E NÓS A VÊ-LOS PASSAR…..
Os barcos sobem pelo Rio Douro, lentamente a saborear a paisagem magnifica que os envolve e esmaga. São turistas que vão naqueles barcos, uns pequenos, outros maiores e lá vão em direcção à eclusa da Barragem da Valeira que os aguarda, para os elevar até ao nível superior da àgua e possam assim prosseguir viagem rumo ao Pocinho.
Lá vem mais um barco desta vez no sentido descendente, este em breve irá passar em frente à aldeia de Foz Tua, que está servida por bons Restaurantes regionais. O barco não vai parar pese a localização de cais ali colocados para esse efeito. Os Turistas, nacionais ou estrangeiros, deixam nas margens do rio, deste Douro - que inspirou Torga e outros poetas- deixam lixo, sacos plásticos com detritos e outros materiais, numa visivel provocação das empresas que exploram os transportes, perante a passividade das autarquias que ou fingem desconhecimento ou são cumplices destas proezas. Aqui o prevaricador está devidamente identificado.
Sobem e descem, muitas vezes durante o ano e há a època baixa, e a época alta, mas logo em fins de Março entra a Primavera e no Vale do Douro, lá andam os barcos, e eu a vê-los passar… em Abril assim aconteceu. Enquanto uns trabalham nos seus campos, a cultivar as videiras que dão o vinho que os turistas bebem, vendido pelos Ingleses, que já nos compraram as uvas e ainda bem que assim é. Manda a tradição que se cumpra este ritual de vender as uvas, e esta já vem do tempo da temível D. Antónia, essa fantástica mulher que lutou em defesa dos pequenos lavradores , cujo exemplo infelizmente não foi compreendido, mas ficou para a história do Douro como “A Ferreirinha” .
Foi pela acção de um Presidente da Casa do Douro com sede na Régua,- que só ele saberá as verdadeiras razões daquele nefasto negócio com a Real Companhia Velha, - que o Governo se viu obrigado a condenar à morte e à ineficácia aquele Organismo. Os dias correm e inpunemente nada aconteceu ao responsável por tais actos,se justiça se fizesse a cadeia era pouco. Fica para a história a vontade dos que ainda querem ressuscitar o cadáver numa luta desigual.O lavrador duriense merecia melhor sorte, pelo menos mais justiça.
Longe vai o tempo em que no cais da Senhora da Ribeira, ali atracavam os primeiros grandes barcos – o Barco Hotel – e aos mesmos eram servidas as refeições. Faziam-se excursões para ìr ver os Barcos e quem neles viajava, os Ingleses de olhos azuis e outros estrangeiros. À data até o primeiro ministro de Inglaterra Jonh Major, passou pelo Restaurante da Senhora da Ribeira, recebido com todas as honras pelos nossos autarcas, belos tempos.
O tempo em que o Rio Douro, oferecia generosamente peixe aos pescadores, que do seu leito pescavam enguias, sável e lampreia entre outros. Veio o progresso, as barragens as desculpas económicas de uma energia mais limpa. Construiram-se as Barragens e não há lampreia no Rio Douro, há passeios turisticos com inicio em Gaia até ao Pocinho, as empresas lá continuam com os barcos e eu e tu e nós a vê-los passar… Será com esta prespectiva de negócio que os autarcas de Alijó e Carrazeda, querem fazer passar a futura imagem da Barragem do Tua?!
1 comentário:
E nos a ver os barquinhos a passar, uma vez que somos uns dos que têm umas das jasigas maiores de uranio porque ñ temos uma ou duas centrais nucleares a bombarem electricidade? ah, ja sei é preciso compra-la aos espanhois coitadinhos eles são tão pobresinhos, ah ja sei é por causa do ambiente, se assim for nunca mais saimos da cepa torta, pois eu antes prefiro uma central nuclear bem segura que uma paisagem descaraterisada.
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