Uma pessoa,
muitas vezes depois de fazer as coisas, põe-se a pensar nas razões porque as
fez.
Existem em
todos nós impulsos, instintos, apetências, reflexos, que nos conduzem a
praticar determinados actos. As razões por trás dos automatismos são difíceis
de decifrar. Mas a racionalização da actividade humana é uma tentação própria
de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável,
livremente actuante.
Vejamos as
razões possíveis da minha escrita:
1)
–
Necessidade de comunicar com os outros: no mundo não estamos sós e temos
quantas vezes necessidade de concertar esforços. Impõe-se-nos que troquemos
ideias. Isto tem que ser feito com clareza, delicadeza, em termos apropriados.
2)
- Pôr
aos outros as dúvidas e perplexidades que nos atormentam: Há uma
imensidade de assuntos que nós não dominamos. Ao colocar esses assuntos à consideração
dos outros, esperamos sempre receber, como resposta, uma elucidação, uma luz,
que nos aclare o que em nós está confuso.
3) – Em particular, no que
diz respeito ao “pensar ansiães”, debater com os meus concidadãos todos os
temas que interessem ao nosso concelho: Tentar encontrar soluções para os
problemas que se põem, numa perspectiva de obter as respostas adequadas ao
momento actual e tal como as coisas hoje se configuram. Não interessa
pretendermos voltar a um passado idealizado como o paraíso perdido e que há que
reencontrar; interessa, isso sim, olhar o presente, já não com a visão de quem
quer ficar apenas junto dos seus, resguardado das velhacarias do mundo
exterior, mas inserido , primeiro, na região transmontana, depois, no todo
nacional, na Europa e até no mundo, porque todo o mundo não passa de uma aldeia
global, em que tudo tem a ver com tudo. Não interessa, pois, uma mentalidade
predominantemente conservadora, mas sim uma conservação possível e uma
conservação hodiernizada.
É o que eu tenho a dizer, neste momento, para defender a minha escrita.
João Lopes de
Matos
10 comentários:
Amigo o dr.escreve porque os seus pais o mandaram para a escola e teve bons professores.Acresce o seu esforço e também o seu mérito,menino inteligente.NO pensar ansiaes e na vontade de obter opinião diferente,provocando o diálogo e o contraditório,e bom.Mas nem sempre aparece quem queira emitir opinião sobre uma terra um concelho, que cada vez tem menos gente e algo interessante para conhecer.
Amigo o dr.escreve porque os seus pais o mandaram para a escola e teve bons professores.Acresce o seu esforço e também o seu mérito,menino inteligente.NO pensar ansiaes e na vontade de obter opinião diferente,provocando o diálogo e o contraditório,e bom.Mas nem sempre aparece quem queira emitir opinião sobre uma terra um concelho, que cada vez tem menos gente e algo interessante para conhecer.
Caro amigo M.B.P.: Confesso que gostei do seu comentário,sobretudo daquela parte em que me trata por "menino inteligente".
Mas para quê obrigar-me a ler as suas palavras duas vezes?
Será que devo mesmo memorizá-las?
JLM
“PORQUE ESCREVO”… pergunta o nosso Amigo JLM, dando a seguir várias explicações para o ato.
Como ele próprio diz: “… a racionalização da actividade humana é uma tentação própria de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável, livremente actuante.
E nisto, ele tem razão.
No entanto, alguém (como eu) poderá perguntar:
Qual a razão de ter escolhido “Porque escrevo” (título do seu texto) …
E não “Por que escrevo”?.
Consultando os nossos maiores Mestres, as opiniões dividem-se, mas (grosso modo) a opinião prevalecente é a seguinte:
A grafia, com os dois elementos vocabulares separados “Por que”, deve empregar-se, quando o que é pronome relativo e, portanto, quando a expressão equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Eis o motivo por que (=pelo qual)”; “Eis as razões por que (=pelas quais)”, etc.
Há quem prefira escrever também por que no começo de frases interrogativas diretas: “Por que fizeste isso?”.
Alegam que depois da locução se subentende razão, motivo: “Por que (motivo) fizeste isso?”.
Note-se que alguns autores assim praticam. E não deixaremos de referir a propósito que representa brasileirismo a atração de por que ao sujeito, em interrogações, como: “Por que você está doente?”. Emenda: “Por que está você doente?”.
Escrever-se-á porque, se a palavra for conjugação causal ou final:
“Pergunto isto, porque (=visto que, visto como, etc.) desejo saber”; “E porque (=para que) tudo note e tudo veja, ao Capitão pedia que lhe dê…” (Os Lusíadas, I, 63).
Na frase “Faço votos por que”, o por que é separado, porque a gente faz votos por ou para alguma coisa acontecer. Portanto, “votos porque” (numa só palavra) é erro.
Escreva-se “votos por que” (com o por que em duas palavras).
Na essência, subscrevo as razões aduzidas por JLM para “escrever”.
CF
PS - MBP tem razão… JLM é mesmo polémico!
“PORQUE ESCREVO”… pergunta o nosso Amigo JLM, dando a seguir várias explicações para o ato.
Como ele próprio diz: “… a racionalização da actividade humana é uma tentação própria de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável, livremente actuante.
E nisto, ele tem razão.
No entanto, alguém (como eu) poderá perguntar:
Qual a razão de ter escolhido “Porque escrevo” (título do seu texto) …
E não “Por que escrevo”?.
Consultando os nossos maiores Mestres, as opiniões dividem-se, mas (grosso modo) a opinião prevalecente é a seguinte:
A grafia, com os dois elementos vocabulares separados “Por que”, deve empregar-se, quando o que é pronome relativo e, portanto, quando a expressão equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Eis o motivo por que (=pelo qual)”; “Eis as razões por que (=pelas quais)”, etc.
Há quem prefira escrever também por que no começo de frases interrogativas diretas: “Por que fizeste isso?”.
Alegam que depois da locução se subentende razão, motivo: “Por que (motivo) fizeste isso?”.
Note-se que alguns autores assim praticam. E não deixaremos de referir a propósito que representa brasileirismo a atração de por que ao sujeito, em interrogações, como: “Por que você está doente?”. Emenda: “Por que está você doente?”.
Escrever-se-á porque, se a palavra for conjugação causal ou final:
“Pergunto isto, porque (=visto que, visto como, etc.) desejo saber”; “E porque (=para que) tudo note e tudo veja, ao Capitão pedia que lhe dê…” (Os Lusíadas, I, 63).
Na frase “Faço votos por que”, o por que é separado, porque a gente faz votos por ou para alguma coisa acontecer. Portanto, “votos porque” (numa só palavra) é erro.
Escreva-se “votos por que” (com o por que em duas palavras).
Na essência, subscrevo as razões aduzidas por JLM para “escrever”.
CF
PS - MBP tem razão… JLM é mesmo polémico!
Caro CF: porque é um bom elemento em qualquer lado,conto consigo no "facebook", por onde agora deambulo.
JLM
PS - Obrigado pela sua colaboração.
Li em tempos a distinção de uso entre por que e porque e fiquei um tanto baralhado.
J L Matos,sim escreve porque sabe o que faz e como o faz, porque é inteligente sim,para o fazer.Só resta aos TRASMONTANOS como eu,orgulharem-se do que escreve.Obrigada.
A última comentadora exagera nitidamente.Tento fazer qualquer coisa de jeito,mais nada que isso.
JLM
Mas que modèstia amigo.
Cara IF:Não é modéstia.Não gosto de elogios.Fico com a sensação de que eles me roubam a minha liberdade de escrever como entender.Se me elogia,fico com medo de defraudar as suas expectativas e já não escrevo duma maneira tão livre.
O melhor elogio que me podem fazer é argumentar comigo ou até contra mim.Prefiro que tudo fique no plano dos argumentos pró ou contra os meus argumentos.
JLM
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