26 setembro 2012

A EXTINÇÃO DAS FREGUESIAS E AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS: João Lopes de Matos




Uma das medidas apresentadas, para cumprimento, pela troika é a extinção ou fusão de freguesias.
A razão de ser de tal medida reside no facto de se entender que qualquer entidade ou organização deve, para poder funcionar com um mínimo de proveito e racionalidade, ter um mínimo de dimensão. Não está aqui em causa a poupança de meios porque os gastos com as  freguesias existentes são despiciendos .Está aqui em causa, sim, a eficiência, evitando a multiplicação desnecessária de organismos com os mesmos fins.
Este raciocínio leva, por exemplo, a que nas sedes de concelho não haja necessidade de qualquer freguesia, porque aí está sediado o município, com a respetiva câmara, dispensando esta a existência de algum outro organismo administrativo.

O problema de Carrazeda é o de saber, afinal, quantas freguesias devem persistir e quais.
Acontece que todas as freguesias de Carrazeda têm um número de habitantes inferior ao desejável. Só obteremos um número aceitável se agregarmos umas quantas, restando, por exemplo, cinco ou seis.
A maior parte delas fica situada a escassa distância da sede e, portanto, não têm razão de permanecer autonomamente em relação ao município e respetiva câmara. Ficamos apenas com alguns casos de algumas freguesias mais distantes,mas, ainda assim, não excessivamente: Vilarinho e Pinhal do Douro; Seixo de Ansiães, Beira Grande ,Selores e Lavandeira; Linhares e Campelos ; Pombal, Pinhal do Norte e Brunheda; Tua, Ribalonga e Castanheiro. A população destes aglomerados é ainda diminuta .E, acaso, por exemplo, o Seixo, a Beira Grande e a Lavandeira prefeririam  tratar de alguns assuntos em Selores e outros em Carrazeda ou todos em Carrazeda? Parece que optariam por esta segunda hipótese.

Apresenta-se-me,pois, como solução mais acertada o desaparecimento de todas as freguesias.
A não ser aceite esta solução, então que permaneça tudo como está para evitar más soluções ou desavenças entre os habitantes do concelho.

Em breve vai haver eleições autárquicas e novamente se põe o problema de organizar listas, coisa que se torna cada vez mais difícil, dada a escassez de elementos de escolha.
Por isso mesmo, acho que não deve desperdiçar-se nenhuma oportunidade de dar lugar aos novos, quer para a Câmara e Assembleia Municipal quer para as freguesias.
E não se deve ter medo dos novos, pois de erros feitos pelos mais velhos está o concelho cheio, em especial, Carrazeda. Nem vale a pena enumerá-los. São do conhecimento geral.

João Lopes de Matos

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