18 fevereiro 2009

Barragem - mais empregos

A barragem do Baixo Sabor, que está a ser construída em Torre de Moncorvo, é um investimento que vai ajudar a combater a crise. É a convicção do primeiro-ministro, José Sócrates, que ontem visitou o local.

O chefe do Governo baseia-se em números: 300 pessoas e 42 empresas estão, neste momento, envolvidas nos trabalhos. A obra começou em Setembro de 2008, deve acabar em 2013, e no auge da empreitada estarão ali ocupadas 1700 pessoas e mais de 100 empresas. "Isto significa que esta barragem está a dar mais oportunidades de emprego", frisou Sócrates, acrescentando as "oportunidades de actividade para as empresas portuguesas". "É com estes investimentos que se combate a crise", rematou.

(...)

10 comentários:

mario carvalho disse...

Quantas são de Carrazeda? e de Moncorvo? e de Vila Flor?
Onde dormem?Onde comem?

Que contas fazem as Camaras para chegarem ao fim do mês e dizerem:
- Ganhámos tanto .. tinhamos razão
Para o mês que vem temos de ganhar mais e empregar mais pessoal da zona.. O que vamos fazer para isso?

e qual é a perspectiva de lucro para os comerciantes , autarquias e pessoas até ao fim do ano ? e ao fim de 4 anos?
E depois que vamos fazer quando tudo e todos se forem embora?
Temos de começar a pensar em alternativas? Como? Como vamos aproveitar esta promoção da terra paea chamar e fidelizar pessoas?

ETC ETC ETC .. Já têm as Camaras. os comerciantes etc os planos de acção preparados?

Espero que não comecem a pensar neles quando se for tudo embora e ainda tiverem de pagar a limpeza e a electricidade mais cara......

mario carvalho disse...

Publico de seguida um texto imprescindível de António Maria (http://o-antonio-maria.blogspot.com/):
A pandilha de Macau está a dirigir-se ao país como o Ali Babá e os 40 ladrões. O vale do Tua tem 30 km de Zona Demarcada do Douro que ficará debaixo de água se a barragem for consumada.
Estive a conversar com um engenheiro construtor de barragens e especialista em energia, que por razões da óbvia necessidade de protecção da fonte, num país dirigido por piratas que usam e abusam do ministério público, dos serviços de informação da república e das polícias para prosseguirem os seus fins corruptos, não divulgo. A conversa girou em volta deste artigo. Passo a resumir os argumentos mais importantes:
1) Há um verdadeiro assalto aos rios portugueses (sobretudo aos afluentes ainda intactos dos grandes rios Douro, Tejo e Guadiana) programado pela EDP e pela Iberdrola —a irmã espanhola da EDP dirigida no nosso país por um traidor chamado Pina Moura—, com os préstimos do Pepe rápido de Freeport, colocado onde está pela tríade de Macau.
2) Os ventos, imprescindíveis à energia eólica, são variáveis e oscilantes, e essa variabilidade não está coordenada com o consumo da energia eléctrica.
À noite há vento, mas não há consumo eléctrico ou são comparativamente baixos e pouco rentáveis na perspectiva das empresas que nos vendem a energia, pelo que Portugal importa energia vendida pelas centrais nucleares francesas ao preço da uva mijona.
E de dia, quando se dão os picos de consumo (que a EDP vende a preços exorbitantes), o vento sopra onde quer e quando quer, pelo que centenas ou mesmo milhares de ventoinhas eólicas estão frequentemente paradas, como qualquer um de nós já teve oportunidade constatar.
Ora é precisamente nos picos de consumo que a EDP e a Iberdrola mais precisam de energia gerada no nosso país. É durante estes picos que estas empresas puxam ao máximo pelos preços, contribuindo, também por esta via, para a reconhecida falta de produtividade da economia portuguesa!
Ao coalharem o país de ventoinhas (em vez de terem planeado a coisa de modo progressivo e sustentável), para suprirem a capacidade de geração da centrais hidroeléctricas, precisamente durante o dia e sobretudo nas horas de ponta, esqueceram-se de avaliar correctamente a variabilidade e oscilação dos ventos, pelo que, depois de terem investido milhares de milhões de euros nas ditas ventoinhas (oriundos nomeadamente dos mercados financeiros especulativos), descobriram que o débito das mesmas é criticamente imprevisível e não chega para as encomendas! Ou seja, a peneira desenhada para colher as pepitas douradas dos picos de consumo energético, não consegue cumprir os objectivos anunciados — nomeadamente aos accionistas e especuladores que investiram nos cartéis energéticos de todo o mundo, nomeadamente em Portugal.
Daqui a necessidade de um plano urgente de novas barragens, com grupos reversíveis — i.e que permitem forçar a água que move as turbinas regressar de novo às albufeiras —, situadas nos afluentes dos grandes rios portugueses, e cujo principal objectivo é suprir a grande e escandalosa falha do programa eólico nacional.
As novas barragens têm como principal objectivo produzir a energia prometida pelas ventoinhas que infestam o país, por vezes em zonas onde nunca deveriam ter sido colocadas. Ou seja, em vez de se correr com o incompetente e arrogante Mexia da EDP, temos que ouvir este capataz do Bloco Central dizer que quer corrigir os erros crassos de que é responsável à custa de toda a espécie de ilegalidades e sobretudo da destruição de patrimónios e recursos insubstituíveis! Em nome de quê devemos aturar esta criatura indecente e medíocre?
Para construir a barragem do Tua privam-se as populações do direito constitucional de conservar uma ligação ferroviária à rede nacional (a Linha do Tua) - sem restabelecimento possível, no caso de a inundação do vale do rio Tua se consumar. Para construir as barragens do Tua, Sabor, Fridão, etc..., ameaçam-se populações (se for construída a barragen do Fridão, e um dia houver um azar, e o paredão da barragem ruir, a cidade de Amarante ficará submersa!), destroem-se habitats insubstituíveis, eliminam-se paisagens únicas, e depois, o emprego temporariamente criado evapora-se, e ficam apenas barreiras físicas e corporativas ao desenvolvimento local.
Ninguém pesca, perde-se o direito à água que sempre fora público, ninguém navega — em suma, deixa-se que empresas privadas sem controlo e prepotentes realizem uma autêntica conquista económica e física de uma parte crucial do território nacional.
Douro e Trás-os-Montes, ao contrário do que se julga, não são pobres.
Pobre é a maioria da gente que lá vive! Mas daquele vale do ouro (daquele rio Douro) vem boa parte da riqueza nacional. Sob a forma do vinho e azeite que todos conhecemos e apreciamos, mas ainda mais como boa parte da água e da energia eléctrica que alimentam as grandes cidades-região de Lisboa e Porto! Ou seja, rios que correm em Portugal, sobretudo o rio Douro e seus afluentes, são hoje muito mais valiosos que o ouro que já não temos! Como foi possível deixarmos avançar as abutres da globalização neo-liberal por tamanha riqueza dentro?
É preciso renacionalizar a EDP quanto antes!
E é preciso restringir claramente os direitos das empresas privadas envolvidas na exploração dos recursos hídricos e energéticos nacionais. EDP, Iberdrola, Endesa, etc. não podem continuar a comportar-se como assassinos ecológicos e salteadores impunes da água e das energias renováveis dos países por onde andam. Há que reverter o processo pulha que conduziu à privatização destas outrora empresas públicas dos dois países ibéricos. -- OAM

Publicada por Jose Silva em 10:45 1 comentários


Excelente artigo em Norteamos
http://norteamos.blogspot.com/

PILOTO disse...

Sim, ha emprego agora e apos o fim da obra? Quem é que fica a lucrar com a dita? (EDP)

Anónimo disse...

E quando morrer a galinha que dá esses ovos de ouro temporariamente, vão-se agarrar a quê?

Anónimo disse...

Este primeiro ministro tem ideias muito luminosas. Estão à vista de toda a gente...Antes não estivessem, prova de que ele não estaria onde está.Era a nosse sorte.

Anónimo disse...

Quercus emite parecer negativo à construção da Barragem do Tua

A Quercus enviou um parecer à Agência Portuguesa de Ambiente sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua (AHFT), cuja discussão pública terminou recentemente, onde reforça a sua “posição muito desfavorável” à construção desta barragem.
Segundo a Quercus, “a destruição do sistema ecológico será de grande magnitude” e “a paisagem e identidade do vale serão irremediavelmente afectados”. A associação ambientalista adianta ainda que a zona afectada pela barragem e o troço a jusante estão incluídos na paisagem do Alto Douro Vinhateiro, classificada como património da humanidade. “Esta intrusão é penalizadora para este tipo de classificação, embora o EIA, reconhecendo-o, o procure minimizar”, afirma a Quercus.

Os ambientalistas criticam o facto de o EIA ser “omisso” quanto aos “prováveis efeitos negativos” que o aumento do teor de humidade do ar provocará na actividade vitivinícola da região. A Quercus reprova ainda quando se diz que o EIA, no seu Resumo Não Técnico, refere que “os impactos positivos do AHFT surgem à escala nacional, pois este contribui de forma directa para a produção de energia limpa através de um recurso renovável”. Para a associação ambientalista, “este efeito pode considerar-se de reduzida significância, dado que permitiria apenas suprir cerca de 0,5% das necessidades de energia eléctrica do país”.

Em alternativa à construção da barragem, a Quercus propõe o redireccionamento dos investimentos para outras vertentes, como a reabilitação de raiz da Linha do Tua, a resolução do abastecimento de água com a construção de açudes nos troços superiores dos rios, com aproveitamentos do tipo mini-hídrica, entre outras medidas.

Anónimo disse...

Moncorvo já tem experiencia

fecharam as minas quando disseram já não ser rentáveis
levaram as riquezas e deixaram o lixo e o desespero
levaram o combóio e ficaram com umas camionetes
levaram os telefones
levam tudo

agora levam a beleza do rio, as oliveiras e as terras

e depois quando já não tiverem mais nada para levar?

fica tudo como Carvalhal

parabéns á comissão liquidatária

Anónimo disse...

Associação ambientalista Quercus reforçou a sua posição “muito desfavorável” em relação à construção da barragem
Já está na posse da Agência Portuguesa de Ambiente o parecer da Quercus ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre o Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua (AHFT). Após “análise detalhada”, os ambientalistas reforçaram a sua posição “muito desfavorável” à construção da barragem. Os ecologistas dizem que o EIA confirmou que o Vale do Tua é, “ao nível da biodiversidade, umas das regiões mais ricas do País, apresentando várias espécies que possuem estatuto de protecção”, pode ler-se no comunicado. Para a Quercus, o facto da albufeira se prolongar ao longo de mais de 30 quilómetros do vale, “precisamente na zona ecologicamente mais sensível”, vai destruir em grande escala o sistema ecológico. A fauna e flora também são, segundo o parecer, afectadas com o aproveitamento hidroeléctrico, “dadas as relações de interdependência existentes nos ecossistemas, mas merecem destaque toda a flora termófila (flora de leito de cheia) e os quirópteros (morcegos), que existem em grande número”. Também a avifauna sai prejudicada, nomeadamente espécies protegidas como a Águia de Bonelli, o Falcão peregrino, a Cegonha negra, o Chasco preto - este em situação de pré-extinção – ou o Melro d’água. Pensa-se que o Vale do Tua abrigue 19 por cento das espécies protegidas de répteis e mamíferos. Para os ambientalistas, também as paisagens e a identidade do vale serão “irremediavelmente afectadas, o que constituirá um empobrecimento da região”. “Acresce o facto da zona afectada pela própria barragem e o troço a jusante, que será bastante desconfigurado com obras de escavação, estarem incluídos na Paisagem do Alto Douro Vinhateiro, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade, sendo que esta intrusão é penalizadora para este tipo de classificação, embora o EIA, reconhecendo-o, o procure minimizar”, pode ler-se no documento. A Quercus lembra que o único efeito positivo que resultaria da construção específica do AHFT “surgiria à escala do País e não da região”, beneficio que se traduzirá apenas na produção de energia hidroeléctrica. Em resumo, os ecologistas defendem que a construção da barragem de Foz Tua teria impactos “muito negativos” ao nível da paisagem, da ecologia, da sócio-economia e do património, “inviabilizando um verdadeiro plano de desenvolvimento para a região” e contribuindo para a “desertificação humana” destes locais.

Alternativas à barragem
Depois de se mostrarem desfavoráveis à construção da barragem, os elementos da Quercus apresentaram algumas propostas que possibilitem o redireccionamento dos investimentos para outras vertentes. A sugestão vai no sentido de reabilitar a linha do Tua, “substituindo e requalificando, se necessário, todo o equipamento ferroviário, em todo a sua extensão, até Bragança”. As alternativas passam também pela ligação da Linha do Tua a Puebla de Sanábria, à rede ferroviária espanhola, “de forma a facilitar e potenciar a afluência à região, seja em visita ou em trabalho, reabilitando ao mesmo tempo as estações e apeadeiros, transformando-os “em locais de venda de gastronomia e de artesanato locais” Em relação ao abastecimento de agua a Quercus propõe que sejam construídos açudes nos troços superiores dos rios, de forma a garantir “uma excelente qualidade da água e facilidade no abastecimento”. “Estes açudes poderiam ter aproveitamentos do tipo mini-hídrica, direccionando a energia para o abastecimento directo das populações locais, revertendo as receitas geradas para as autarquias locais”, defendem. Os ecologistas sugerem ainda que se elabore um programa de incentivos para o desenvolvimento da hotelaria de baixa intensidade na região, nomeadamente hotéis, pousadas, turismo de habitação e que se promova o Vale do Tua “pelo que de melhor tem: Paisagem e Natureza”. Os ambientalistas aconselham ainda que se fomente todo o tipo de actividades turísticas ligada à natureza, garantindo “o escrupuloso respeito pelo meio ambiente”, criando por exemplo uma pista de canoagem “para provas nacionais e internacionais”, bem como o estímulo da pesca desportiva. A Quercus recomenda ainda que os investimentos possam ser redireccionados para a criação de parques industriais que transformem os produtos típicos da região - azeite, vinho e cortiça – em parcerias com forte ligação às Universidades e às novas tecnologias.

Anónimo disse...

vale a pena ir ao site


http://www.saborcombarragem.org/


e verificar a actividade e a informação transmitida às populações pelos apologistas das barragens

marimbam-se e devem andar a comemorar nos bons restaurantes de Lisboa enquanto os da terra apanham com o pó e o fumo dos camiões

Anónimo disse...

Descubra Portugal antes que acabe

ou a incúria da desorientação


Na nova campanha do Turismo de Portugal:

"Para uma experiência fluvial genuína, recomendamos o último rio selvagem de Portugal, o Sabor. Livre de barragens, corre ininterruptamente ao longo de 120 quilómetros, quase todos transmontanos, até desaguar no Douro, junto a Torre de Moncorvo. É o destino preferido dos apaixonados do rafting e da canoagem mais radical, já que as suas águas bravas oferecem sensações equiparáveis a umas quantas montanhas-russas, combinadas com o privilégio de desfrutar de uma paisagem natural tão rica quanto intocada"
http://www.descubraportugal.com.pt/edicoes/tdp/registo.asp?idcat=1026&id=7064&tipo=a&o=t