31 agosto 2005

Feira da Maçã: 3.º dia

Esta manhã confidenciava-me um amigo, com um pouco mais de idade, embora de ideias muito arejadas, que, quem se lembra de Carrazeda do antigamente e depara com a nova modernidade, isto é, uma feira onde se expõem os produtos da terra, onde vêm grupos musicais de renome, que é falada nos grandes órgãos de comunicação, só se pode concluir que se trilhou um longo caminho e se deram passos no sentido do progresso. Tão entusiasmado se mostrou que achei por bem não lhe falar dos indicadores negativos, como sejam, a desertificação das aldeias, a pirâmide etária invertida, onde quase não há população jovem, as escolas fecham, a sua base económica que é a agricultura reflecte a crise geral do país e os sinais de futuro e até de sobrevivência do próprio concelho tocam sinais de alarme.

A Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite, neste terceiro dia teve mais gente e movimento. Era véspera de feriado, as figuras do cartaz musical, os Santamaria, são um grupo conhecido no meio nacional e com certeza funcionaram como atractivo. Porém, o ajuntamento ficou aquém do por nós esperado. Ficou evidente, mais uma vez e porque este é um grupo de baile que o recinto não tem condições para dançar. Alguns dos pares aproveitaram a alcatifa da zona dos restaurantes para um pé de dança e assim “matarem o vício”.

No meio da mesmice das caras, dos comportamentos, das situações, no terceiro dia da feira vislumbrei algumas pistas que poderão ter significados. De entre a multidão descortinei o 2.º da lista da candidatura do PS, residente há muitos anos fora do concelho. Por um lado, saúda-se o regresso de gente que está disponível para trabalhar no e pelo concelho, por outro teme-se que estes sejam tiros de pólvora seca já que as pessoas vão continuar longe, desconhecem a realidade e a sua entrega à causa pública resume-se aos dias das reuniões de vereação sem uma completa e necessária contextualização. O passado recente dá-nos conta disso e razão aos delatores. Isto é, se elegerem dois vereadores e se se mantiverem na oposição.
Um outro indício de análise é a mudança de caras que mostram ser os “donos da festa”. Neste particular procedeu-se a uma verdadeira revolução, que mostra a remodelação operada nas listas do PSD. Ainda não vimos no certame o ex-vereador, que era uma presença constante da feira. Por outro lado, os novos candidatos parecem escolher posições estratégicas para recolher os cumprimentos, reverências, se mostrarem.
Ausentes parecem mostrar-se os candidatos do PP. Será só coincidência não os ter visto ou a sua ausência é fruto de qualquer amuo?

Aplausos – Para a surpresa da presença de algumas empresas e actividades concelhias que não conhecíamos no âmbito dos bordados, do artesanato.

Nem quente nem frio – Numa segunda visita aos expositores, deparámos com menos visibilidade dos expositores de vinho que o ano anterior.
Não se compreende a existência de árvores dentro da área de expositores e dos restaurantes. Quando crescerem o que é que se vai fazer?

Apupos – Para a praga dos colchões. Não há certame no distrito, no país, em que não aparecem estas formas modernas de “banho da cobra”.

1 comentário:

josé alegre mesquita disse...

"Mea culpa" já mais pessoas me disseram da presença do candidato do PP. Eu não o tinha visto. As minhas desculpas