O concelho de Carrazeda de Ansiães ocupa uma área de cerca de 280 Km2. Situa-se a sudoeste do distrito de Bragança, faz fronteira com dois rios e com cinco concelhos de três distritos distintos.
É limitado a norte pelo concelho de Vila Flor, a nascente confronta com Moncorvo, a sul partilha o Rio Douro com Vila Nova de Foz Côa e S. João da Pesqueira e a oeste contempla o vale do Tua, em parceria com Alijó.
Formado por dezanove freguesias e mais de quarenta aldeias, ocupa uma grande área planáltica, recortado por montanhas e vales. A zona ribeirinha ao Douro integra-se no Alto Douro Vinhateiro, património da humanidade.
As inscrições rupestres na Fontelonga, Parambos, Ribalonga e outras, popularmente denominadas, Fraga das Ferraduras, são provas de que o homem escolheu este concelho para habitar desde os tempos mais remotos.
As pinturas da anta de Zedes e as importantíssimas e únicas no nosso país que estão localizadas no Cachão da Rapa, em Ribalonga, certificam a antiguidade e riqueza do património de Carrazeda de Ansiães.
As antas de Zedes e do Vilarinho da Castanheira são dois conjuntos megalíticos de grande beleza que testemunham a fixação humana há mais de 5 000 anos.
As casas brasonadas de Selores, Linhares, Vilarinho e Ribalonga afirmam famílias nobres que influenciaram decisivamente a principal actividade económica, a agricultura, ligada aos cereais, à castanha, ao cultivo da vinha e do azeite e mais tarde da batata. Actualmente, a maçã é, atualmente, um produto importante na economia local que surgiu há pouco mais de trinta anos.
As moedas, os objectos cerâmicos, algumas pontes e fontes são prova da passagem dos romanos e dos visigodos. Os árabes influenciaram a cultura local, Alganhafres é um nome tipicamente árabe, trouxeram plantas como a figueira e engenhos agrícolas como a nora que perduram.
Segundo a grande maioria dos historiadores, esta zona foi reconquistada aos mouros por D. Afonso III, rei de Leão, nos finais do século IX e a localidade que evolui em importância estratégica é a vila de Ansiães.
O seu castelo foi de grande utilidade pela sua posição de defesa do vale do Douro e todo o planalto carrazedense.
Ansiães é uma localidade muito antiga mas já extinta. Restam as ruínas do castelo constituída por duas muralhas. A exterior perfaz 625m e a interior 323 metros.
O seu primeiro foral é-lhe dado pelo rei de Leão, Fernando Magno, ainda antes da nacionalidade, supôe-se entre 1056 a 1060. D. Afonso Henriques confirmaria as suas regalias e deveres em 1160, D. Sancho I em 1198 e e D. Afonso II em 1219. Em 1510, todos s forais foram reformados e D. Manuel dar-lhe-ia um novo.
Nesta vila nasceu D. Lopo Vaz de Sampaio, oitavo vice-rei da Índia que era o cargo mais importante da altura logo a seguir ao rei. Aqui também nasceu João José de Freitas, 1.º governador civil de Bragança, João da Cruz, responsável pela construção do caminho de ferro até Bragança e outros.
A perca da posição estratégica e a falta de água levou as pessoas a abandonar a velha Ansiães. Em 1734, o pelourinho, símbolo do poder, foi mandado destruir pelo juíz de fora e representante do rei , Francisco Araújo e Costa e a sede do concelho foi mudada para Carrazeda.
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