A construção de uma barragem no rio Tua implica uma tomada de posição dos actores políticos, concelhios e nacionais, e também das populações locais, estranhamente cordatas e desinteressadas do assunto.
Portugal quer aproveitar o seu potencial hidroeléctrico face à necessidade crescente de energia e à perenidade dos recursos não renováveis, por outro lado, um empreendimento desta natureza tem necessariamente implicações ambientais. Se é normal a administração central ter tomado uma posição a favor da construção do empreendimento, não me parece de todo, o facto dos decisores autárquicos, representantes dos interesses das populações, apoiarem o empreendimento sem qualquer reserva e sem a reivindicação de contrapartidas claramente visíveis. Isto porque a obra se irá realizar numa região do país mais ostracizada e em que os índices de desenvolvimento são muito inferiores à média nacional, agravados com um elevado nível de despovoamento e envelhecimento da população.
A região já contribui com uma grande percentagem de energia hidroeléctrica e dois dos principais produtos geradores de riqueza nacional como são o vinho e a floresta, sem que aproveite directamente dos impostos obtidos. As grandes empresas, nomeadamente a EDP, empresas de vinificação e de celulose sedeadas nos grandes centros, aí declaram e pagam os seus impostos e mostram um desinteresse total pela região, limitando-se à exploração dos seus recursos naturais. A região detém ainda um potencial turístico consubstanciado em ambiente, termas, caminho de ferro e natureza que o investimento público em rodovias e incentivos fiscais tem adiado e que a reclusa pode comprometer.
Face ao lido e exposto e como se comparássemos massas numa balança e atendermos aos ganhos e as perdas, é tempo de fazermos um balanço:
Carrazeda de Ansiães poderá perder:
trinta quilómetros de via férrea que garantem aos Carrazedenses transporte para o Tua quer para Mirandela e depois daí para todo o lado;
uma linha férrea que é considerada uma das mais arrojadas obras de engenharia, com uma grande beleza, apreciada por portugueses e estrangeiros com alguns milhares de utentes por ano;
a possibilidade de impacto negativo nas termas de S. Lourenço, pois só com estudos a posteriori se poderá saber se as suas águas ficam ou não afectadas;
uma das maiores quintas do concelho que dá empregos e rendimentos a Carrazeda;
uma paisagem singular, com algumas potencialidades turísticas, algumas já exploradas e outras que o podem vir a ser.
vinhedos e olivais;
e muito mais, se pensarmos nas possíveis alterações climáticas e ambientais.
O que nos prometem: um espelho de água, como se não nos bastassem os existentes e sem qualquer benefício, depois coisas que por aí correm do domínio do sonho e mesmo do delírio, completamente irreais: rodovia e ou transporte fluvial para Mirandela, (para quem?), campos de golfe (onde?)…
Neste deve e haver, o saldo é, mais uma vez, claramente negativo e a construção da barragem não terá qualquer benefício e a minha resposta face a esta pesagem é claramente não.
A região já contribui com uma grande percentagem de energia hidroeléctrica e dois dos principais produtos geradores de riqueza nacional como são o vinho e a floresta, sem que aproveite directamente dos impostos obtidos. As grandes empresas, nomeadamente a EDP, empresas de vinificação e de celulose sedeadas nos grandes centros, aí declaram e pagam os seus impostos e mostram um desinteresse total pela região, limitando-se à exploração dos seus recursos naturais. A região detém ainda um potencial turístico consubstanciado em ambiente, termas, caminho de ferro e natureza que o investimento público em rodovias e incentivos fiscais tem adiado e que a reclusa pode comprometer.
Face ao lido e exposto e como se comparássemos massas numa balança e atendermos aos ganhos e as perdas, é tempo de fazermos um balanço:
Carrazeda de Ansiães poderá perder:
trinta quilómetros de via férrea que garantem aos Carrazedenses transporte para o Tua quer para Mirandela e depois daí para todo o lado;
uma linha férrea que é considerada uma das mais arrojadas obras de engenharia, com uma grande beleza, apreciada por portugueses e estrangeiros com alguns milhares de utentes por ano;
a possibilidade de impacto negativo nas termas de S. Lourenço, pois só com estudos a posteriori se poderá saber se as suas águas ficam ou não afectadas;
uma das maiores quintas do concelho que dá empregos e rendimentos a Carrazeda;
uma paisagem singular, com algumas potencialidades turísticas, algumas já exploradas e outras que o podem vir a ser.
vinhedos e olivais;
e muito mais, se pensarmos nas possíveis alterações climáticas e ambientais.
O que nos prometem: um espelho de água, como se não nos bastassem os existentes e sem qualquer benefício, depois coisas que por aí correm do domínio do sonho e mesmo do delírio, completamente irreais: rodovia e ou transporte fluvial para Mirandela, (para quem?), campos de golfe (onde?)…
Neste deve e haver, o saldo é, mais uma vez, claramente negativo e a construção da barragem não terá qualquer benefício e a minha resposta face a esta pesagem é claramente não.
15 comentários:
Este artigo é um grande contributo ao esclarecimento dos leitores;relembro que o assunto da barragem está em discussão pública até meados de Novembro.
Cumprimentos e parabéns pelo belo blog.
Tomara que surjam muitos mais artigos com esta clareza...
E que estimulem as pessoas a dizer NÃO!
s
http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/144882
Dizer não à barragem construída à quota 190 ou 200, não é a mesma coisa que dizer Açudes com quota abaixo da linha.
Ou não vêm para lá disto?
Ou são contra só porque sim?
Diga-nos pf o que vê senhor anónimo... não guarde só para si
Descanse. Dentro de algum tempo, direi!
????!!!!
parece o gordo da bola quer jogar sózinho
Mas este, mesmo sozinho ainda dá uns toques. Outros nem pé têm para isso. Têm o pé chato.
por favor ... est�-se a discutir o futuro dos nossos filhos... n�o o futebol do presente
Desculpem repetir o comentário
A linha de Caminho de Ferro do Tua
é considerada uma das maiores obras de engenharia de sempre e uma das mais bonitas do mundo (o belo horrível) localizada num vale maravilhoso... o vale do Rio Tua.
Valerá a pena destruir tudo isto e mais As famosas termas de Carlão e S. Lourenço, as vinhas que produzem um vinho generoso único no mundo.. vulgo Porto e milhares de Olivais que produzem do melhor azeite?
Fica ao critério de todos e de cada um para que a nossa geração assuma a responsabilidade perante os vindouros... pelo que lhes deixamos.
cumprimentos
mario
Diz o meu amigo Fernando Seixas que não sabe ler nem escrever mas sabe " entreler" curso que não é dado nas escolas mas só aos "escolhidos":
Filho de Rico é Fidalgo e Filho de Fidalgo é Pobre...
Cada um que se reveja
As obras estão concluídas .. aliás .. reparar 40 ou 50 metros de via não seria muito díficil se tivesse ocorrido na linha de Sintra ou na linha do Norte.. Se este acidente tivesse ocorrido há 100 anos em dois dias com a força do homem e com pás e picaretas estaria resolvido... diz-nos um velho e desgostoso férroviário da linha do Tua.
Agora falta só o LNEC dizer que podem voltar a circular.. Já convidámos a secretária dos transportes e o Presidente do Lnec para a inauguração ..
mário sales de carvalho
www.linhadotua.net
Gostariamos de convidar todas as pessoas que tenham disponibilidade de se deslocar a Mirandela no próximo sábado dia 10 de Novembro a colaborarem num debate, patrocinado pela Camara Municipal e seu Presidente Dr José Silvano e o Movimento Cívico de defesa da Linha do Tua(MCLT), subordinado ao tema "Futuro e linha do Tua " pelas 15H30 no Auditório da Camara.
obrigado
mario sales de carvalho
linhadotua@gmail.com
www.linhadotua.net
ponham tambem os aspectos positivos, só mostra os negativos, pois assim está tudo claro, a visão é tridimensional e nao só para a frente
Enviar um comentário