08 fevereiro 2014

Julgue-se o Pai da fartura

Para o presidente da ANMP, o encerramento e a reconversão de alguns tribunais em secções de proximidade “são artifícios para, de forma encapotada, se levar, de facto, ao fecho de serviços do Estado que são essenciais para a democracia". O que me parece claro nesta afirmação é o caráter da essencialidade e do fundamento da democracia. Todos sabemos que a democracia tem bases fundamentais que decorrem da sua natureza, como são a participação, a representatividade, a igualdade de tratamento, entre outras. Este princípios, ditos fundamentais acarretam custos. Não querendo recordar a suspensão da democracia em tempos de crise, como alguém advogou, parece-me claro que, na sociedade de informação, beneficiando da rede de transportes existentes, ainda ninguém me conseguiu provar que não será mais fácil, mais racional e menos dispendioso para julgamentos não muito complexos, deslocar réus ou arguidos, testemunhas e advogados, do que juízes e outros elementos da chamada máquina judicial. Se assim não o for, algo estará mal neste reino da justiça portuguesa.

Perpassou pela rede social carrazedense, um sentimento de alívio pela não extinção do tribunal de Carrazeda e um aplauso quase unânime da mudança de tribunal para secção de proximidade. Ressalvo a colocação de água na fervura do meu caro amigo João de Matos que afirma categórico “quando a persistência de um concelho está dependente da existência de uma pequeníssima repartiçãozeca de finanças ou de um minúsculo tribunal, então ele está realmente preso por um fio e, ao mais pequeno sopro, cai inapelavelmente no chão e nem a alma ancestral se lhe aproveita”. Parece-me que a melhor resposta lhe foi dada pelo senhor presidente do município carrazedense, que face à inquirição, disse "não aceitarei que o concelho perca valências ou serviços públicos", afirmando que ficaria satisfeito era "se nada disto tivesse acontecido porque a quem pouco tem não se pode tirar".
Face ao exposto não será de desconsiderar a criação de novos “juízes de vara” em todas as povoações do concelho para velarem pela ordem, impedir desacatos, roubos e abusos e também se nomearem os chamados “homens do acordo” do princípio do século XX que tinham como função resolver contendas com marcos nas propriedades, divisão de águas, tentando sempre o acordo; ou até propor-se que os fiscais municipais alarguem as suas funções com a finalidade de guardarem a azeitona, os pomares e as vinhas; e quiçá voltarmos ao velho conceito de implementação da justiça local trazido pelo liberalismo do regedor e do guarda rural.

É comum em alguns locais de Trás-os-Montes proceder-se a um julgamento anual do diabo, de um bode, ou do chamado pai da fartura, e metaforicamente descarregar sobre ele as culpas de todos os males que assolam o país e, sobretudo, os do concelho. Então porque não substituir-se o tribunal concelhio nas pequenas vilas do interior por uma sessão anual deste tipo?

2 comentários:

mario carvalho disse...

Justiça?

http://expresso.sapo.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo=f680329

mario carvalho disse...

http://www.jornaldenegocios.pt/mercados ... arvas.html


Director de estratégia da City: "Antes da crise, a supervisão falhou e os bancos fizeram coisas parvas"

<<<ubject: Fwd: OS SACRIFÍCIOS DOEM. MAS A INJUSTIÇA DOI MUITO MAIS.


- O que dói não são tanto os sacrifícios que fazemos para pagar juros
elevadíssimos. O que dói mesmo, é saber que eles servem para sustentar uma
banca parasita.

- O que dói nem são tanto os cortes nas reformas. O que dói mais é sabermos
que o dinheiro dos impostos se poupou com a fome e a miséria de muitos
idosos e que esse dinheiro serviu para encher o bandulho de fundações,
institutos, observatórios, PPP´s , banca e outros parasitas.

- O que dói nem são tanto os cortes nos salários, mas a falta de cortes em
quem verdadeiramente não produz e ganha acima da média europeia.

- O que dói nos despedimentos da função pública é a certeza de que daqui a
poucos anos o Estado estará de novo sufocado em boys e girls excedentários,
que insuflam a despesa pública, após uma corrida aos despedimentos onde
milhares de impostos foram desperdiçados em indemnizações...

- O que dói não são só os cortes no SNS, mas as transferências de dinheiro
público para esquemas obscuros de um serviço de saúde privado que nasce
paralelo e injusto e se agiganta pela mão do actual ministro e anterior
director geral de finanças, que já na altura ganhava 20 mil euros por mês e
fechava os olhos aos seus funcionários que, por exemplo, se apropriavam dos
reembolsos de IRS.

- O que dói nem são os cortes na Educação - apesar de haver mães que para
continuarem a ser professoras tiveram de ir viver para 300 kms de distância
e deixar os filhos entregues a familiares, só os vendo, quando conseguem
fazê-lo, aos fins de semana, por decisão do farsolas Crato - mas as
transferências de milhões de impostos para o ensino privado.

- O que dói nem são tanto as obras megalómanas que nos obrigam a pagar, sem
nos consultarem, mas os desvios de impostos que ocultam e a inutilidade
dessas obras.

- O que faz doer mais os constantes aumentos de impostos é ver que são
transferidos do Orçamento, para pagar às PPP´s, à EDP, e outras rendas
afins.

- O que faz doer mais o aumento do IRC é a destruição da economia nacional,
a amputação dos que querem produzir e criar emprego, e o enriquecimento das
grandes empresas que sempre viveram protegidas pelo Estado.

- O que faz doer mais toda esta crise provocada pelos lambe-botas da
partidocracia é saber que a justiça e s Governos continuam a não punir os
saqueadores do BPN, a viver à conta do que estão a extorquir ao Povo,
gozando com o dinheiro que é nosso, e ainda lhe oferecendo negócios pagos
por nós.

- O que dói não é tanto a dureza das medidas de austeridade, mas a
crueldade da injustiça que encerram.

- O que dói é ter estado recentemente numa reunião onde alguns idosos
pensionistas já falaram em suicídio, acrescentando que pensam fazê-lo com
dinamite atado ao peito, para puxar o cordel quando algum dos vampiros -
ministros ou a bandidagem que estes acolhem aos milhares, por exemplo, no
BdeP e na CGD - estiverem por perto.