Há outras soluções como abrir as faculdades de medicina a mais candidatos, mas para isso é preciso coragem política em querer afrontar a toda poderosa Ordem dos Médicos.
O estatuto excepcional que os médicos têm no nosso país advém, como é óbvio, do acto clínico que executam, mas também e especialmente da escassez desses profissionais. Compare-se com o país vizinho, a Espanha, ou outros páises da comunidade e fácil será chegar a esta conclusão.
Recordamos a importância, mesmo o estatuto social, que os advogados e os professores tiveram há um tempo a esta parte. Ela devia-se também à necessidade que o país tinha destas profissões. As instituições de ensino superior "produziram" uma grande quantidade de profissionais, facto que fez decrescer a sua importância social. Atente-se no estatuto social do advogado de meia idade ou ao estagiário que acabou de sair da universidade. São muito diferentes.
Por outro lado, repare-se no caso dos enfermeiros, que tem visto aumentar a sua importância derivada da grande oferta de postos de trabalho. Todos recordamos que pouco mais era necessário que a escolaridade obrigatória e o estágio numa unidade de saúde para obter esse papel social. Presentemente a necessidade do mercado de trabalho, acrescentada pelo curriculum académico, aumentou muito o estatuto destes profissionais.
A míngua ou fartura projectam ou não a importância da "coisa".
Defendamos que o Estado deve regular o mercado de trabalho, começando, pela informação rigorosa dos cidadãos sobre a necessidade ou não dos variados ofícios , a autorização para ministro de licenciaturas "realmente necessárias e profícuas" e até na limitação de acesso de candidatos às escolas que capacitam para o desempenho de determinada função que é excedentária, mas não deve impedir, por força dos lobbies organizados e poderosos, o acesso a outras que são deficitárias apenas para protecção corporativa.
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