Barragem do Tua, segue-se outro crime: o das linhas de Alta Tensão que vão conduzir a energia desde o Tua a Armamar. Já aqui referi que estas linhas são um verdadeiro atentando ambiental e vão constituir uma verdadeira dor de cabeça por devassarem o espaço aéreo durisense.
Desta feita, e apesar da UNESCO ter sido prudente no aconselhamento ao abrandamento das obras e à reanálise do corredor de passagem das referidas linhas, o facto é que a EDP, com a conivência das entidades oficiais, tem andado a encobrir a sua proposta inicial, e que se encontra chumbada pela UNESCO, pois é sua intenção levá-la à prática.
Das três alternativas propostas, a que foi rejeitada é que convém à EDP, pelo que, umas vezes a retira, outras vezes a repõe.
Seja como for, e mesmo que seja escolhida a melhor das propostas, será sempre mais uma mácula na região. A Barragem continua, e brevemente os céus durienses serão invadidos por mais esta aberração. O pior é que a região está amortecida, anestesiada, e quase nem reage. Restam alguns movimentos ambientalistas e a alguma intervenção política, deste vez levada a cabo pelos Verdes sobre a matéria em causa.
O grande impacto destas linhas virá depois, quando estiverem concluídas. Quando já nada houver a fazer.

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Lá vão os postes de muito alta tensão com sapatas de 50 metros..
substituir as vinhas e sucalcos das quintas e assim favorecer o turismo radical de slide...do Castanheiro, Seixo e Vilarinho!