24 setembro 2005

Quem vai ser o bombo?

No momento em que se avizinha o período mais renhido da campanha autárquica há uma dúvida que me apoquenta. Afinal quem vai ser o escolhido para ser o bombo da festa?
Em todas as campanhas houve sempre alguém previamente marcado e não tem que ser o cabeça de cartaz.
Sei de um que ao longo dos seus doze anos de intervenção cívica, em papéis sempre secundários, desempenhou sempre este papel como ninguém. Com estoicismo soube dar a outra face quando esbofeteado; soube encaixar, sabe Deus com que esforço, as calúnias e as mentiras. Soube aguentar a função e, no entanto, bastava-lhe humilhar-se, render-se ao sistema para que desse modo chegasse ao céu em terra. Sobre ele penderam processos em tribunais, foi acusado de escrever cartas anónimas, de levantar falsos testemunhos, de dizer mentiras, de fazer o que nunca fez. Foi-lhe posta em causa a honestidade e honradez sem nunca ter havido o esforço de provar o que se dizia ou mandava dizer.
Desta vez a curiosidade é maior. A reforma também chegou para esse personagem que agora irá acompanhar o “cortejo” da bancada. Por isso ele me incumbiu de desejar ao próximo figurante todas as felicidades no desempenho desse papel.

Hélder de Carvalho

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