03 janeiro 2005

Em vésperas de eleições...mais do mesmo!

A ler com a devida atenção a entrevista ao Mensageiro de Bragança de Adão e Silva, líder distrital do PSD, um dos homens fortes do distrito de Bragança.
Lamento a contínua subalternização dos nossos líderes aos ditames partidários “as pessoas são eleitas no âmbito de partidos políticos” (…) “um deputado não é um deputado distrital, é sempre um deputado nacional” (…)
Parecem-me também pouco originais e corajosas as soluções propostas pelo ex-secretário de estado: “… essencial é que haja políticas de apoios específicos para as regiões periféricas, como o distrito de Bragança, a nível dos impostos (…), nível das contribuições para a Segurança Social e ao nível dos investimentos. Tem de haver uma preocupação com investimentos que sejam capazes de impulsionar o desenvolvimento, como as acessibilidades”. São promessas essenciais que se repetem sempre em vésperas de eleições e que ninguém tem a coragem de implementar de uma forma séria e sistemática. Até parece que não se pertence aos partidos que foram directamente responsáveis pela governação.
Outras das ideias fortes é a do aumento do funcionalismo público no distrito (a este propósito recorda-se que 40% da população brigantina trabalha para o Estado) com a transferência de serviços públicos da capital para o interior. Serviços que Adão e Silva gostaria de deslocalizar, “todos os serviços ligados ao ambiente” . A necessidade de descentralizar só se porá a nível nacional, pois em termos distritais, não tem “a mínima dúvida em reconhecer que vale a pena robustecer a capital de distrito, que, de algum modo, é uma locomotora que deve depois impulsionar todo o distrito”.
Não adepto da regionalização prefere a descentralização: “tenho muito medo que a regionalização traga, em si, uma nova bolsa de funcionários e uma nova tralha de burocracia que temos de pagar”. Desta maneira se forem precisos funcionários regionais serão nomeados, sem necessidade de prestar contas às populações que servem.
Quanto à Universidade de Bragança, “já defendi, mas não defendo, pelo menos no paradigma em que defendia antes”, agora advoga-se a criação da Universidade Politécnica que também ainda ninguém sabe bem o que é.
Em vésperas de eleições ... "vira o disco e toca o mesmo".

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