14 abril 2010

O Jóly

Quem é o Jóly!? Quem é o seu dono e qual é a sua condição de vida? Perguntas a pedir resposta. Pelo que sei o Jóly é um dos resistentes. Daqueles que viram tudo o que havia para ver. Testemunhou tudo o que havia para testemunhar. Gozou e sofreu, salvo as devidas proporções, as contingências vividas desde sempre por estas paragens. Ele nunca sentiu necessidade de ter uma opinião própria. Ignora o estado de saúde das finanças públicas. Jamais questionou a problemática do novo cemitério ou a manutenção da Linha do Tua. Não sente necessidade de usar o consciente, nem se julga culpado e, é-lhe indiferente o marasmo que o circunda, embora sinta pontualmente as consequências. Desconhece-se se já requereu a reforma, altura em que se espera também possa gozar melhor o resto dos seus dias, na companhia de um cão com “pedigree”, que o acompanhará nas longas caminhadas para a manutenção da sua boa forma física. Provavelmente pertence ao grupo dos que adoram jardins porque lá vê crescer uma relva viçosa, tanto do seu agrado.
Respeitante ao seu aspecto físico, dizem-me que se mantém conservado para a idade o que de resto terá dado origem ao nome afrancesado que lhe puseram. Não morde, é doce, meigo e obediente para com todos, particularmente para com quem lhe dá de comer. Mantém a dentição original.
Pelo que já foi dito e, perante o protótipo do que de mais genuíno tem caracterizado e exemplificado a mísera condição mas ele é casmurro de vivência generalizada por estas paragens, propõe-se a selecção do Jóly, para exemplo modelar a preservar como património imaterial do concelho. Este parece ser o único modo de passar aos vindouros o símbolo do passado desgraçado, que não se consegue olvidar e que logicamente foi moldado por indivíduos de que se propõe um símbolo e pelas suas circunstâncias.
Para quem me quiser acompanhar na luta pela persecução deste desiderato e pretenda conhecer o Jòly, informa-se que este tem residência fixa no Funda da Vila, onde todos o conhecem e poderão facultar o seu endereço electrónico.

Nota: Informa-se que houve pessoas quiçá, com intenções duvidosas, que ainda fizeram tentativas para que Jóly renegasse o seu passado mas, ele era e continua muito casmurro.

15 comentários:

mario carvalho disse...

Os trochas que pagam as Orgias Publicas

Televisão Independente???

http://www.youtube.com/watch?v=8-gfYN61WRM

lá como cá...

uns reagem .. outros nem por isso

Anónimo disse...

Parabéns HC pela mensagem que enfatiza o texto em apreço e pela dialéctica literária que a consubstancia.

Como acaba de referir, confesso sinceramente que não sei, também, quem é o dono do Jóly. Afinal se o animal tem um nome afrancesado, será que ele não pertence à árvore genealógica dos Caniches? Sabemos que nunca lhe faltou nada. Porém, ao que parece, hoje, deve faltar-lhe muita coisa. É que o animal, apesar de ser muito caseiro, coisa que não era no passado, presentemente quando aparece na rua, dá-me pena do bicho pelo estado de magreza que revela. Será que hoje, não tem “pedigree” como antigamente, em que vivia na luxúria, onde não lhe faltava, como dizem, tudo o que era do bom e do melhor?

Entretanto,o animal, hoje, “não morde, é doce, meigo e obediente para com todos, particularmente para aqueles que lhe dão de comer”. Mas, no passado, como sabe, o Jóly, não era assim. Não sei se sabe, mas o bicho era muito mau. Então, quando rangia os dentes, quase todos lhe fugiam. Mas, ao que me dizem, tem-se verificado que o bicho, nos últimos tempos, às vezes, tem demonstrado menos agressividade, talvez, fruto de uma "injecção" que o veterinário, em devido tempo, lhe deu. Não sei qual o tratamento a que se destinava. Será que foi, por exemplo, por causa da raiva? Não sei, confesso. O que sei, é que o bicho apesar de ter reagido negativamente e não ter aceite bem o tratamento, acentuou o seu grau de instabilidade. Não sabemos, quais as suas razões. Será que foi por causa da tal "injecção"? Pelo “pedigree”? Pela falta de dentes? Ou será que é por caminhar de mais?

Por fim, se o Jóly pertence ao grupo dos que adoram jardins porque lá vê crescer uma relva viçosa, tanto do seu agrado, será que ele não sabe respeitar o jardim? Ou fá-lo, porque gosta de se espreguiçar na relva, ou de andar à procura de grilos e/ou de minhocas, num vaivém constante? Se assim é, talvez, esteja justificada o seu estado de magreza galopante. Se não é por estas razões, confesso, sinceramente, que me dá imensa pena do podengo.

Cumprimentos,

LVS

mario carvalho disse...

Só espero que os companheiros que o bajulavam quando era forte e gordo, não venham agora atirar-lhe pedras armados em heróis e corajosos..........

Anónimo disse...

Como refere o bloguista, Mário Carvalho, presumo que os tais companheiros do canídeo em causa, talvez não façam o que refere, porquanto, estou certo, devem estar, possivelmente, "desparasitados" dos tais "sangue-sugas" que incomodavam o podengo. Se assim é, podemos viver mais descansados, já que o bicho, presentemente, não incomoda. Se incomodar, temos serviços concelhios de clínica veterinária e canil já construído. Se for necessário, ser-nos-ão úteis e recorreremos a eles, para bem da saúde pública. É que, o "caniche", afinal, está mesmo magro. Neste caso, algo vai mal no reino deste tipo de animais. Por isso, só espero que seja, apenas, uma questão de dieta. Caso contrário, dá-me pena do Jóly!

Cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

O JOLY
Joly(s) há muitos meus caros,
aqueles que mordem, os mansos, os traiçoeiros, os calados, os que só ladram, os que se babam, os que arreganham os dentes, os que só se vêm quando as cadelas andam com o cio, etc.,
afinal em que joly os caros comentadores se revêm?

Helder Carvalho disse...

Jòly é quem a gente quiser

Afinal não faltam Jólys. Pelos vistos, há-os de todas as cores e feitios. Continuo a pensar que o meu é o último asno que por sinal ainda vive e trabalha no Fundo da Vila.
Quando me lembrei deste, estranhei que antes os nossos ambientalistas não tivessem já organizado uma campanha para a sua salvaguarda e protecção. O importante é que o animal, outrora tão popular, não desapareça para dar lugar a outro representante dos seus dotes. Sublinhe-se que não confirmei junto da comunidade cigana se existem mais exemplares.
Estou convencido que o Sr. Luís trata com muito Amorzinho o seu Jóly. Desconheço se o próprio retribui para alem do previsível, visto que não sei se o dono recebe o subsídio calculado para quem cria estes animais.
No meio disto tudo só tenho dúvidas sobre se, no devaneio que fiz, terei exagerado nas metáfora. Mas consegui motivar outros criativos.

Anónimo disse...

eu sou o joli anonimo que só aparece quando a joli anonima esta com o cio,,,ah aha ah já sa be para quê.. uh uh uh

Anónimo disse...

Áh motivaste, motivaste e bastante, caro HC. Mais: foste um fósforo que pegou fogo. A nossa floresta local, como sabes, tem pouca matéria. A que tem, quase toda ela, está cansada, moribunda, endémica e pouco vicosa. Precisavamos, por isso, de um impulso que despertasse as mentes. Tu foste a chama ardente que nos iluminou.

Como tu, também eu, tenho pena do Jóly ou do caniche afrancesado como o queiras apelidar. Porém, o que me dá mais pena no podengo é que ele está tão magro, tão magro, que já nem tem forças para latir como o sabia fazer outrora. Será que ele está doente? Confesso que não sei. Mas, presumo que esteja!...

Também eu estou convencido que o Sr. Luís trata bem do animal, porquanto ele, como é seu apanágio, o sabe fazer com bastante Amorzinho, aliás, como referes no texto.

Entretanto, não há muito tempo, apesar de não gostar de algumas coisas que o Jóly fazia, dava algum gosto vê-lo passear nos jardins da nossa vila. Porém, hoje, não se vê o animal a fazer isso. Não sei se ele aumentou o seu QI, se já sabe ler as placas para não pisar a relva, ou ainda, se despertou para a preservação destes espaços verdes.

Entretanto, dizem-me alguns que o caniche está mais caseiro. Não sei se está a escrever as suas memórias, se é por causa da chuva, se não gosta que ela lhe bata nas orelhas, ou se é por algo mais!... . Mas, como quase todos os podengos não gostam que a chuva lhe bata nas orelhas, talvez, seja esta a justificação para o animal estar mais caseiro. É que, quando esta lhe cai nas orelhas, ele sacode-as bastante e, para não vir a ter algum torcicolo, fica no seu espaço a meditar sobre o que é a vida e, ainda, o que esta tem para lhe oferecer em função daquilo que fez. Sim, isso mesmo: do que fez, se é que fez, alguma coisa de útil na vida!...

Neste caso, o que eu espero e desejo é que o tal senhor continue a prestar o apoio que entender ao Jóly, talvez um dia, quem sabe, seja condecorado com alguma medalha, como aliás, aconteceu no ano passado. No caso de não vir a ser agraciado, poderá vir a ser contemplado, por exemplo, com o rendimento mínimo fruto dos relevantes serviços prestados a este canídeo (e não só!).

Cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

Fiquei surpreso com tanta análise de sofá, ao tema do (julgava eu) podengo, mas afinal pertença do gado asinino. Estranho até que a Freud tenha escapado este tema da psicanálise pós moderna " Ser ou não Ser ...Joly". afinal é próprio do género humano... Enquanto houver sofás e Jolys haverá sempre conversa de soalheiro.
Ass. Zigmund rafeiro

Anónimo disse...

Não sei se os carrazedenses sabem mas, o pobre do Jóly, carece da ajuda de todos nós, pelos relevantes serviços que nos prestou, ainda há bem pouco tempo.

Quem conhece o animal como eu o conheço, não restam dúvidas de que, o bicho mete dó. Era um podengo que tinha um faro bastante desenvolvido. Mas, hoje, fruto do seu estado de debilidade, quase não tem forças para repelir aqueles que o atacam. Além disso, não tem forças, pois está muito magro.

Não digam que a culpa é do Sr. Luís. Isso não. De jeito nenhum! Ele até trata muito bem o caniche como ninguém e, diga-se: com bastante Amorzinho.

Entretanto, dá-lhe de comer e de beber a horas. Presta-lhe todos os cuidados e, às vezes, faz alguns sacrifícios para que nada falte ao animal.

Por conseguinte, este senhor, em certos momentos do dia, para que nada falte ao Jóly, tenta transmitir-lhe uma auto-estima, nomeadamente, através da poesia e faz-lhe declamações, animando-o para a vida, baseada nos seguintes termos:

Conheci um cão:
- Que falava,
- Que escutava,
- Que cantava,
- Que brincava,
- Que ladrava,
- Branco como o linho
- E grande apreciador de vinho;

- Que corria milhas,
- Que perdia,
- Que ganhava,
- Que estudava,
- E que caçava,
- Em muitas das nossas ilhas;

É um cão
De pouca imaginação,
Que anda por aqui!...
E tem o nome de Jóly;

E que tal?
É ou não
Uma perfeição de cão?

Não acreditam?
Têm razão:
- Afinal é um pobre cão!...


Assim, parabéns sr. Luís. Também eu, acredito que o Jóly é um cão com muito mau génio. Talvez por isso, esteja a passar o que merece. Mas, olhe, não se arrependa do bem que faz ao animal. Continue a tratar dele como merece! Está bem?!...

Cumprimentos,

LVS

Anónimo disse...

AFINAL O QUE É FEITO DO JÓLY? MEU POBRE BICHO!!...

Anónimo disse...

Como o Jóly é um canídeo afamado, embora tarde, decidiu ir estudar.

Anónimo disse...

Será que o Joly além de canídeo, é mais inteligente que o dono? Porque é que em vez de comentários construtivos e dizerem o que de melhor se pode fazer por Carrazeda, se alimentam polémicas e até se ofendem mesmo que indirectamente os outros? Pensamentos solidários e construtivos, ideias mas sem politiquices e não confundir o que queremos em troca de uma qualquer cor partidária. Pois não será por isso mesmo que continuamos no marasmo há 25 anos ou mais?
Ver a Juventude a ter que abandonar as origens e não ter hipoteses de regressar a não ser na reforma? Pensem pois as lições na vida aprendem-se não se adquirem de outra forma...

Anónimo

Anónimo disse...

Tenham vergonha e cuidado com as ofensas às pessoas, todos erram e fazem algo de bom, ninguém marca a diferença.

Anónimo disse...

O Jóly padece de várias enfermidades que não têm resolução, o seu fim aproxima-se.