24 julho 2006

“Vossa Excelência pode mandar-me calar, mas eu não me calarei.

... Só sairei daqui quando terminar o que tenho para dizer. Só sairei daqui sob prisão ou à força”.

São palavras de José Miguel Júdice, quando em sua defesa e perante o Presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados, num processo que lhe tinha sido movido.
Serve o que foi escrito para trazer a coação uma conversa tido com o Sr. Augusto Faustino, nosso Vereador pelo PS na C.M. Dizia ele da sua “má sorte” pois que, “ainda recentemente tinha sido proibido na Assembleia Municipal, de contra argumentar perante mentiras que estava ouvindo”. Recordei-me então que já tinha “participado em filmes idênticos” onde também tinha assumido esse papel de artista principal. Passaram-me então pelos olhos todos os personagens de então em que, pelos vistos, tendo diferido agora alguns dos protagonistas, o papel que desempenham continua a ser o de fieis executantes. Julgo que o nosso vereador deve ter chegado á mesma conclusão a que eu cheguei na altura. Na verdade num local onde por direito se deveria exigir mais democracia e sentido cívico, afinal era escolhido para, ali mesmo, lhe serem quartados direitos que como simples cidadão ainda vai tendo cá fora.
No caso terá sido o Nosso Presidente da Câmara a propor o cumprimento de tal decisão, papel que pelos vistos desempenhou com desenvoltura e sem vergonha.
No final o nosso vereador ainda recordou e sublinhou o tom doloroso e comprometido do Presidente da Assembleia que, muito delicadamente lhe pediu desculpa por se ver obrigado a tirar-lhe a palavra. Neste aspecto houve pelos vistos alguma evolução relativamente a casos passados. É que nessa altura ninguém soube alcançar gestos idênticos onde, afinal de contas, o que se discutia e discute é a ética com que se deve estar na política.

Restará pois ao nosso vereador eventualmente, seguir a linha do douto advogado que é citado no início. Ou então, tentar perceber quais as consequências concretas que podem advir do contributo que tem para dar. E aqui sobre o assunto em causa, espero que não chegue às mesmas conclusões a que eu cheguei.

Hélder de Carvalho

1 comentário:

josé alegre mesquita disse...

O sr. Laranja pretende esmagar-nos citando a lei aprovada (sacrilégio!) pelos socialistas (são aqueles que odeia por estimação!?). Tenha dó e seja mais explícito.
A Lei que alude refere no n.3 e 5 do art.º 48.º "3 — Os vereadores devem assistir às sessões da assembleia municipal, sendo-lhes facultado intervir nos debates,
sem direito a voto, a solicitação do plenário ou com a anuência do presidente da câmara ou do seu
substituto legal.
5 — Os vereadores podem ainda intervir no final da reunião para o exercício do direito de defesa da honra.
Pelo que me foi dado perceber mesmo no final da sessão não foi permitido intervir para defesa da sua honra ao vereador citado.
Cumpriu-se a lei "à Carrazeda"...

Será esta é a única lei que V. Ex.ª conhece? Ou será aquela que a sua alma deseja - a mordaça!
Olhe, agora, felizmente há outros espaços de intervenção, livres e responsáveis, para além da Assembleia, em que você e seus pares não ditam regras!

Olhe quanto a palermice e burrice a cada um segundo o seu merecimento e outros há que já nasceram com vistas curtas!

Obrigado pelo conselho. Disse tudo: Os políticos são os que estão no poder; politiqueiros são os da oposição. Presunção e água benta cada um toma o que quer...