Vão realizar-se eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Este acto eleitoral mobiliza fortemente as estruturas partidárias porque é um dos mais altos cargos da função pública, porque é a capital do país e por todas as consequências políticas que daí advêm. A situação da maior autarquia nacional é, no mínimo, penosa por tudo o que a comunicação social tem reportado. Porém, apesar da situação económica, dos diversos problemas judiciais e de todas as trapalhadas que emperram um funcionamento normal autárquico, as apostas dos dois maiores partidos são conhecidas e são muito fortes. Qualquer que seja o vencedor e, particularmente se for do partido do governo, vai exigir meios financeiros do governo central para ultrapassar os problemas financeiros. As duas candidaturas potencialmente vencedoras não serão de todo inocentes. Com toda a certeza terão das suas cúpulas partidárias um respaldo de promessas e outras benesses que se materializarão em muito dinheiro e irão permitir desenvolver um trabalho profícuo e quiçá servirão de plataforma de lançamento para outras e superiores aspirações políticas. Que é que isto interessará ao resto do país? Muito. Mais uma vez se perspectiva uma discriminação injusta e penalizadora para a restante território nacional. O gasto de dinheiro e outras asneiras que os políticos fazem na capital é aquele não chega às outras regiões do país.
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