02 abril 2013

PORQUE ESCREVO: João Lopes de Matos



Uma pessoa, muitas vezes depois de fazer as coisas, põe-se a pensar nas razões porque as fez.

Existem em todos nós impulsos, instintos, apetências, reflexos, que nos conduzem a praticar determinados actos. As razões por trás dos automatismos são difíceis de decifrar. Mas a racionalização da actividade humana é uma tentação própria de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável, livremente actuante.

Vejamos as razões possíveis da minha escrita:

1)      – Necessidade de comunicar com os outros: no mundo não estamos sós e temos quantas vezes necessidade de concertar esforços. Impõe-se-nos que troquemos ideias. Isto tem que ser feito com clareza, delicadeza, em termos apropriados.

2)      -  Pôr aos outros as dúvidas e perplexidades que nos atormentam:  Há uma imensidade de assuntos que nós não dominamos. Ao colocar esses assuntos à consideração dos outros, esperamos sempre receber, como resposta, uma elucidação, uma luz, que nos aclare o que em nós está confuso.

3)      – Em particular, no que diz respeito ao “pensar ansiães”, debater com os meus concidadãos todos os temas que interessem ao nosso concelho: Tentar encontrar soluções para os problemas que se põem, numa perspectiva de obter as respostas adequadas ao momento actual e tal como as coisas  hoje se configuram. Não interessa pretendermos voltar a um passado idealizado como o paraíso perdido e que há que reencontrar; interessa, isso sim, olhar o presente, já não com a visão de quem quer ficar apenas junto dos seus, resguardado das velhacarias do mundo exterior, mas inserido , primeiro, na região transmontana, depois, no todo nacional, na Europa e até no mundo, porque todo o mundo não passa de uma aldeia global, em que tudo tem a ver com tudo. Não interessa, pois, uma mentalidade predominantemente conservadora, mas sim uma conservação possível e uma conservação hodiernizada.

      É o que eu tenho a dizer, neste momento, para defender a minha escrita.

João Lopes de Matos

10 comentários:

Unknown disse...

Amigo o dr.escreve porque os seus pais o mandaram para a escola e teve bons professores.Acresce o seu esforço e também o seu mérito,menino inteligente.NO pensar ansiaes e na vontade de obter opinião diferente,provocando o diálogo e o contraditório,e bom.Mas nem sempre aparece quem queira emitir opinião sobre uma terra um concelho, que cada vez tem menos gente e algo interessante para conhecer.

Unknown disse...

Amigo o dr.escreve porque os seus pais o mandaram para a escola e teve bons professores.Acresce o seu esforço e também o seu mérito,menino inteligente.NO pensar ansiaes e na vontade de obter opinião diferente,provocando o diálogo e o contraditório,e bom.Mas nem sempre aparece quem queira emitir opinião sobre uma terra um concelho, que cada vez tem menos gente e algo interessante para conhecer.

Anónimo disse...

Caro amigo M.B.P.: Confesso que gostei do seu comentário,sobretudo daquela parte em que me trata por "menino inteligente".
Mas para quê obrigar-me a ler as suas palavras duas vezes?
Será que devo mesmo memorizá-las?
JLM

Anónimo disse...


“PORQUE ESCREVO”… pergunta o nosso Amigo JLM, dando a seguir várias explicações para o ato.
Como ele próprio diz: “… a racionalização da actividade humana é uma tentação própria de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável, livremente actuante.
E nisto, ele tem razão.
No entanto, alguém (como eu) poderá perguntar:
Qual a razão de ter escolhido “Porque escrevo” (título do seu texto) …
E não “Por que escrevo”?.
Consultando os nossos maiores Mestres, as opiniões dividem-se, mas (grosso modo) a opinião prevalecente é a seguinte:
A grafia, com os dois elementos vocabulares separados “Por que”, deve empregar-se, quando o que é pronome relativo e, portanto, quando a expressão equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Eis o motivo por que (=pelo qual)”; “Eis as razões por que (=pelas quais)”, etc.
Há quem prefira escrever também por que no começo de frases interrogativas diretas: “Por que fizeste isso?”.
Alegam que depois da locução se subentende razão, motivo: “Por que (motivo) fizeste isso?”.
Note-se que alguns autores assim praticam. E não deixaremos de referir a propósito que representa brasileirismo a atração de por que ao sujeito, em interrogações, como: “Por que você está doente?”. Emenda: “Por que está você doente?”.
Escrever-se-á porque, se a palavra for conjugação causal ou final:
“Pergunto isto, porque (=visto que, visto como, etc.) desejo saber”; “E porque (=para que) tudo note e tudo veja, ao Capitão pedia que lhe dê…” (Os Lusíadas, I, 63).
Na frase “Faço votos por que”, o por que é separado, porque a gente faz votos por ou para alguma coisa acontecer. Portanto, “votos porque” (numa só palavra) é erro.
Escreva-se “votos por que” (com o por que em duas palavras).

Na essência, subscrevo as razões aduzidas por JLM para “escrever”.

CF
PS - MBP tem razão… JLM é mesmo polémico!

Anónimo disse...


“PORQUE ESCREVO”… pergunta o nosso Amigo JLM, dando a seguir várias explicações para o ato.
Como ele próprio diz: “… a racionalização da actividade humana é uma tentação própria de quem se diz e julga um ser racional, pensante, consciente, responsável, livremente actuante.
E nisto, ele tem razão.
No entanto, alguém (como eu) poderá perguntar:
Qual a razão de ter escolhido “Porque escrevo” (título do seu texto) …
E não “Por que escrevo”?.
Consultando os nossos maiores Mestres, as opiniões dividem-se, mas (grosso modo) a opinião prevalecente é a seguinte:
A grafia, com os dois elementos vocabulares separados “Por que”, deve empregar-se, quando o que é pronome relativo e, portanto, quando a expressão equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
“Eis o motivo por que (=pelo qual)”; “Eis as razões por que (=pelas quais)”, etc.
Há quem prefira escrever também por que no começo de frases interrogativas diretas: “Por que fizeste isso?”.
Alegam que depois da locução se subentende razão, motivo: “Por que (motivo) fizeste isso?”.
Note-se que alguns autores assim praticam. E não deixaremos de referir a propósito que representa brasileirismo a atração de por que ao sujeito, em interrogações, como: “Por que você está doente?”. Emenda: “Por que está você doente?”.
Escrever-se-á porque, se a palavra for conjugação causal ou final:
“Pergunto isto, porque (=visto que, visto como, etc.) desejo saber”; “E porque (=para que) tudo note e tudo veja, ao Capitão pedia que lhe dê…” (Os Lusíadas, I, 63).
Na frase “Faço votos por que”, o por que é separado, porque a gente faz votos por ou para alguma coisa acontecer. Portanto, “votos porque” (numa só palavra) é erro.
Escreva-se “votos por que” (com o por que em duas palavras).

Na essência, subscrevo as razões aduzidas por JLM para “escrever”.

CF
PS - MBP tem razão… JLM é mesmo polémico!

Anónimo disse...

Caro CF: porque é um bom elemento em qualquer lado,conto consigo no "facebook", por onde agora deambulo.
JLM
PS - Obrigado pela sua colaboração.
Li em tempos a distinção de uso entre por que e porque e fiquei um tanto baralhado.

isaura festa disse...

J L Matos,sim escreve porque sabe o que faz e como o faz, porque é inteligente sim,para o fazer.Só resta aos TRASMONTANOS como eu,orgulharem-se do que escreve.Obrigada.

Anónimo disse...

A última comentadora exagera nitidamente.Tento fazer qualquer coisa de jeito,mais nada que isso.
JLM

isaura festa disse...

Mas que modèstia amigo.

Anónimo disse...

Cara IF:Não é modéstia.Não gosto de elogios.Fico com a sensação de que eles me roubam a minha liberdade de escrever como entender.Se me elogia,fico com medo de defraudar as suas expectativas e já não escrevo duma maneira tão livre.
O melhor elogio que me podem fazer é argumentar comigo ou até contra mim.Prefiro que tudo fique no plano dos argumentos pró ou contra os meus argumentos.
JLM