15 janeiro 2006

Lugar aos poetas

A Vida

A vida é uma ilusão,
uma volúpia,
uma leveza de passar
que nos entontece
e nos deixa a dúvida de existir.

Sentimo-nos suspensos,
cheirando uma rosa de aroma suave,
navegando em nuvens que se vão dissipando
e nós com elas.

Neste estar sem procura de sentido,
dá-nos para procurá-lo
no amor do próximo
no amor de nós mesmos.

E chegamos à dúvida, à perplexidade,
à hesitação.

E instalamo-nos num espírito
de viver levemente
a saltitar de um para outro lado
sem procurar chegar a lado nenhum.

Chegados ao fim
juntamos os amigos e, sorrindo,
dizemos-lhes adeus.
Até sempre.

João Lopes de Matos

2 comentários:

josé alegre mesquita disse...

Eu sempre intuí que tinha alma de poeta!

Hélder Rodrigues disse...

Parabéns, João Lopes de Matos! Se se quiser entreter com mais alguns poemas, incluindo um com o mesmo tema (vida), é só carregar no blog aqui ao lado, em "intertextualidades". Estou como o meu amigo e caro colega Zé Mesquita: já estava "desconfiado" que nesse olhar directo, verbo fácil e sorriso enigmático, haveria versos, correndo pelas veias, como um rio difícil de conter!

Um abraço.

mota