03 agosto 2010

"fiat lux"

( texto não aceite como comentário por excesso de palavras impressas)

Não me tenho saído bem a recorrer aos Santos em defesa dos meus argumentos.
Este último texto do Prof. José Alegre trouxe-me à memória o que aprendi na catequese quando se falava da conversão de S. Paulo. Este, envolvido na perseguição aos infiéis só conseguiu discernir que andava do lado errado quando "se lhe fez luz", e se converteu em devoto cristão, a partir daí passou a lutar do outro lado, do lado do bem.
Assim se fabricou um Santo com todos os predicados que lhe são outorgados.
Nesta "luta insana", gostava que também me acontecesse fazer-se-me luz. Não será por falta de amparo do amigo Professor J.A., nem pelo exemplo de convicção com que tenho lido argumentos por aqui.
Efectivamente, sobre o caso da barragem, são mais as duvidas que me atormentam que as certezas. Neste desiderato talvez parta para a conversão, à frente de Paulo.
As duvidas, incongruências e mal entendidos, que encontro neste caso, devia ser eu a procurar dissipa-las. Fico esperançado que neste "Fórum" me ajudem a apontar factos e fundamentos para ficar esclarecido ( gostei do termo - claro como a água) . Por isso, aqui deixo alguns questões e temas à discussão que, quanto mais não seja, servirão para testemunhar a minha insipiência sobre os temas que se discutem.
1ª Questão
Se no presente, existe um Governo que decidiu mal sobre os impactos ambientais da barragem ( conclusão do Parlamento Europeu citada pela Quercus) e agora o mesmo Governo não tem maioria, porque é que os partidos da oposição, juntos, não impõem novas resoluções democráticas que obstem a que se cometa este "erro"!?
2ª Questão
Sendo considerado que é elevado o impacto negativo da barragem, em zona de paisagem protegida e património da humanidade, quando é que esta zona do Douro foi considerada protegida! Antes, ou depois de se terem construído as barragens que tornaram também o rio Douro, navegável!
3ª Questão
Que importância terão as reservas de água no futuro! Alguém me garante que, com o aquecimento global nas próximas décadas, o rio Tua terá, pelo menos, um caudal de água como tem hoje!
4ª Questão
Qual é o preço da manutenção da linha do Tua, com garantias de segurança. Que planos e perspectivas económicas é possível prever para esta infra-estrutura quando, nem no tempo do Complexo Industrial do Cachão activo, se conseguiu potenciar este meio de transporte!
5ª Questão
Sendo certo que estamos muito mal servidos pelos serviços da EDP, há outras entidades envolvidas neste processo da construção da barragem. O Governo Central, os Partidos Políticos, o Parlamento Europeu, a REFER, as Autarquias, e a EDP. Afinal em qual destas instituições devemos depositar mais confiança, com vista a ver melhor cuidados os nossos interesses!
6ª Questão
Nesta contenda, há quem louve o empenho dos movimentos ecológicos. Contudo nunca os vi antes a denunciar por aqui crimes ecológicos, que temos comprovado. Cito: poluição continuada do Rio Tua, intervenção humana desregrada na paisagem protegida do Douro, êxodo forçado de populações autóctones ( emigração), calamidade de incêndios florestais e ausência de políticas de reflorestação, degradação urbana das nossas aldeias, construções de vias rápidas em áreas naturais, massificar da instalação de parques eólicos em áreas naturais, combate à caça ilegal e desregrada, de que resulta um total desequilíbrio cinegético, instalação de empresas de extracção de inertes ( areias e pedra), sem fiscalização e posterior requalificação das jazidas.
Afinal o papel dos movimentos ecológicos subsidiados vai mesmo para alem da demagogia?!
7ª Questão
1. Que repercussões tem a construção da barragem na melhoria, manutenção ou deterioração da/o:
- Condição de vida das populações locais;
- Criação de condições de investimento económico na região;
- Potenciação termal das Termas do S. Lourenço;
- Condições de deslocação e transporte,
- Linha de caminho de ferro;
- Contributo para a economia nacional e para a garantia de independência energética e aquífera do país;
- Doseamento dos caudais em períodos de cheias e o amenizar do clima na zona.

8ª Questão
Não pretendendo decidir por ninguém pergunto: - Quem é que me pode garantir que o povo, que é quem mais ordena, está esclarecido e capaz de decidir por si, neste caso!

9ª Questão
De que modo se consegue aproveitar tanto voluntarismo e fervor cívico que, tem vindo a ser dispendido nesta causa para, por exemplo, se apoiarem também as causas da promoção dos nossos produtos de qualidade, da salvaguarda e divulgação do nosso património histórico e paisagístico, da divulgação do trabalho de qualidade, da divulgação dos exemplos de boas práticas, denuncia dos crimes ambientais, denuncia dos problemas sociais, denuncia da incompetência politica e irresponsabilidade, nas práticas de gestão da causa pública...!


Por fim considero-me no direito de pedir uma última opinião, mais íntima. Alguém consegue depreender quais possam ser as conotações ou consequências pessoais que me impliquem directamente neste caso, quaisquer que sejam as decisões que se venham a tomar.
Por aqui me fico aguardando "esmolas para este meu peditório". Ou então que se faça luz em mim, reflectida em água cristalina.

10 comentários:

J.Pinto disse...

São muitas considerações para um só texto, mas cá vai o meu pensar:
1-Deve ser perguntado aos próprios, mesmo!
http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/default.aspx

2-A "protecção" serve para defender contra coisas como esta mesma barragem de Foz Tua, que é 3 vezes maior que as do Douro, impede a navegação e destrói a Linha do Tua.

3-No futuro, como hoje, interessam reservas de água LIMPA, a água da albufeira do Tua será como a do Torrão ou Alqueva, inquinada.
Alem disso, o RECAPE diz expressamente que não poderá ser retirada água sem autorização da EDP.

J.Pinto disse...

Se me permite, um pouco mais:
4- recuperação da linha no troço Tua-Mirandela:40 milhões €
(Qualquer estádio do Euro2004 custou muito mais, a variante ferroviária da Trofa (5Km +/-) e nova estação custam o dobro)
Isto é: linha como nova, comboios a 70Km/h, protecção contra derrocadas, etc., números do ministro dos transportes.
Manutenção anual:250 000€ (trezentos mil Euros)
Exploração em comboios ligeiros (como o Metro de Mirandela) 360000€/ano.

J.Pinto disse...

Ainda gostava de acrescentar:
5-Não se pode confiar em ninguém, questionar, pensar e argumentar sempre.
6-Os "movimentos" não são super-heróis nem chegam a todo o lado, cabe a cada um de nós denunciar o que entende que está mal e tentar fazer melhor!
7-Para isso, ler a declaração de Impacto Ambiental e anexos, são dezenas de volumes com centenas de páginas.
8-Claramente não está, muitas mentiras continuam a ser repetidas.

Anónimo disse...

Senhor DR Helder Carvalho,dantes na linha do Tua quando passavam os comboios parece que diziam POUCA TERRA POUCA TERRA agora temos que dizer MUITA GUERRA MUITA GUERRA.
Não desista de pôr sempre as verdades a nu.
FORÇA,SEMPRE FORÇA.

josé alegre mesquita disse...

(…)
Quando surgiu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, era necessário entrar rapidamente em comunicação com o chefe dos insurrectos cubanos. O general Garcia encontrava-se nas montanhas agrestes de Cuba, mas ninguém sabia onde. Não havia meio de comunicar com ele, nem pelo correio nem pelo telégrafo. O Presidente dos Estados Unidos tinha de assegurar, com a maior urgência, a sua cooperação. Como proceder?
Alguém disse ao Presidente:- «Há um homem chamado Rowan que talvez possa encontrar Garcia, se é que alguém o pede fazer». Mandou-se chamar Rowan e deu-se-lhe uma carta para entregar a Garcia. Rowan pegou na carta, guardou-a numa bolsa impermeável, colocou-a sobre o coração. Quatro dias depois, de noite, desembarcou de um pequeno barco na costa de Cuba. Internou-se no mato. Ao cabo de três semanas saiu pelo outro lado da ilha, depois de ter atravessado a pé um país hostil e de ter entregado a carta a Garcia.
Impedido pelo “MEO” e depois de restabelecida a minha ligação ao mundo e a este nosso blogue, aqui estou para comentar o seu “fiat lux”.
O meu caro amigo HC parece querer dar-me uma tarefa ainda mais árdua que a de Rowan, isto é, terei de levar a missiva a todos esses que refere: grupos parlamentares, partidos políticos, autarquias, Governo Central, Parlamento Europeu, REFER, EDP, movimentos ecologista... E torna-a mais dificultosa, dobra-a, pois terei de trazer resposta.
Não tendo a têmpera, a lealdade, a rapidez e a energia de Rowan considero impossível a tarefa.
Acredito que o negócio da barragem é mau para o concelho pelas razões que lhe apontei e que o meu amigo não contestou. Agradeço ao J. Pinto na ajuda ao “fiat lux”. Algumas possíveis respostas telegráficas:
1..ª Impactos ambientais. Da decisão tomada apenas se espera o seu cumprimento das prerrogativas por este ou outro governo. Entre elas: assegurar o serviço de transporte público da linha férrea do Tua no troço a inundar
2.ª As barragens no Douro nada se comparam com a grandiosidade e impacto desta.
3.ª A água da albufeira ficará pertença exclusiva da EDP.
4.ª Devolvo-lhe a questão reformulada. Qual é o preço do metro do Porto’ E de Lisboa?
5.ª Terei confiança em quem defenda a minha região.
6.ª Movimentos ecologistas. Demagogia? O melhor é perguntar-lhes a eles.
7.ª Para aquilatar das repercussões da construção das barragens na economia das regiões, basta olhar para o que aconteceu com a construção da Valeira. Pouco mais que nada. Prevê-se que o estaleiro desta fique no concelho de Alijó.
8.ª Decisão. Porque não um referendo?
9.ªVoluntarismo. Avance que cá estaremos para ajudar.
Suas motivações. Esclareça.

Desejo-lhe um bom proveito no seu auto-esclarecimento.

mario carvalho disse...

Caros amigos J Pinto e J Mesquita e todos os peixinhos



a Linha do tua e o Património devem agradecer a HC as questões que ele coloca pois o seu obectivo, como pessoa inteligente que deve ser, é permitir que este blogue em que ele colabora e comenta desde o princ´pio informe e conciencialize os "peixinhos" dos riscos que os "peixões" lhes podem provocar
Ele está mais que informado sobre os prejuizos versus benef´cios,


Temos uma linha de caminho de ferro , um meio de transporte
que "pensam " destruir.. a troco não se sabe de quê isso ele sabe .. assim como sabe que não são só os ecologistas, ou os verdes que defendem a linha do tua
mas sim milhares e milhares de cidadãos , nacionais e estrangeiros,de vários quadrantes políticos.. como Mário Soares, Antonio Guterres, Miguel Cadilhe,Nuno Grande,Sobrinho Simões, D Duarte Pio, Gaspar Martins Pereira, Manuel Tão, etc etc

basta ler o nome dos peticionários no site
www.linhadotua.net

eu também não sou verde mas tenho mais orgulho em estar com eles do que com muitos maduros que para aí andam

O MCLT começou com 6 defensores da linha do tua que se honram de nunca terem sido influenciados nem "comprados" todo o seu trabalho e despesas foram pessoais e em defesa de uma causa em que acreditam... Hoje são todos acreditam que vale a pena defender este património único,, mesmo aqueles que hoje ganham dinheiro com isso.................

mario carvalho

mario carvalho disse...

Antes quebrar que tocer..

quantos só torcem.. embora por moda se digam seus admiradores

"Gerês, 6 de Agosto de 1968 - Derradeira visita à aldeia de Vilarinho da
Furna, em vésperas de ser alagada, como tantas da região. Primeiro, o
Estado, através dos Serviços Florestais, espoliou estes povos pastoris do
espaço montanhês de que necessitavam para manter os rebanhos, de onde
tiravam o melhor da alimentação - o leite, o queijo e a carne - e
alicerçavam a economia - a lã, as crias e as peles; depois, o super-Estado,
o capitalismo, transformou-lhes as várzeas de cultivo em albufeiras - ponto
final das suas possibilidades de vida. E assim, progressivamente, foram
riscados do mapa alguns dos últimos núcleos comunitários do país.
Conhecê-los, era rememorar todo um caminho penoso de esforço gregário do
bicho antropóide, desde que ergueu as mãos do chão e chegou a pessoa, os
instintos agressivos transformados paulatinamente em boas maneiras de trato
e colaboração. Talvez que o testemunho de uma urbanidade tão dignamente
conseguida, com a correspondente cultura que ela implica, não interesse a
uma época que prefere convívios de arregimentação embrutecida e produtiva, e
dispõe de meios rápidos e eficientes para os conseguir, desde a lavagem do
cérebro aos campos de concentração. Mas eu ainda sou pela ordem voluntária
no ócio e no trabalho, por uma disciplina cívica consentida e prestante, a
que os heréticos chamam democracia de rosto humano. De maneira que gostava
de ir de vez em quando até Vilarinho presenciar a harmonia social em pleno
funcionamento, sem polícias fardados ou à paisana. Dava-me contentamento ver
a lei moral a pulsar quente e consciente nos corações, e a entreajuda
espontânea a produzir os seus frutos. Regressava de lá com um pouco mais de
esperança nos outros e em mim.
Do esfacelamento interior que vai sofrer aquela gente, desenraizada no
mundo, com todas as amarras afectivas cortadas, sem mortos no cemitério para
chorar e lajes afeiçoadas aos pés para caminhar, já nem falo. Quem me
entenderia?"
(Miguel Torga, Diário XI)

mario carvalho disse...

O interesse nacional que não paga impostos

Os PEIXÕES e o interesse nacional

Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt






Não é de hoje. Há um ano, quando a PT vendeu a operação em Marrocos, o lucro de 200 milhões foi limpinho de impostos. A lei assim o prevê, a portuguesa e a comunitária, para incentivar o investimento e a competitividade fiscal. Quando essa lei não o prevê, outra servirá: a Sonae lançou a OPA à PT a partir de uma "holding" holandesa para não pagar imposto; Amorim fez o mesmo ao entrar na Galp. São as famosas BV, legalíssimas e frequentíssimas.

Se uma lei portuguesa ou holandesa não se aplica, muda-se com um decreto-lei. Sempre por interesse nacional. Assim foi na Petrocontrol, que encaixou uma mais-valia na venda da Galp sem entregar um cêntimo ao Fisco. Os beneficiados? Sim, são também sempre os mesmos. Petrocontrol era o BES, Patrick Monteiro de Barros, Totta, Mello, Amorim, Fundação Oriente...

Tudo isto é legal. Na venda da Vivo, a PT pagaria centenas de milhões de imposto mas como o negócio é feito pelas incontornáveis BV, não pagará impostos, como revelou o "Diário Económico" há uma semana, sem que se ouvisse uma voz de protesto ou um deputado que se insurgisse* - nem os que não são fiscalistas.

Os Estados põem, as empresas dispõem. Durante anos, a Sonae desafiou o Estado - que venceu, num célebre processo contra os emolumentos notariais. Belmiro de Azevedo dizia, com crueza, que as empresas têm de pagar todos os impostos que lhes são devidos mas nem um cêntimo do que um advogado descubra ser dispensável, por habilidade ou lacuna da lei.

O que é revoltante é que a "golden share" tenha sido usada, em nome de dez milhões de portugueses tributados em benefício de meia dúzia de isentos, na mais-valia e nos dividendos.

Aqui foi escrito vezes sem conta o embuste do alegado interesse nacional da "golden share". Nem só por ideologia, mas por ser um instrumento público usado em privilégio privado, os accionistas da PT. Não quisemos acreditar que o primeiro-ministro, que moveu montanhas por um negócio no Brasil, não levantasse um grão de areia pelos contribuintes portugueses. Mas o tempo passa, e areia só para os olhos.

Interesse nacional? Nos últimos anos, o IVA subiu de 17% até 21%. O IRS tem um novo escalão e uma sobretaxa "temporária" (pois...), estando anunciada a limitação das deduções fiscais na saúde e educação, o que terá um impacto brutal em quem tem filhos. Interesse nacional? O IRC das empresas (sem BV...) sobe, há mais impostos especiais, mais taxas liberatórias sobre a poupança e mais-valias bolsistas. Interesse nacional? O código contributivo vai aumentar a carga para a Segurança Social, incluindo nos recibos verdes. Os funcionários públicos pagam mais na ADSE, há cortes sociais: nos subsídios de desemprego, nos abonos, nas pensões de reforma. Interesse nacional?!

As empresas precisam de quadros fiscais atractivos para o investimento. Negócios como os da Vivo são bem-vindos. Mas ouvi-los cantar o hino nacional é a "golden" humilhação para quem paga impostos. Ver, agora, accionistas da PT a semearem discórdia entre si para receberem mais dividendos revela falta de pudor. "Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal!" Levantai, então não levantai...



psg@negocios.pt

* NA: depois de publicado este texto na edição impressa, pude confirmar que o deputado do PCP Agostinho Lopes criticou esta isenção à Lusa: "Este é um exemplo brilhante de como a política fiscal está desenhada à medida dos grandes interesses económicos". Fica a correcção e o pedido de desculpas aos leitores e a Agostinho Lopes.

mario carvalho disse...

Parabéns aos Verdes e à grande coragem da Manuela Cunha .. Parece uma Transmontana


Barragem do Tua
"Verdes" acusam EDP de não cumprir todas as imposições ambientais
12 | 08 | 2010 20.42H
O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) acusou hoje a EDP de não ter cumprido todas as imposições relativas à barragem de Foz Tua, o que pode pôr em causa a classificação do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

De acordo com a dirigente Manuela Cunha, o projeto vai “ter impactos na paisagem classificada” pelo que carece do parecer da UNESCO e da aprovação do IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arqueológico e Arquitectónico.

Nem um nem outro constam, segundo disse, dos planos e estudos que a EDP teve de adicionar ao projeto para a conformidade com as imposições da Declaração de Impacto Ambiental (DIA), o chamado RECAPE- Relatório de Conformidade Ambiental.

A DIA, emitida em maio de 2009, foi favorável à construção da barragem na foz do rio Tua com o Douro, em Trás-os-Montes, mas com a imposição de 12 condicionantes e 50 estudos e medidas.

Depois de a EDP ter entregado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) toda a documentação exigida foi elaborado o RECAPE que esteve em discussão pública até 06 de agosto.

O PEV fez chegar à APA a sua posição e alega ter detetado na consulta pública que “o Plano de Recuperação Ambiental e Integração Paisagística da zona afetada pela barragem não foi aprovado pelo IGESPAR e pela Direcção Regional de Cultura do Norte, tal como a DIA obrigava”.

Manuela Cunha refere ainda que “não existe, nem no estudo, nem no relatório técnico, nenhum documento que traduza um aparecer favorável da UNESCO, organismo ao qual o PEV já apresentou uma queixa sobre o que se está a passar no Tua.

A dirigente reiterou que o Douro Vinhateiro pode ser desclassificado pela UNESCO “por a barragem influir com a zona de proteção à área classificada, na qual se aplicam a mesmas regras”.

“Os impactos paisagísticos são brutais. É o próprio estudo que reconhece”, disse, apontando a central de produção de energia que abrangem três edifícios, um deles com 25 metros de altura, o equivalente a um prédio de sete andares, e 75 metros de comprimento.

A dirigente do PEV alertou ainda para a ausência de um plano sobre as linhas de transporte de energia e os seus impactos no Douro Vinhateiro.

O partido critica também as alternativas aos 16 quilómetros da Linha do Tua que vão ficar submersos propostas pela EDP num plano de mobilidade que classificou “uma obra de surrealismo completa”.

“Propostas que vão desde funiculares a elevadores agarrados à barragem (…) há dinheiro para tudo, menos para um canal alternativo ferroviário”, observou.

Contactada pela Lusa, a EDP respondeu por escrito apenas que "considera ter entregado os documentos pedidos na DIA".

Antes do final de agosto não deverá haver uma decisão final sobre o RECAPE da barragem de Foz Tua, segundo disse à Lusa fonte da APA, que está agora a analisar as participações apresentadas durante o período de discussão pública para tomar uma decisão final.

Se o RECAPE for aprovado, em outubro deverá ser celebrado o contrato de concessão definitiva entre o Governo e a EDP, que já abriu concurso público para a construção e espera começar as obras antes do final do ano.

mario carvalho disse...

O Ministro das barragens

argumento para ser favorável:

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/pinho-com-aulas-pagas pela EDP

Pinho com aulas pagas
A disciplina sobre energias renováveis que o ex-ministro da Economia Manuel Pinho vai leccionar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, é financiada pela EDP.

0h30
Nº de votos (0) Comentários (6) Por:Ana Carvalho Vacas


Esta cadeira está integrada numa parceria de quatro anos entre a eléctrica portuguesa e a School of International and Public Affairs da Universidade da Columbia. A pedido da empresa liderada por António Mexia, a universidade nova-iorquina não revelou o valor da doação. Mas uma página do site sobre notícias da Universidade da Columbia está ‘linkada’ a outra que refere que as doações rondam os 2,34 milhões de euros.

Manuel Pinho garante que foi convidado pela universidade nova-iorquina em Outubro, antes de a EDP fazer esta parceria. "Depois de ter aceite o convite o que fiz foi colocar a EDP e o ISCTE em contacto com a Columbia", disse o antigo ministro ao ‘Jornal de Negócios’. E acrescentou: "Tenciono estabelecer mais contactos entre a Columbia e instituições portuguesas para ajudar a criar um grande programa sobre energias renováveis".

Contactada pelo CM, a EDP afirma que cabe à Universidade da Columbia a escolha do corpo docente. Mas reconhece que o antigo ministro da Economia Manuel Pinho "ganhou competência na área das energias renováveis


o tal das trapalhadas

http://economico.sapo.pt/noticias/as-gaffes-de-manuel-pinho_14375.html