06 julho 2007

DO FUNDO DA ARCA


Na primeira imagem em grande plano, na segunda vislumbra-se bem ao fundo (clique nas imagens para aumentar), esta é a árvore mais impressionante que eu vi na minha vida. Companheira da minha infância, o negrilho da Selores era um monumento à vida e com certeza uma das maravilhas de Ansiães que não resistiu aos anos. Não resisto em lembrar o Torga

A um Negrilho

Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
serrana!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

(Diário, S. Martinho de Anta, 26 de Abril de 1954)

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