29 dezembro 2015

Breve história do Natal



Embora a celebração do Natal começasse com o nascimento de Jesus, tornou-se verdadeiramente popular há apenas 300 anos. Mas tudo começa com o nascimento, que é o Natal.

O imperador Augusto, determinou o recenseamento de toda a população do Império Romano por causa dos impostos, tendo cada pessoa, para o efeito de se registar na sua localidade. O Novo Testamento refere que José partiu de Nazaré para Belém, para se recensear, e levou com ele a sua esposa, Maria, que esperava um Filho. Ao longo da viagem, chegou a hora de Maria dar à luz e, como a cidade, estava com os albergues completamente cheios, tiveram de pernoitar numa gruta. Foi aí nessa região da Judeia e no tempo do rei Herodes que Jesus nasceu.

Diz a Bíblia que um Anjo desceu sobre os pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite e disse-lhes:"deixai o que estais a fazer e vinde adorar o menino, que se encontra em Belém e é o vosso Redentor". Os pastores foram apressados, procurando o lugar indicado pelo Anjo, e lá encontraram Maria, José e o Menino. Ao vê-lo, espalharam a Boa Nova.

Entretanto surgira no céu do Oriente uma estrela que guiou os Três Reis Magos até à gruta de Belém Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouro, incenso e mirra. Foi por esta razão que o período das festas se alargou-se até à Epifania, ou seja vai desde 25 de Dezembro até 6 de Janeiro. O dia 6 de Janeiro é o chamado dia dos Reis.

Originalmente destinada a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno a festividade foi mudada pela Igreja Católica no século III para estimular a conversão dos povos pagãos sob o domínio do Império Romano e também passou a comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré.

Os primeiros registos da celebração do Natal têm origem na Turquia, a 25 de Dezembro, em meados do sec II.
No ano 350, o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e anunciou o dia 25 de Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional.

Em Inglaterra, o primeiro arcebispo de Cantuária foi responsável pela celebração local do Natal. Na Alemanha, foi reconhecido em 813, através do sínodo de Mainz. Na Noruega, pelo rei Hakon em meados de 900. Portanto, em finais do séc. IX, o Natal já era celebrado em toda a Europa.

Alfredo, o Grande, declarou 12 dias de festividade. Henrique III celebrava o Natal com a matança de animais e eram oferecidos presentes ao rei, No entanto este, mudou um pouco a tradição e passou também a distribuir comida pelos mais pobres.

Neste país em 1533 o Natal tornou-se um grande acontecimento, e era celebrado com cânticos, danças, teatro e abundância de comida.  Contudo, o Clero incomodado com estes excessos colocou alguns entraves à maneira como o Natal era celebrado, isto é para a igreja, faltava o lado espiritual. Surgiu então a questão abolir ou não as festas, antes que estas caíssem em exageros.  

Lutero considerou os festejos desnecessários e, Na Escócia, o Natal foi abolido em 1583. O povo demonstrava o seu descontentamento com estas leis e foi resistindo ao seu cumprimento, continuando a festejar o Natal. Mas a lei foi mais forte e o Natal tornou-se de facto ilegal. As igrejas foram fechadas e quem não respeitasse a lei era punido.

O Natal foi novamente legalizado em 1660, quando Carlos II regressou ao poder.

Com a revolução industrial, início do século XIX, o espírito do Natal foi-se perdendo. Era necessário trabalhar o mais possível para fazer dinheiro, e não havia lugar ao descanso, como tal os feriados foram proibidos em Inglaterra, incluindo o do Natal. Apenas algumas pessoas continuaram a festejá-lo em suas casas. Alguns patrões concediam também algumas horas livres aos seus empregados.

Enquanto em Inglaterra a maioria das pessoas andava triste, na Alemanha, as pessoas festejavam alegremente o Natal, que se consolidou com muita tradição.

Nos finais do século XIX, os americanos, viam esta época com grande ternura, provavelmente devido aos emigrantes germânicos que a celebravam com entusiasmo.
Começaram a fazer grandes feiras, a montar árvores, luzes e presentes, e as crianças eram o alvo das maiores atenções. O Natal começou aí a ser festejado com muita alegria e diversos festejos.

Quando em 1837 a rainha Vitória subiu ao trono de Inglaterra, este país mudou radicalmente a sua posição acerca do Natal. A rainha casou com o príncipe Alberto de descendência alemã, e o príncipe trouxe consigo as tradições, e o espírito do Natal ressurgiu. Esta época era maravilhosa. A família real festejava-a com grande carinho pelas crianças, e fomentava a solidariedade e o amor pelo povo.

A primeira árvore de Natal foi introduzida pelo próprio príncipe Alberto.
A Família real foi a grande responsável pelo impacto que o Natal veio a ter em Inglaterra e em todo o mundo. Era uma época de boa vontade e de amor, na qual os mais desprotegidos recebiam algum consolo.

A origem do Pai Natal é o bispo São Nicolau da Turquia que viveu no século IV e se tornou uma lenda porque oferecia anonimamente presentes aos mais necessitados.
O primeiro anúncio da Coca-cola com o Pai Natal é de 1930 e a fama da marca ajudou a divulgar a figura e criou o mito.


Finalmente no século XX, o feriado continuou e a tradição chegou até nós, substituído, cada vez mais, pelo espírito de consumo consumista das compras excessivas, quando o mais importante deveriam ser os sentimentos: paz, alegria, esperança, amor…

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