18 abril 2014

Vozes de burro não chegam ao céu


Naquele tempo, um burro transportou o senhor Jesus Cristo a caminho de Jerusalém, onde uma multidão em delírio, empunhava ramos de oliveira para O aclamar como rei. Esta é uma história de apoteose, extraordinária e sem paralelo, pois este Senhor não cavalgava a nobreza e o poder do cavalo, nem se fez acompanhar de imponente séquito, montava simplesmente a simplicidade do jerico. Isto porque, há muito que no-lo asseveram, era o Senhor das coisas visíveis e invisíveis e o seu reino não era deste mundo. Talvez tenha nascido aí o provérbio, que nesta história também se aplica, de que “ninguém é profeta na sua terra”. Fica bem lembrar que, por estes dias, depois de o condenarem, flagelaram-no, crucificaram-no, mataram-no e a história termina novamente em glorificação no domingo da ressurreição.

Diferente, mas para aqui também boa, é a lição do príncipe com orelhas de burro, onde só o barbeiro conhecia o segredo, que tinha de manter, com risco de perder a própria cabeça. A solução foi abrir uma cova e para lá murmurar a coisa. Nesse lugar, conta a fábula, nasceram canas que quando havia vento repetiam o segredo.

Em tempo de desprezo, encerramento, a modos de uma crónica de morte anunciada e sem premonição de redenção e, por outro lado, sem a esperança de que nasçam canas, não querendo como muitos, guardar enigmas e também, porque “teimoso como um burro”, há sempre algo valioso que nos move, quiçá incompreensível para muitos,
aqui se afirma com toda a convicção,
o burro é um animal dócil e estúpido porque “mesmo carregado de ouro, um burro é sempre um burro”, porém há na sua natureza,  
a beleza que nos toca a alma rural,
a distinção que importa enfatizar,
a identidade que temos de manter.

Porque um burro está cheio de poesia (quem tem dúvidas?), nada melhor que a expressão plástica para o retratar. E é um privilégio ver-se alguns dos poucos burros do nosso concelho (com vossa licença) expostos na principal rua de Carrazeda de Ansiães. Para não ver apenas “a cor de burro a fugir”, com suficiente vagar… aprecie…
Se “todo o burro come palha e o que é preciso é saber dar-lha”, cremos que foi uma excelente ideia aquela que brilhou na cabeça do artista (aqui também a fazer o papel de profeta) ao querer dar-nos palha, ou burros, ou outras coisas que tais, ao mostrar em algumas das montras da nossa vila o seu talento. “Com cara de asno”, poderão ter ficado uns quantos, incapazes de compreender este ato, quiçá até qualificá-lo um tanto ou quanto “tresloucado”. Será conveniente então dizer-lhes que alguém “só pode amarrar o burro onde o dono manda”. E se o tempo é de folares porque “tratar a pão-de-ló” uns quantos e deixar a palha seca para uns outros. Será porque “burro velho não toma andadura”?

Cientes de que “vozes de burro não chegam ao céu”, em verdade vos digo, “antes burro que me leve que cavalo que me derrube”.







2 comentários:

mario carvalho disse...

“todo o burro come palha e o que é preciso é saber dar-lha”,


Narrativa bíblica[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Corte de Pôncio Pilatos
Era integrante de um partido judeu que lutava contra a dominação romana denominado zelote.

Seu grupo agia através de ataques às legiões como meio de fustigar as forças invasoras dominantes. Foi preso após um ataque a um grupo de soldados romanos na cidade de Cafarnaum, onde possivelmente um soldado foi morto. «E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte.» (Marcos 15:7)

Segundo o texto bíblico, quando Jesus foi acusado pelos sacerdotes judeus perante Pôncio Pilatos, o governador da Judeia, depois de interrogá-lo, não encontrou motivos para sua condenação. Mas como o populacho, presente ao julgamento, vociferava contra o prisioneiro exigindo sua crucificação, Pilatos mandou flagelá-lo e depois exibi-lo, ensanguentado, acreditando que a multidão se comoveria (um episódio conhecido como Ecce homo). Mas tal não aconteceu.

Pressionado, o governador tentou um último recurso: mandou trazer um condenado à morte, tido como ladrão e assassino, chamado Barrabás, e, valendo-se de uma (suposta) tradição judaica, concedeu ao povo o direito de escolher qual dos dois acusados deveria ser solto e o outro crucificado. Então, o povo manifestou-se pela libertação de Barrabás.

Moral da História

Assim surgiram as 1ªs eleições populares..

.Pilatos fez o referendo:
-Quem quereis que liberte.. Jesus o filho de Deus ou assassino e ladrão Barrabás?

e a multidão influenciada gritou:

BARRABÁS... LIBERTA BARRABÁS!!!

...

enfim

Anónimo disse...

Genial esta representação pictórica do nosso painel político local...Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção!!
Ass. Zé dos Machos