08 setembro 2005

Do Toural até ao Pinocro…

Do outro lado do teu olhar

Por Pedro Aleixo


O nosso companheiro de escrita, no Pensar Ansiães, Vitorino Ventura, sem precisar que lhe batam nas costas, nem que ninguém se ajoelhe a seus pés, penso eu, pelo que leio do que escreve, e que até gosto de ler e reler, e não esperem que eu seja muito preocupado na pontuação e quanto a erros técnico-gráficos já pedi ao Alegre que olhe por eles porque o ser repentino tem também dessas coisas.
Mas quanto ao comentário ao meu comentário ao que o meu caro amigo Alegre escreveu, quase subscreveria mas como ainda não reli o dito não me pronuncio sobre nada a não ser acrescentar que sem dúvida, por vezes a certas pessoas é mais fácil ver o cisco no olho de quem dizemos ser amigo do que o seixo “rolando” no seu olhar.
Mas adiante que se faz tarde, é que prometi a mim mesmo que não irei polemizar nem tão pouco contribuir para o aumento de distanciamentos humanos, mais a mais nunca gostei de ter inimigos e procuro ser fiel aos meus princípios e muitas das vezes prefiro a lógica dos nórdicos, pois, por vezes para haver construção humana e desenvolvimento é preferível dobrar, torcer do que partir, é que quando se dobra um ramo de um chorão ainda se pode endireitar mas partindo-se o ramo não há remédio… (Claro, um ramo de pinheiro é mais difícil de dobrar e mais fácil de partir!).
Como não reli não entendi as indirectas mas não me sinto atingido porque também não pretendi atingir ninguém, mas boinas há muitas e agora nas casas chinesas nem são caras…mas isto é outra história!
Alguém me disse ou li aqui que a erva ardeu no Castelo de Ansiães… de que terão falado as pedras que não se sentiram chamuscadas? Elas falam e têm vida…
Mas já agora partilho convosco um texto que fiz recentemente para um jornal português e que penso pode servir de reflexão de fim-de-semana. Aí vai:

“Uma pessoa minha amiga tinha razão quando me dizia que há certos seres vivos que têm menos coragem do que outros.
Já me dei conta que muitas vezes os homens são seres mais acomodados que as mulheres.
Também já me dei conta que o facto de não sabermos passar a ferro ou cozinhar, no caso dos que não sabem, é um obstáculo à quebra de rotinas.
Há um conjunto determinado de IF’s sempre que se colocam quando as pessoas se demoram a pensar. Assim como estes:
- Se conseguisse cativar uma pessoa era capaz de me decidir por outra.
- Se amanhã tiver tempo de certeza vou a tua casa.
- Se chover amanhã devo ter tempo para lavar o carro.
- Se tiver tempo, claro que não me importo de tomar um delta contigo.
- Se conseguir arranjar-me cedo podes esperar por mim que logo que possa, encontro-me contigo no lugar onde era costume encontrarmo-nos quando tínhamos tempo para isso.
- Se tiver coragem eu chego a casa e ponho tudo em pratos limpo, mas chega a casa e o rebelde IF_SE vem ao de cima e impõe de novo a rotina entre os que se agarram novamente ao se que tolhe e amarra e não deixa quantas vezes rumar pela vida e desbravar novos horizontes sem limites pelo menos daqueles que desumanizam o viver.
- Se nas férias descobrir um dia, de certeza que desta vez vou estar atento, nas dunas uma pérola, claro que não a vou largar e, se a poder vender, não vou olhar para trás a não ser que eu não tenha possibilidade de dar a volta ao texto e me mantenha no mesmo campo de jogo que há uns anos a esta parte…
- Se não vier tarde jantamos e vamos ao cinema e se houver oportunidade vamos comer o gelado que comíamos sempre no Verão, na Vitinho quando passamos pela Carrazeda de fugida antes de calçar de novo as pantufas.
Uma série de SES irrompem quantas vezes a acomodar situações e melhor seria que o vulcão da coragem deixa-se a lava da vida apanhar novo sol e assim ajudar ao recomeço da VIDA de muitos que por comodismo a tornam uma rotina que tolhe e anula os horizontes que só os sonhadores atingem e não passam também disso sem os tornar realidade. E não sei também o que é melhor, se a rotina, se a partida para novos cais onde a rotina não seja a palavra de ordem e a loucura dos dias passe depressa e onde a dor se partilhe com a mesma percentagem que a alegria, e nunca regateando se da sardinha da vida nos cai em sorte a cabeça ou as espinhas. Uma coisa é certa, se não se cuidar da roseira os espinhos podem cravar as pétalas mas se não se cuidar do cravo ele murcha e então como o tempo vai sem água dificilmente ele desabrocha para encanto dos enamorados.
Com IF ou sem SE a marcha dos dias continua e a velhice vem ao nosso encontro e começa a fazer-se tarde para concretizar, mas se Deus ajudar e a mente também, o sonho continuará a comandar a Vida que se espera menos dolorida…
Se logo à noite chover de certeza quem andar à chuva molha-se…sim…excepto, pois, para tudo há excepções e neste caso da coragem, a maior parte das mulheres vão também à frente dos homens que quantas vezes são como as avestruzes nas atitudes…enfiam a cabeça na areia! Dirá alguém, é a vida!

Sem comentários: