Em Bragança
Chegaram de todo o concelho, velhos e novos, para formar um imenso cordão humano que torneou o hospital local numa extensão de 800 metros, como forma de protesto contra a hipótese de encerramento da sala de partos local. Apenas dois presidentes de Câmaras (Vimioso e Carrazeda de Ansiães, quando o distrito tem 12 concelhos) estiveram presentes
no JN
Chegaram de todo o concelho, velhos e novos, para formar um imenso cordão humano que torneou o hospital local numa extensão de 800 metros, como forma de protesto contra a hipótese de encerramento da sala de partos local. Apenas dois presidentes de Câmaras (Vimioso e Carrazeda de Ansiães, quando o distrito tem 12 concelhos) estiveram presentes
no JN
1 comentário:
Haja honestidade intelectual!
A COMISSÃO NACIONAL DA SAÚDE MATERNO-NEONATAL, nos Pontos de reflexão presentes a S. Ex.ª. o Sr. Ministro da Saúde em 27/10/2004 (no Governo PSD/CDS) apontava os seguintes factos:
1- A prioridade atribuída à Saúde Materno-infantil e a implementação em Portugal do Programa Nacional da Saúde Materno Infantil (PNSMI), desde 1989, transformou esta área assistencial numa das de maior sucesso, sobretudo se tivermos em conta a relação entre o investimento financeiro e os resultados obtidos.
2- A evolução dos indicadores de mortalidade infantil, neonatal e perinatal, permitiram-nos não apenas deixar a cauda da Europa mas também ultrapassar a média Europeia.
3- Em época de profundas alterações nos modelos de gestão dos hospitais e centros de saúde, compete-nos informar sobre as bases do sucesso e impedir que, por falta de informação, se adoptem medidas que ponham em causa este património nacional. A consolidação e reforço deste património parece-nos exequível, independentemente dos modelos de gestão a adoptar.
4- A reflexão sobre as bases do sucesso e a recente identificação dos problemas estruturais da assistência materno – infantil, efectuada pela Comissão Nacional da Saúde Materna e Neonatal (CNSMN), levam-nos a sugerir as seguintes propostas: PROPOSTAS/POSSÍVEIS SOLUÇÕES
1 - Recursos Humanos: a) - Promover a carreira de Medicina Familiar.
b) - Manter as competências em Saúde Materna e Saúde Infantil dos médicos de família.
c) - Potenciar o trabalho comunitário dos enfermeiros de família.
d) – Rentabilizar as competências dos enfermeiros especialistas de Saúde Materna e Obstétrica nos centros de saúde.
d) - Evitar a dispersão e subaproveitamento de Pediatras e Neonatologistas.
e) - Iniciar de imediato a formação de Neonatologistas em todos os Hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado (HAPD) para substituir os que ultrapassem os 55 anos.
f) - Regularizar a formação de Pediatras com competência em Neonatologia. Solução a ser equacionada a nível Regional dentro das Redes de Referenciação Materno – Infantis (RRMI)
g) - Implementar rapidamente a formação de Obstetras, ampliando o número de vagas, já que os internos em formação não permitem compensar as saídas por aposentação. A solução no curto prazo só é possível com a concentração desejável dos partos.
h) - Promover o desbloqueamento urgente da aprovação dos cursos de especialização em Enfermagem de Saúde materna e obstétrica e em Enfermagem de Saúde infantil e pediátrica, no Ministério da Ciência e Ensino Superior (onde aguardam cursos já aprovados pela Ordem dos Enfermeiros).
2 - Redes de Referenciação Materno Infantis (RRMI):
a) Propostas exequíveis de concentração dos partos onde há benefícios claros para a população e profissionais:
Chaves → Vila Real quando IP3 concluída
Mirandela → Bragança
Barcelos → Braga.
Amarante → Vale do Sousa
Póvoa de Varzim → Matosinhos
Santo Tirso → Famalicão
Oliveira de Azeméis → V da Feira
Figueira da Foz → Coimbra
Guarda → C. Branco – Covilhã
Lamego → Vila Real e Viseu
Cascais → S. Francisco Xavier
b) Não permitir abertura de novas Maternidades (por exemplo Santiago do Cacém) a não ser para substituir as existentes. Os futuros projectos devem ser antecipadamente sujeitos a estudo de viabilização incluindo a posição da CNSMN.
c) Não permitir a abertura de mais HAPD.
d) Integrar os novos HAPD nas RRMI, exigindo o cumprimento das responsabilidades assistenciais definidas; satisfazendo os princípios da cooperação e complementaridade.
e) A concentração do movimento Neonatal Intensivo é desejável, mas a fusão da Maternidade Júlio Dinis, Hospital Maria Pia e S. João no mesmo edifício é excessiva.
f) Equacionar formas de rentabilização dos HAPD cuja eficiência é discutível: Matosinhos, Feira, Viana, Évora, Guimarães, Estefânia, Faro, H. S. Francisco Xavier: Abdicar de Cuidados Intensivos em alguns ou, com recursos humanos melhor dimensionados, alargar a assistência ao sector Pediátrico Intensivo (exemplos: os modelos das Unidades Polivalentes existentes no Hospital S. António, Hospital Maria Pia, H. de Faro, Hospital Pediátrico de Coimbra e Hospital Garcia de Orta).
g) É desejável o redimensionamento de algumas Unidades: Maternidade Bissaya Barreto (MBB), Maternidade Daniel de Matos (MDM), Estefânia e S. Francisco Xavier.
h) Garantir as Consultas de Referência Obstétrica e Pediátrica, conforme protocolos nacionais, e o cumprimento do Programa das UCF, concretizando a vigilância partilhada da Grávida e RN a nível nacional. Independentemente dos modelos de gestão a adoptar nos diferentes hospitais, deve ser assegurado nos Contratos Programa, o cumprimento das responsabilidades definidas para garantir esta vigilância.
i) Existem neste momento cerca de 350 Pediatras e Obstetras com mais de 55 anos, que já não fazem Urgências. Estes poderiam ter um importante papel na articulação entre Hospitais e Centros de Saúde, avaliação e formação dos Médicos de Família.
Ora, o que ontem estava certo (porque estavamos no Governo) hoje está errado? Acima de tudo, haja honestidade intelectual!
A bem da Saúde Pública.
mail: Mário Freitas
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