14 fevereiro 2013

A RESIGNAÇÃO DO PAPA: João Lopes de Matos



O homem Ratzinger  desempenha o cargo de Papa, representante de S. Pedro na Igreja Católica. O homem Ratzinger necessita do corpo para viver. O corpo está sujeito a desgaste, de tal modo que chega um momento em que já não é possível  , através do corpo, cumprir de modo aceitável a função que pretende desempenhar em prol dos seguidores católicos (e dos outros seres humanos). Pensem no que seria o desempenho de um Papa que estivesse anos seguidos acamado.
A esta luz, a resignação tem todo o sentido.  Se ele, aqui, pudesse viver apenas com a alma (como há-de viver quando for para o céu) ser-lhe-ia possível continuar como Papa.
Ratzinger aceitou as limitações da sua condição de homem e tirou as conclusões correspondentes. Cristo   já o tinha assumido primeiro e era Deus.
Há, no entanto, uma diferença entre o Papa-homem Ratzinger e o Deus-homem Cristo: Este, sendo Deus, assumiu um papel muito simples no meio dos outros homens; aquele assumiu as honrarias e os símbolos que os imperadores romanos detinham.
Choca, por vezes, ver Cristo na cruz quase nu e a seu lado os dignitários da Igreja com báculos, mitras e mais paramentos dourados. Não será necessário rever tudo isso?
João Lopes de Matos

4 comentários:

josé alegre mesquita disse...

"Poder podia, mas não era a mesma coisa." Já viu, caro JLM, uma igreja despojada de paramentos, rituais e outros símbolos? Teria o mesmo poder de encantamento e de atração para o grande público? Talvez não.

Anónimo disse...

Sempre muito pertinente, irónico mas assertivo nos seus comentários. É esta a "imagem de marca" do "nosso" prezado JLM !
E, contrariamente ao que nos parece habitual, desta vez, JAM parece estar de acordo, não só com a temática mas também no estilo irónico e assertivo! Parabéns aos dois amigos.

HR

Anónimo disse...

Não percebi o 1º comentário. Não havia qualquer negação de símbolos no que escreveu JLM.

sentiransiaes

Anónimo disse...

O homem,nas lucubrações,é muito espiritual:no dia a dia,é um animal puro e duro.