A Vida
A vida é uma ilusão,
uma volúpia,
uma leveza de passar
que nos entontece
e nos deixa a dúvida de existir.
Sentimo-nos suspensos,
cheirando uma rosa de aroma suave,
navegando em nuvens que se vão dissipando
e nós com elas.
Neste estar sem procura de sentido,
dá-nos para procurá-lo
no amor do próximo
no amor de nós mesmos.
E chegamos à dúvida, à perplexidade,
à hesitação.
E instalamo-nos num espírito
de viver levemente
a saltitar de um para outro lado
sem procurar chegar a lado nenhum.
Chegados ao fim
juntamos os amigos e, sorrindo,
dizemos-lhes adeus.
Até sempre.
João Lopes de Matos
2 comentários:
Eu sempre intuí que tinha alma de poeta!
Parabéns, João Lopes de Matos! Se se quiser entreter com mais alguns poemas, incluindo um com o mesmo tema (vida), é só carregar no blog aqui ao lado, em "intertextualidades". Estou como o meu amigo e caro colega Zé Mesquita: já estava "desconfiado" que nesse olhar directo, verbo fácil e sorriso enigmático, haveria versos, correndo pelas veias, como um rio difícil de conter!
Um abraço.
mota
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