Promete-se Deus e aos seus santos por tudo e mais alguma coisa, e até, por quase nada. Promete-se pelos “seus”, pelos parentes e amigos. Promete-se pela boa saúde, pela cura e restabelecimento na doença. Promete-se pelos animais, pelas colheitas e pela defesa do património. Promete-se pelo sucesso do filho no exame da 4.ª classe, pela boa parição da burra, pela salvaguarda dos incêndios do cereal. Promete-se para as festas ao Divino Senhor da Cana Verde, ao São Gregório, à Milagrosa Divina Santa Eufémia da Lavandeira, à Santa Luzia de Besteiros, à Senhora da Costa do Seixo de Ansiães, à Senhora da Assunção do Cabeço em Vilas Boas, a Nossa Senhora de Fátima. Promete-se aos santos dos altares da nossa Igreja ou das nossas capelas. Promete-se uma novena, uma missa ou um qualquer ato religioso Promete-se dinheiro, uma vela, um litro de azeite, um alqueire de cereal, um cântaro ou um almude de vinho. Promete-se um sacrifício à volta da igreja ou da capelinha, de joelhos, descalço, de braços abertos, de rastos... (veja-se em anexos o escrito sobre a festa de Santa Eufémia). Promete-se e cumpre-se. Religiosamente. A promessa não pode deixar de ser cumprida, porque é muito mais grave o não cumprimento, que o não prometimento. Assim, no decurso do exame do filho, enquanto dura a doença da “cria”, decorre o parimento do vitelo e do potro, se está em "espera" de bebé, acendo uma vela a Nossa Senhora das Dores, que “nunca deixou de me valer nas aflições”; enquanto o cereal está enrolheirado no restolho e na eira alumio a Igreja com o azeite que o Santíssimo Sacramento me ajudou a colher; se mo conservou hei de oferecer ao São Gregório um alqueire de cereal; para que Nossa Senhora nunca deixe de me conservar o “requinho” ofereço um salpicão e uma chouriça, aquando da arrematação do ramo; pelo parto rápido e pouco doloroso ofereço uma novena ao Senhor dos Passos, pelo rápido restabelecimento da perna partida, prometo uma perna de cera ao milagroso Divino Ecce Homo; para que Santa Luzia me conserve a vista todos os anos lhe hei de oferecer um quartilho de azeite; nas horas de mais sofrimento pelo padecimento da doença e pela dor dilacerante, ofereço eu, a mãe, o pai e os irmãos, uma, duas três voltas de joelhos… à roda da capela do Cabeço. Nesse dia determinado do ano, uma, duas, três vezes, todos os anos em que se viva, porque “é a fé que nos cura, nos vale e nos salva”.
(do sítio já mencionado)
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