25 maio 2007

Sem médicos

Milhares de utentes em risco de ficar sem médico
Milhares de utentes dos centros de saúde do Norte do país poderão ficar sem médico de família devido a uma possível debandada de médicos espanhóis que estão a trabalhar em Portugal. O alerta é dado pela Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal (APSEP). (...)
O responsável da APSEP, também ele médico de família a exercer em Ponte de Lima, lembra que "a Galiza tem neste momento um grave problema de assistência médica por causa do défice brutal ao nível de médicos e enfermeiros". Tentando inverter este cenário, o Governo Regional lançou uma oferta pública de emprego (OPE) cujo objectivo é integrar nas unidades de saúde galegas mais de mil clínicos de todas as especialidades até 2010.
...) este "regresso a casa" por parte dos profissionais de saúde espanhóis deverá afectar, sobretudo, os contratados. "Um contrato na Galiza é melhor do que um cá, actualmente", sublinha, considerando que "a Sub-Região de Saúde ou a ARS têm de começar a pensar nesta situação e a estudá-la seriamente".
...)"As mudanças ainda são mínimas" mas se houver uma equiparação da oferta, semelhante ao que existe em Portugal, a situação pode vir a complicar-se.
No Norte de Portugal, trabalham entre 800 a mil médicos espanhóis (...)
No JN
O estatuto excepcional que os médicos têm no nosso país advém, como é óbvio, do acto clínico que executam, mas também e especialmente da escassez desses profissionais. Compare-se o com o país vizinho, a Espanha, ou outros países da comunidade e fácil será chegar a esta conclusão.
Recordamos a importância, mesmo o estatuto social, que os advogados e os professores tiveram há um tempo a esta parte. Ela devia-se também à necessidade que o país tinha destas profissões. As instituições de ensino superior "produziram" uma grande quantidade de profissionais, facto que fez decrescer a sua importância social. Atente-se no estatuto social do advogado de meia idade ou ao estagiário que acabou de sair da universidade. São muito diferentes, com clara vantagem para o mais velho.
Por outro lado, repare-se no caso dos enfermeiros, que tem visto aumentar a sua importância derivada da grande oferta de postos de trabalho. Todos recordamos que pouco mais era necessário que a escolaridade obrigatória e o estágio numa unidade de saúde para obter esse papel social. Presentemente a necessidade do mercado de trabalho, acrescentada pelo curriculum académico, aumentou muito o estatuto destes profissionais.
Posso concluir que a míngua ou fartura projectam ou não a importância da "coisa"."

1 comentário:

AJS disse...

Lendo a notícia toda, salta à evidência que as coisas no aspecto da saúde não estão melhores do que cá, na nossa vizinha Espanha. Pelo contrário "as condições de trabalho estão piores"-cintando. E estão tão mal, que o governo da Galiza resolveu "agora", criar incentivos para atrair médicos, coisa que já se havia feito em Portugal, atraindo os médicos espanhois que cá trabalham. Quanto à carência de médicos, é uma realidade, fruto de vários factores, entre elas a abertura de vagas e/ou a criação de novas faculdades de medicina. Já foi feito no tempo de António Guterres, mas muito mais é necessário. De realçar que já no próximo ano vão abrir as novíssimas e moderníssimas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade do Minho com cerca de 100 vagas. Parabéns e oxalá este exemplo prolifere. Pena foi que outros governos não tivessem feito isto há mais tempo, para estarmos agora a colher os frutos.