Por João Manuel Sampaio
Aqui um pouco de “poesia”, salvo seja, repentista para amenizarem as conversas sobre as promessas eleitorais que ficam sempre bem a certos mortais…
Ao Pedro Aleixo
Merenda
Contemplei o Pinocro
Quando o sol estava a pino,
Não mexia folha nenhuma
Dos pinheiros e castanheiro oco
Que nas noites de Outono
Lhes dá o vento vida,
Mete medo à criançada.
As corujas não se ouviam
Apenas o latir dos cães
Eu ouvia naquela tarde
Em que pela primeira vez
Ali comi a melhor merenda
Que eu podia degustar.
Era Verão, foi num dia
Qualquer dum Agosto
Com sabor a tudo,
A saber a paixão!
A uma anónima
Doçuras
Adorava fazer parte das letras
Que te informam,
Adorava percorrer a tua pele
Com as minhas sílabas,
Escrever-te ao ouvido,
Espalhar em ti o açúcar
Do meu ser…
O teu horizonte é feito,
Por vezes, de dores desnecessárias.
Quantas vezes na secura das horas
Preenches os teus segundos
De gelo sem cheiros…
Tens encantos que devem ser bebidos
E absorvidos no hoje,
E tu pareces-me agora muito no ontem,
Mas deixa-me uma vez só mergulhar
Na tua recordação, e letra à letra
Ajudar-te a saíres do labirinto de ti…
E adorava, depois, saborear e beber dessa água
Que és tu…
P.S. Soube que o Dr. Morais faleceu. A todos os familiares os meus sinceros sentimentos. A saudade há-de acompanhar-me e o lamento de não ter perdido mais minutos a falar com ele. Espero que os filhos publiquem o que de maravilhoso deve ter deixado escrito. Têm o meu apoio…
Sem comentários:
Enviar um comentário