Desde os tempos mais remotos, a principal característica que diferenciou o animal racional dos restantes foi o culto dos mortos. Desde as antas (pensa-se!?, primeiras manifestações de veneração dos mortos, passando pelas pirâmides e múmias egípcias, as catacumbas cristãs até às modernas cremações, a morte teve uma evolução enorme no modo como é encarada pelos vivos.
EM 1846 a revolta da Maria da Fonte insurgiu-se contra a proibição dos enterramentos nas igrejas pelo governo de Costa Cabral. Surgiram os cemitérios. Aos poucos estas necrópoles tornarem-se lugares deprimentes e lúgubres, alardeando bronzes, plásticos, mármores, granitos, numa profusão de capelinhas e jazigos, em que o mau-gosto impera. O culto dos mortos é feito, amiudadas vezes, de forma ostensiva, triste, sem gosto. Quem visita os cemitérios, principalmente nas grandes cidades, depressa deseja dali fugir, pelo espaço lúgubre, deprimente e sufocante.
Os países anglo saxónicos prestam o culto aos mortos de uma forma mais singela e harmoniosa. Os espaços onde sepultam os seus entes queridos são locais naturalmente embelezados e em que naturalmente se respeita e lembra quem partiu…
Pensar que a minha eternidade (?) se passará num dos cemitérios actuais não me é particularmente atraente. Pensar que poderei passar o resto dos meus dias num lugar húmido, desconfortável, inestético, descampado como é o novo cemitério de Carrazeda causa-me arrepios.
4 comentários:
Naquela morada fria
que nos faz arrepiar
habitaremos um dia
lugar que ninguém queria
mas que ninguém vai escapar.
MJFiel
isto está mal copiado
Pretendo em vida dizer que naquele cemitério de Carrazeda/Luzelos, nem morto me lá quero ver!
Chiça!
Que levem para lá o Presidente da Câmara e os técnicos que o aconselharam!
E já agora, também os que o apoiam!
Levem-nos todos que não vão ricos!
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