Carrazeda, único concelho do distrito sem casa de justiça

O novo mapa judiciário confirma a extinção do tribunal em Carrazeda de Ansiães com a agravante de ser o único município do distrito que nada ganha, pois para todos os outros tribunais extintos se criaram secções de proximidade.

Por outro lado, o tribunal central da comarca não integra na sua instância, a par de outros do interior, secções de família e menores.

Desculpem a insistência, mas esta é uma machadada, sem memória na autonomia e no direito mais fundamental da população, o direito à justiça no seu município. Esta era um prerrogativa que perdura desde o início da nacionalidade porque a presença de um juiz que administrava a justiça era o direito mais fundamental outorgado pelo monarca.

 Dir-me-ão que, por questões economicistas, as distâncias entre os municípios e o número de processos não justificariam casas de justiças em todas as sedes de concelho. Puro engano. O desprezo pelas gentes do interior e concretamente de Carrazeda, não pode admitir esse quesito porque ele é completamente falso. Não será muito mais fácil e menos dispendioso deslocar juízes e oficiais de justiça do que um número bem maior de réus, arguidos, testemunhas e eventuais observadores? A medida só se entende como um ato tresloucado de cortar sem racionalização e sem respeito pelos portugueses do interior. Só é pena que já não saibamos reagir ou será que já sem sentir deixámos de ser filhos de boa gente?