19 maio 2005

A demissão do senhor vereador

O facto político mais relevante desta Primavera foi a demissão (renúncia? Suspensão? Destituição? Despedimento? Quem nos explica?) do senhor vereador Rui Barata, acrescido da suspensão de funções de Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Carrazeda de Ansiães.
Esta situação, por estranho, muito pouco divulgada em qualquer órgão de comunicação social local e regional (talvez andássemos distraídos!) não se insere num processo normal da actividade política concelhia. Se não, vejamos:
O Senhor Engenheiro desempenhou durante mais de uma década o cargo de vereador e, neste último mandato, a tempo inteiro.
Era, como acima referimos, o líder da Comissão Política Concelhia e desempenha ou desempenhou outros cargos partidários a nível regional.
Detinha grande protagonismo no partido e era um dos principais rostos dos social-democratas do concelho.
Foi, por muitos, considerado um delfim do actual Presidente da Câmara e suposto sucessor no cargo da liderança da edilidade.
Nunca escondeu a legítima ambição de ser Presidente da Câmara, contudo mostraria sempre uma grande lealdade ao seu chefe autárquico. Aparentemente seria o seu braço direito isto é, o seu homem de mais confiança.
De um momento para o outro, mais ou menos silenciosamente, apaga-se e regressa à actividade privada.
Logo, quando se inicia um novo processo eleitoral, está a decorrer a elaboração das listas do PSD e imediatamente a seguir à indicação da recandidatura do actual residente dos Paços do Concelho.
Estranho!
Por via disso, são inúmeras as conjecturas que se podem apresentar.
Partiria da cúpula o primeiro sinal de renovação das listas do partido do poder?
Teria havido algum desentendimento na composição das listas?
O seu nome teria sido vetado ou preterido em relação a outro para a vereação da Câmara?
As perspectivas levariam a que descesse de categoria na orgânica municipal?
De repente cansar-se-ia e, pura e simplesmente, decidiu abandonar o serviço público?
Não temos as respostas, mas seria de bom tom que elas fossem dadas aos munícipes, pois é costume neste concelho, pessoas com alguma relevância de serviços públicos prestados passarem ao limbo do esquecimento. Que raio de terra madrasta é esta?!...

Sem comentários: