01 fevereiro 2006

Mais uma vez a vida....

Uma simples e bela definição da vida foi-nos trazida pelo Senhor Doutor João Lopes de Matos!
Quase tudo foi dito, porém, ele desculpar-me-á uma breve "achega"...
Na longa história dos homens, a vida foi perspectivada de diferentes maneiras, quer em termos religiosos, políticos, filosóficos... ou todos eles em conjunto. Ao longo dos séculos, a vida foi encarada sob diferentes paradigmas que sustentaram as diversas estruturas sociais que apontavam para diferentes utopias.
Na antiga Grécia o ideário era uma "mente sã em corpo são”. O cultivo do espírito e do corpo formavam um binómio importante na vida ateniense. Este modelo perdurou durante séculos. Foi interrompido na obscura Idade Média. Deus tornou-se o centro de toda a vivência social. O homem e a sua vivência apagaram-se perante a grandiosidade do divino. O humanismo e o renascimento trouxeram um novo olhar sobre a condição do homem reposicionando-o novamente em lugar de destaque, centrando os interesses gerais na cultura, nas ciências, na arte... Pensadores como Rousseau, Voltaire, Montesquieu ajudam à criação das sociedades modernas baseadas na liberdade individual e são percursores dos movimentos republicanos e democráticos, tais como a revolução francesa e americana. O ideário da revolução francófona - liberdade, igualdade e fraternidade – é ainda a trave mestra da ideia moderna para a construção da vida em sociedade. Mais recentemente, o pensamento socialista propôs-se construir o “paraíso” na terra e proporcionar a todos igualdade, dando provimento às necessidades colectivas, com base numa posse comum dos meios de produção.
Saúde, dinheiro e amor foi um triângulo em que assentou muito do imaginário da actual sociedade consumista para uma vida a “mil por cento”, isto é, a utopia que todos perseguem é a posse de uma grande quantidade de bens de consumo fruídos com saúde e equilíbrio afectivo. Uma ambição tamanha a que … faltará o mais importante da vida, que é… Vivê-la!

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