O prisma para olhar a realidade

A realidade tem diversos ângulos de análise e as diversas cambiantes surgem conforme o olhar do observador a modos de um prisma que mostra diversas tonalidades de luz. Para um determinada perspectiva de interpretação dos factos sociais baseada nos melhores princípios lógicos de argumentação, logo outra se posiciona com a mesma força e inabalável raciocínio.

A actual sociedade de informação caracteriza-se também pela complexa teia de opiniões e de técnicas de veiculação de mensagens e de opiniões. As tradicionais ferramentas de propaganda e de instrução do povo baseadas nos órgãos de informação únicos ao serviço do Estado ou do/s partido/s estão a ser substituídas por outras bem mais elaboradas.

O sortilégio da actividade política democrática baseia-se na miríade de posicionamentos onde aparecem construções argumentativas ao mesmo tempo inquestionáveis e perecíveis como de castelos de areia se tratassem. Nesta nobre arte o jogo retórico da argumentação e do convencimento atinge foros de brilhantismo. Os bons políticos são aqueles que tem um pensamento de sociedade, que propõem um melhoramento social global, a defesa de uma classe… e conseguem fazer com que uma maioria a comungue e se entusiasme com a possibilidade da sua realização.

No campo dos analistas sociais e políticos isto é, dos “fazedores” de opinião, dos que escrevem nos jornais, opinam na televisão ou debitam comentários na telefonia, esta lógica é da mesma maneira válida. Qualquer facto político tem diversas interpretações de acordo com ângulo de observação. Todos os que estamos atentos à realidade envolvente, nos identificamos com determinado comentário lido ou ouvido. Há comentadores que exprimem de uma forma brilhante, muitas vezes sublime aquilo que nos vai na alma. Tantas são as vezes ou mostra uma arguição tão bem feita que muitas vezes com eles nos identificamos. Aos poucos vão também moldando a nossa maneira de pensar.

A notoriedade e brilhantismo dos “opinion maker’s” também nos serve para junto dos outros fazermos vingar a maneira de pensar, a ideologia, as simpatias ou antipatias pessoais…

Quantas vezes quando nos é mostrada determinada análise da realidade veiculada por outrem e com a qual não concordamos rápida e facilmente encontramos outra contraditória que enche o nosso amor-próprio.

Poderá assim questionar-se a validade de mostrar a opinião daquelres com que concordamos, connosco se identificam, aplaudimos pois surgirá apenas um ângulo de análise. Preferimos o questionamento da análise feita pelos outros, preferencialmente quando se trata de assuntos locais ou regionais. Prismas de análise...