29 abril 2008

ESCAPADELA

Pergunto ao vento que passa
O que a principio seria mais uma excursão à Galiza, visitando os principais pontos turísticos, a saber Sanxeno, Grove e Santiago de Compostela – cedo se revelou um agradável convívio entre amigos que se conhecem há muito muito tempo.
Logo no início da viagem e após ser conhecido o itinerário, veio a recordação de um passageiro que numa outra viagem, e no precurso de Valpaços a Chaves, obrigou a paragem forçada por causa da revolta das tripas de um ocupante, que teve necessidade de deitar a carga ao mar. Foi desde logo resolvido o problema colocando o dito ao lado do condutor e evitar o enjoo.
O Sol quis estar presente e foi companhia obrigatória, para contentamento de todos os participantes durante a nossa viagem que teve início no dia 25 de Abril e terminaria dia 27.
A vida é feita de momentos e se foi salutar recordar alguns episódios vividos no ano de 1998 em Sanxenxo “ como fui feliz em Sanxenxo”. Hoje juntamente com 30 companheiros, vivemos momentos - que jamais imaginei que fosse possível – cheios de felicidade que certamente por muitos e bons anos alguns irão recordar sempre. Mas de uma forma mais cabal e concreta aqui tento deixar a imagem do que se passou:
- Na noite da chegada ao Hotel e num gesto de boas- vindas à Galiza, após o jantar, fomos convidados a assitir “À Queimada” e esta consistiu nisto: - Num enorme tacho, onde previamente estava colocada casca de maçã, laranja e limão, misturado com aguardente, apagaram-se as luzes, e à volta daquele tacho crispavam chamas azuis, e amarelas, com o mestre a remexer aquela mistura, elevando a colher a dada altura cheia daquele líquido, que esvaziava no tacho, sempre a arder, deitou mais tarde vinho tinto e aquilo ardia, ardia, o homem mexia, mexia, finalmente e quando terminou – para mim foi a minha primeira vez,- deitou em chávenas aquele líquido ainda quente e sabia divinamente, pelo meu lado só foram duas chàvenas, em noite mágica de bruxas na Galiza. Ia a noite uma criança, quando na ala que nos fora destinada os mafarricos apareceram, tocavam à campaínha fora de horas, ouviam-se sorrisos e gargalhadas, as fadas nos seus trajes brancos, enfeitavam o corredor e as portas dos quartos e já pela madrugada, os telefones não paravam de tocar, foi um despertar mágico em terra de deuses. Estar na Galiza e esquecer os problemas, sentir a emoção da fé naquele terno abraço a Sãotiago, que permanece sereno e atento às preces e súplicas dos imensos peregrinos que visitam a sua cidade, num típico comboio que lentamente vai precorrendo a cidade, com um guia a dar explicações dos lugares mais importantes do burgo, no meio da alegria dos portugueses que seguiam na carruagem ao som da música “Olha o comboio que sobe o Tua…”
Longa vai a descrição que ficou a meio. As emoções do barco no Grove, com compatriotas de Seia e de Abrantes, dançando na Ria ao som do vira minhoto, e na Ilha da Toja, com a bonita capela de conchas e jardim, ficarão para descrever numa outra oportunidade, documentadas com fotos que valem por mil palavras.

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