22 dezembro 2007

Ipsis verbis

Nos primeiros anos da democracia, este "bloco central" (PS+PSD) concentrava-se em exercer o poder através da economia nacionalizada pós-1975, daí poder ser representado simbolicamente na cena real de responsáveis dos dois partidos reunidos a distribuir os lugares de gestores públicos nas empresas: estes dois são para mim, este fica para ti, este vai para a TAP e dou-te dois na CP, mas este da EDP não pode ser comparado como este na Imprensa Nacional, etc., etc. Este tipo de partilhas que durou até há muito pouco tempo e em muitas áreas, a começar nas autarquias e nas empresas municipalizadas, ainda está longe de ter acabado.
Mas o "bloco central de interesses" evoluiu com a economia, e adaptou-se às privatizações, deslocou-se para fora do Estado e foi para os grupos económicos, para os bancos, as seguradoras, as empresas de construção civil, etc., etc. Quase que se pode formular uma regra simples: quanto mais depender um grupo económico de decisões do governo para conduzir a sua actividade empresarial, tanto maior é a presença deste "bloco central de interesses" no seu seio.

Pacheco Pereira no Público

1 comentário:

mario carvalho disse...

in bpionline


Santos Ferreira convidou Vara para vice-presidente do BCP


24/12/2007


Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos e o nome apontado para liderar o BCP, convidou Armando Vara, seu vice-presidente no banco público, para ocupar o mesmo cargo na lista que vai elaborar para a administração do BCP, avança hoje a imprensa.

No Domingo, o "Diário de Notícias" noticiou que Armando Vara, vice-presidente da CGD, constava da lista de candidatos de Carlos Santos Teixeira para a administração do BCP. Na edição de hoje adianta que o ex-ministro socialista foi convidado para o lugar de vice-presidente.

De acordo com o "Público", Santos Ferreira justifica a escolha de Armando Vara com "os bons resultados que este tem tido nas áreas de actividade" que dirige no grupo público. Antes de integrar a CGD, Vara não tinha qualquer experiência na gestão bancária. O ex-ministro adjunto de António Guterres e ministro da Juventude e Desporto já terá aceite o convite.

A escolha de Carlos Santos Ferreira e o convite a Armando Vara estão a motivar o protesto do PSD. O líder do partido, Luís Filipe Menezes, considera que os nomes avançados consubstanciam uma "OPA informal do PS" sobre o BCP e que "para ter crédito no banco passará a ser necessário ter cartão do PS". Menezes exige também que seja nomeado alguém ligado ao PSD para presidir à CGD, tendo avançado com o nome de Miguel Cadilhe.


comentários ... para quê?!