Sem médicos
Milhares de utentes em risco de ficar sem médico
Milhares de utentes dos centros de saúde do Norte do país poderão ficar sem médico de família devido a uma possível debandada de médicos espanhóis que estão a trabalhar em Portugal. O alerta é dado pela Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal (APSEP). (...)
O responsável da APSEP, também ele médico de família a exercer em Ponte de Lima, lembra que "a Galiza tem neste momento um grave problema de assistência médica por causa do défice brutal ao nível de médicos e enfermeiros". Tentando inverter este cenário, o Governo Regional lançou uma oferta pública de emprego (OPE) cujo objectivo é integrar nas unidades de saúde galegas mais de mil clínicos de todas as especialidades até 2010.
...) este "regresso a casa" por parte dos profissionais de saúde espanhóis deverá afectar, sobretudo, os contratados. "Um contrato na Galiza é melhor do que um cá, actualmente", sublinha, considerando que "a Sub-Região de Saúde ou a ARS têm de começar a pensar nesta situação e a estudá-la seriamente".
...)"As mudanças ainda são mínimas" mas se houver uma equiparação da oferta, semelhante ao que existe em Portugal, a situação pode vir a complicar-se.
No Norte de Portugal, trabalham entre 800 a mil médicos espanhóis (...)
No JN
O estatuto excepcional que os médicos têm no nosso país advém, como é óbvio, do acto clínico que executam, mas também e especialmente da escassez desses profissionais. Compare-se o com o país vizinho, a Espanha, ou outros países da comunidade e fácil será chegar a esta conclusão.
Recordamos a importância, mesmo o estatuto social, que os advogados e os professores tiveram há um tempo a esta parte. Ela devia-se também à necessidade que o país tinha destas profissões. As instituições de ensino superior "produziram" uma grande quantidade de profissionais, facto que fez decrescer a sua importância social. Atente-se no estatuto social do advogado de meia idade ou ao estagiário que acabou de sair da universidade. São muito diferentes, com clara vantagem para o mais velho.
Por outro lado, repare-se no caso dos enfermeiros, que tem visto aumentar a sua importância derivada da grande oferta de postos de trabalho. Todos recordamos que pouco mais era necessário que a escolaridade obrigatória e o estágio numa unidade de saúde para obter esse papel social. Presentemente a necessidade do mercado de trabalho, acrescentada pelo curriculum académico, aumentou muito o estatuto destes profissionais.
Posso concluir que a míngua ou fartura projectam ou não a importância da "coisa"."
1 comentário:
Lendo a notícia toda, salta à evidência que as coisas no aspecto da saúde não estão melhores do que cá, na nossa vizinha Espanha. Pelo contrário "as condições de trabalho estão piores"-cintando. E estão tão mal, que o governo da Galiza resolveu "agora", criar incentivos para atrair médicos, coisa que já se havia feito em Portugal, atraindo os médicos espanhois que cá trabalham. Quanto à carência de médicos, é uma realidade, fruto de vários factores, entre elas a abertura de vagas e/ou a criação de novas faculdades de medicina. Já foi feito no tempo de António Guterres, mas muito mais é necessário. De realçar que já no próximo ano vão abrir as novíssimas e moderníssimas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade do Minho com cerca de 100 vagas. Parabéns e oxalá este exemplo prolifere. Pena foi que outros governos não tivessem feito isto há mais tempo, para estarmos agora a colher os frutos.
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