Comemoram-se este ano os 150 anos do seu nascimento.
Mas afinal quem foi o Abade de Baçal para além de Padre da
aldeia de Baçal no concelho de Bragança!?
Para mim foi uma figura ímpar na cultura e na história do
nosso Nordeste Transmontano.
Francisco Manuel Alves dedicou a vida a recolher testemunhos
arqueológicos, antropológicos e históricos respeitantes à região de
Trás-os-Montes, em especial do nosso distrito e, só por isso hoje, nos podemos
gabar de possuir esse espólio publicado (Memórias Arqueológicas e Históricas do
Distrito de Bragança), e guardado no Museu que iniciou em Bragança (Museu Abade
de Baçal).
Os críticos comentavam
a sua condição de autodidacta nestas áreas da cultura, mas não se pode
contestar o seu grande trabalho de recolha e o que com isso acrescenta ao sentido
de identidade, com o qual hoje podemos reconstituir o passado. Seria por
conseguinte a tratar o seu espólio, a sistematizá-lo e a interpretá-lo que
poderíamos homenageá-lo agora e dar continuidade à sua obra.
Festejar e louvar quem fez pela sua região, o que mais
ninguém foi capaz, em qualquer outra região deste país.
Do que se fala é de
tirar partido da competência de muitos que na área da cultura, procuram uma
oportunidade para mostrar também a sua competência.
A partir daqui
poderia alancar um largo role de sugestões de trabalho onde a ideia de
organizar e divulgar o espólio que ficou deveriam ser os objectivos essenciais.
Refiro-me por exemplo a tratar e organizar exposições
temáticas, que poderiam ser itinerantes pelo Distrito; Criar bolsas de estudo
específicas sobre a sistematização da sua obra; Organizar prémios escolares
alusivos á obra e ao seu criador; Arranjar patrocínios para o restauro de
materiais e objectos em arquivo, mais carecidos; Tratar temas e conteúdos da
cultura trasmontana e apresentá-los pela vertente pedagógica; Criar dinâmicas
pró-activas de interacção no Museu Abade de Baçal que levasse as pessoas a
interagir e conhecerem mais e melhor. Criar condições para a publicação de
obras alusivas.
E assim louvar a obra do Abade de Baçal que, fruto de um
trabalho dedicado, cheio de intenção pela importância que reconhecia no valor
patrimonial, material e imaterial, e que considerava decisivo para perpetuar o
sentido identitário do seu povo.
Neste tempo de negrume que o Abade de Baçal nos sirva de modelo
e exemplo.
E os mais responsáveis na questão dirão - Ámen
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