Na próxima segunda-feira cumprem-se cem dias do novo poder autárquico carrazedense.
Parafraseando o Manuel, poeta presidenciável, "o vento cala a desgraça / o vento nada me diz".
Na iminência da destruição de um rio, perguntou-se ao ribeiro da Veiga e ninguém vê uma corrente sonhadora, apenas o lodo das águas. Esta terra desfalece à beira de um ribeiro triste. Os rios continuam a correr para o mar e a "minha gente" permanece nas margens ou a fazer telefonemas à Edp para saber do nosso destino colectivo.
Pergunta-se à gente que passa, notícias do nosso futuro, mas os seus sonhos moram muito longe e afogam as suas mágoas em breves reencontros na margem de uma curva, em bebedeiras de tinto, etc e tal.
Pergunta-se aos montes que nos rodeiam e deles ressoa o eco perturbador da inveja, da intriga, da maledicência e da ingratidão. Apoiou-se o que hoje parece detestável. Calunia-se quem nos promoveu. Morde-se a mão que nos deu o pão. Combate-se hoje o que se defendia ontem. Maldiz-se quem nos fez bem. Renega-se quem se adorou.
Pergunta-se à brisa que passa silenciosa e ligeira por uma vila com vontade de progresso e a brisa nada nos diz. Apenas o silêncio dos cemitérios, a quietude das obras de Santa Engrácia, a apatia angustiante da desmotivação.
E haverá uma candeia que alumie, alguém que semeie canções, alguém que resista, alguém que diga não...???
8 comentários:
FORÇA
Zé Mesquita
há sempre alguém que diz NÃO
um Covarde morre todos os dias
os outros só morrem uma vez
CADA VEZ MAIS SÃO OS QUE DIZEM
NÃOOOOOOOOOO!!!!!
ABRAÇO
mario
A ignorância passa as marcas,
costuma ser atrevida;
o nosso tempo é tão falso,
que até nos falseia a vida.
vive nas nuvens
este poeta
com tanta sabedoria
parece um pateta
NÃOOOOOOOOOO!!!!! GOSTOU ??
Exemplo a seguir ... ou não
Os três municípios da região de Basto vão exigir da EDP uma compensação permanente de 2,5 por cento da faturação da barragem de Fridão, no rio Tâmega, disse Joaquim Barreto, autarca de Cabeceiras de Basto (PS).
“Não queremos que à custa dos nossos recursos naturais fiquemos mais pobres e o país mais rico”, afirmou o autarca, ladeado dos presidentes das câmaras de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva (PSD), e Mondim de Basto, Humberto Cerqueira (PS).
Os três concelhos apresentaram hoje, em Braga, um pacote de sete exigências e medidas compensatórias pelos “fortes prejuízos locais”, sem as quais - garantem os respetivos autarcas - opor-se-ão à construção da barragem de Fridão.
“É intenção dos municípios, não se opondo cabalmente à construção do empreendimento hidroelétrico, assegurar que um bem nacional não se faça à custa do sacrifício das populações do interior”, sublinharam os presidentes.
Além da compensação financeira, que poderá chegar aos 2,5 milhões de euros anuais, os municípios exigem também a construção do troço da variante do Tâmega de Celorico até Arco de Baúlhe, contratualizada desde 1983, e a ligação desta via à vila de Mondim de Basto, cujo projeto se encontra em fase final de execução.
No pacote de exigências, constam ainda a construção de uma ecopista entre Celorico de Basto e Arco de Baúlhe e infraestruturas na albufeira que permitam a acostagem de embarcações de recreio. Exige-se ainda apoio nas infraestruturas de tratamento de águas residuais, para minimizar os impactes causados pelas descargas para o Tâmega.
Os três concelhos, cujos territórios poderão ser parcialmente inundados por uma albufeira com cerca de 35 quilómetros de extensão, lembram que o rio Tâmega transformar-se-á “num conjunto de massas de águas artificiais, sem possibilidade de recuperação do seu valor ecológico e ambiental”.
Joaquim Barreto garantiu que os autarcas estão dispostos a negociar com a EDP, admitindo que possa haver daquela empresa uma contraproposta.
Frisou, contudo, que só haverá acordo se as medidas compensatórias ficarem devidamente contratualizadas.
O autarca de Cabeceiras, que também preside à Federação de Braga do PS, disse subscrever a posição do seu colega de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva (PSD), que tinha antes garantido que iria para a rua defender os interesses dos seu munícipes caso a EDP não satisfaça as medidas compensatórias.
“Queremos que a barragem seja um projeto de inclusão e não de exclusão”, acentuou Joaquim Barreto.
Para os três autarcas, o Estudo de Impacte Ambiental mandado realizar pela EDP, cujo período de consulta pública termina hoje, é “claramente deficiente nas medidas de mitigação”.
Cabeceiras, Celorico e Mondim irão ainda apresentar à EDP um conjunto de exigências de incidência mais concelhia.
O autarca de Mondim mostrou-se preocupado com o facto de estar previsto o atravessamento do concelho de uma linha de muito alta tensão.
A barragem de Fridão é uma das 10 que constam do Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial hidroelétrico.
Além dos três concelhos de Basto, também o município de Amarante, em cujo território se situa a freguesia de Fridão, verá vastas áreas inundadas.
A Câmara local aprovou por unanimidade, dia 8 de fevereiro, uma moção em que se opõe à construção da barragem por considerar que terá impactes muito negativos para o concelho.
http://muitoaltatensao.blogspot.com/2009/12/raio-cai-e-mata-29-ovelhas-e-cao.html
o problema não é só dos afectados pela albufeira e ao longo de pelo menos 1000 metros das margens..
contem também com a distribuição..
milhares de postes e cabos de alta tensão por cima dos terrenos e das cabeças daqueles que assobiaram para o lado
Sem poesia tudo era triste,
sem ela a vida também é,
deixem o poetar sonhar
porque assim não desiste...
Cem dias se passaram
outros tantos hão-de passar
mas com tanto gabinete
não tem pernas para andar
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